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CÂMBIO-Dólar quase estável; mercado de olho em ações do governo

SÃO PAULO, 11 de janeiro (Reuters) - O dólar operava praticamente estável nesta terça-feira, enquanto os investidores monitoravam o comportamento dos mercados internacionais e se mantinham alerta a qualquer atuação do governo. Às 10h45, o dólar era vendido a 1,690 real, em discreta alta de 0,12 por cento. Frente a uma cesta de moedas, o […]

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Da Redação

Publicado em 11 de janeiro de 2011 às 09h48.

SÃO PAULO, 11 de janeiro (Reuters) - O dólar operava
praticamente estável nesta terça-feira, enquanto os
investidores monitoravam o comportamento dos mercados
internacionais e se mantinham alerta a qualquer atuação do
governo.

Às 10h45, o dólar era vendido a 1,690 real, em
discreta alta de 0,12 por cento. Frente a uma cesta de moedas,
o dólar registrava leve baixa de 0,06 por cento.

Segundo especialistas, a moeda norte-americana ainda tem
espaço para ceder frente ao real, em meio ao forte ingresso de
capitais, mas as constantes intervenções do governo, inclusive
verbais, deixam o mercado mais travado, evitando derrubar muito
a cotação. Por outro lado, as atuações ainda não inverteram a
tendência de queda do dólar no longo prazo.

"O Banco Central vem com uma carga forte de atuação, o real
se desvaloriza um pouco, e daí fica neutro de notícias e o
mercado volta a cair", comentou Alfredo Barbutti, economista da
BGC Liquidez. "Depende do que o (ministro da Fazenda, Guido)
Mantega falar... existe sempre essa ameaça de intervenção."

Na véspera, a publicação no Diário Oficial da permissão
para que o Fundo Soberano atue no mercado de derivativos trouxe
à tona a possibilidade de retomada dos swaps cambiais
reversos.

A colocação desses contratos equivale a uma compra de
dólares no mercado futuro pelo Banco Central, o que favoreceria
uma apreciação da moeda norte-americana. Vale lembrar que os
estrangeiros - que apostam na desvalorização do dólar - atuam
no mercado futuro, então um swap cambial reverso acabaria
equilibrando o processo.

Em relatório diário sobre os mercados, o Banco Fator
afirmou que o real deve ficar estável, mas completou que, "se o
Fundo Soberano do Brasil começar a atuar no mercado de
derivativos, ele pode mudar esse panorama".

Barbutti, da BGC, acredita que um leilão de swap cambial
reverso só ocorreria se houvesse muita oferta de venda de
dólares no mercado futuro por estrangeiros, abrindo um canal de
compra da moeda norte-americana além dos bancos.

Ele lembrou que os bancos costumam atuar com venda de
dólares no mercado à vista e compra no mercado futuro, mas o
recente anúncio de que haverá recolhimento compulsório sobre
posição vendida excedente dos bancos deve limitar essa operação
casada.

"Como essa ponta de compra dos bancos no futuro pode se
enfraquecer, supondo que o estrangeiro volte a vender muito no
mercado futuro, abriria espaço para o Banco Central voltar a
fazer o swap reverso", explicou Barbutti.

No ambiente externo, os investidores seguem monitorando os
desdobramentos da crise de dívida na zona do euro. Alguns
investidores se mostraram céticos de que a promessa do Japão de
comprar bônus que podem ser emitidos por um fundo de resgate
europeu resultaria em novas compras do euro. O ministro das
Finanças japonês sugeriu que o Japão usaria euro que já possui
em caixa para comprar os bônus. [ID:nN11100517]

O euro subia 0,15 por cento, para 1,2970 dólar.

(Por Nathália Ferreira; Edição de Vanessa Stelzer)

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