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Caos no mercado: 20 ações do Ibovespa afundam mais de 6% com 2ª onda

Lockdown parcial na Alemanha e possibilidade de governo francês adotar medida semelhante à do país vizinho eleva preocupação sobre segunda onda

França: possibilidade de lockdown nacional ameaça bolsas de valores (Gonzalo Fuentes/Reuters)
GG

Guilherme Guilherme

Publicado em 28 de outubro de 2020 às 10h24.

Última atualização em 28 de outubro de 2020 às 19h49.

Em sessão marcada por forte aversão ao risco nos mercados, todas as 77 ações do Ibovespa fecharam no campo negativo nesta quarta-feira, 28, com os temores sobre os efeitos econômicos da segunda onda de coronavírus pressionando o mercado financeiro mundial.  As preocupações sobre o avanço do coronavírus ganhou ainda mais força com o lockdown parcial na Alemanha e a possibilidade de a França adotar medida semelhante.

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No índice da bolsa brasileira, 20 ações encerraram com desvalorização acima de 6%. As maiores quedas ficaram por conta de Cielo (CIEL3), que reportou resultado ontem à noite, CVC Brasil e Azul (AZUL4), as últimas diretamente afetadas por possíveis medidas mais duras de restrição pelo mundo. As baixas foram de 11,66%, 9,88% e 9,58%, respectivamente.

Petróleo

No mercado, a alta dos casos de coronavírus e a expectativa de medidas de restrição mais duras só aumentam as incertezas sobre o consumo de petróleo no mundo, fazendo o preço da commodity despencar mais de 5% no exterior, puxando as ações de empresas do setor. por aqui Na bolsa, os papéis da da PetroRio (PRIO3) recuaram 7,38%, enquanto os da Petrobras (PETR3 e PETR4) já se desvalorizam mais de 6%.

Com o sentimento negativo dominando as bolsas, o anúncio de mudança na política de dividendos da estatal, visto como positivo pelo mercado, ficou em segundo plano, assim como as expectativas pelo balanço do terceiro trimestre, que sai após o fechamento do pregão desta quarta-feira.

Aéreas

Outro setor altamente afetado pelas medidas de isolamento social, as ações das companhias aéreas Azul (AZUL4) e GOL (GOLL4) caíram mais de 9%. "As aéreas são as mais prejudicadas nesse cenário, principalmente devido ao vírus. Elas dependem não só de uma retomada econômica, mas também sanitária. O cenário que tem se desenhado nos últimos dias volta a trazer alarde", diz Henrique Esteter, analista da Guide Investimentos. Os papéis da agência de turismo CVC (CVCB3), também dependente da locomoção de pessoas, recuaram 9,88%.

Gerdau

As ações da Gerdau (GGBR4) caíram 5,89%. A companhia apresentou balanço do terceiro trimestre nesta manhã. No período, a companhia registrou lucro líquido de 794,6 milhões de reais - 96,7% a mais do que no mesmo período do ano passado. A receita líquida ficou em 12,22 bilhões de reais, ficando 9,6% acima do consenso de mercado e 23%  superior à do terceiro trimestre de 2019. Analistas da Exame Research, consideraram o resultado forte, mas alertam que a alta recente dos papéis da empresa já vinham capturando uma surpresa positiva no balanço.

Raia Drogasil

Outra empresa que reportou balanço e caiu foi a Raia Drogasil (RADL3), fechando com baixa de 7,21%. No terceiro trimestre, o lucro líquido da empresa ficou em 175  milhões de reais, representando um crescimento anual de 19%, enquanto a receita bruta atingiu 5,4 bilhões de reais, superando em 13% a do mesmo período do ano passado. Os destaque positivos do balanço da rede de farmácias foram a abertura de 64 lojas e os 5,6 milhões de downloads de seu aplicativo. Por outro lado, a companha, que é líder no segmento de farmácias, perdeu market share na região Centro-Oeste. Embora considerem que esse efeito não vai deve se estender para os próximos trimestres, analistas da Exame Research acreditam que o preço do ativo também não está barato. "O prêmio embutido em seus múltiplos quando comparado a outros da cadeia de varejo limita a valorização no curto prazo."

Carrefour

Os papéis do Carrefour, que apresentou fortes dados operacionais na véspera, figurou entre as menores quedas do índice hoje, com recuo de 2,14%. No terceiro trimestre, as vendas totais do grupo cresceram 27,3% na comparação anual para 19,276 bilhões de reais. O destaque ficou com as vendas do Atacadão, que aumentaram 31,5% para 13.545 bilhões de reais. A receita e o lucro da empresa serão apresentados somente no balanço, que deve ser divulgado no dia 10 de novembro.

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