Carl Icahn vendeu ações antes de Trump anunciar tarifa do aço
Icahn, que já trabalhou como assessor especial de Trump, vendeu cerca de um milhão de ações da Manitowoc
Karla Mamona
Publicado em 7 de março de 2018 às 16h20.
Última atualização em 7 de março de 2018 às 16h28.
São Paulo - O investidor bilionário Carl Icahn negou nesta quarta-feira, por meio de comunicado, que teve conhecimento das novas tarifas de aço e alumínio antes de o presidente americano Donald Trump fazer o anúncio. Trump anunciou na semana passada sua intenção de taxar as importações de aço e alumínio em 25% e 10%.
Icahn, que já trabalhou como assessor especial de Trump, vendeu cerca de um milhão de ações daManitowoc. A companhia fabricante de guindaste tem uma considerável exposição às importações americanas de aço.O investidor vendeu cerca de30 milhões de dólares, entre os dias 12 e 22 de fevereiro, uns dias antes do anúncio. No dia do comunicado do governo americano, as ações da companhia fecharam em queda de 4,8%.
Em nota, o investidor afirmou que qualquer acusação de insider trading na Manitowoc é falsa.
"Nós geralmente não comentamos rumores, mas a recente especulação da mídia em relação à nossa venda de ações da Manitowoc exige uma resposta. Declaramos para o registro: qualquer sugestão de ter conhecimento prévio do anúncio da administração Trump de novas tarifas sobre importações de aço é categoricamente falso."
Disse ainda que reduziu a sua participação na Manitowoc por motivos legítimos de investimento, não tendo nada a ver com o anúncio realizado por Trump.
Mesmo depois de ter vendido mais de um terça de sua participação na empresa, Icahn continua sendo o quinto maior detentor da Manitowoc com cerca de 4,8% das ações ordinárias da empresa.
Hoje, as ações registravam perdas de 2,43%. Atualmente, a companhia é avaliada em 975 bilhões de dólares.