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Da Redação
Publicado em 29 de setembro de 2010 às 13h44.
Por Silvio Cascione
SÃO PAULO, 29 de setembro (Reuters) - O dólar chegou a cair
abaixo de 1,700 real nesta quarta-feira pela primeira vez no
ano, acompanhando a tendência global de desvalorização da moeda
norte-americana.
Mas, após o breve movimento, o mercado devolveu o dólar ao
patamar visto nos últimos dias, "respeitando" o piso informal
sinalizado pelo governo e marcado por barreiras técnicas no
segmento de opções.
A moeda norte-americana fechou a 1,705 real, em
queda de 0,29 por cento. É o menor patamar de fechamento desde
9 de novembro do ano passado.
Segundo a clearing (câmara de compensação) da BM&FBovespa,
houve ao menos uma operação registrada a 1,6999 real, durante a
manhã.
No exterior, o dólar teve mais uma jornada de baixa em meio
à expectativa de que o Federal Reserve aumente a oferta de
recursos na economia para estimular a recuperação do país. Às
16h40, o euro subia 0,4 por cento e superava 1,36 dólar
pela primeira vez em cinco meses [ID:nN29280990].
O que tem impedido o dólar de recuar com a mesma
intensidade no Brasil, segundo profissionais de mercado, é a
ameaça de que o governo tome medidas mais agressivas do que as
compras diárias de dólares --embora, na véspera, o ministro da
Fazenda, Guido Mantega, tenha descartado por ora alguma mudança
na tributação do capital estrangeiro em ações e renda fixa.
Para o operador de câmbio de um banco dealer, que preferiu
não ser identificado, outro motivo que inibe a baixa do dólar é
a existência de barreiras no mercado de opções abaixo de 1,70
real. Segundo ele, a breve queda do dólar aquém desse nível
pode ter sido uma tentativa frustrada de alguns investidores
para marcar posição.
Para os próximos dias, avalia Mario Battistel, gerente de
câmbio da Fair Corretora, a tendência é de que o mercado
continue espremido perto do nível de 1,70 real.
Ele citou a reunião do G20 em novembro como um importante
evento a ser monitorado, já que vários países têm reforçado as
intervenções no câmbio. "Mas a pressão (no dólar), claro, é
realmente para baixo", ponderou.
Mais cedo, dados do Banco Central mostraram que a entrada
de capitais no país perdeu força após um pico causado pela
capitalização da Petrobras . O fluxo positivo
desacelerou na semana passada para 736 milhões de dólares,
levando o resultado acumulado em setembro a 11,871 bilhões de
dólares [ID:nN29264063].
(Edição de Daniela Machado)