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CÂMBIO-Atento ao governo, dólar fecha acima de R$1,70

Por Silvio Cascione SÃO PAULO, 22 de outubro (Reuters) - A incerteza causada pela intervenção frequente do governo empurrou a moeda norte-americana de volta ao patamar de 1,70 real nesta sexta-feira, para o maior nível desde 28 de setembro. A moeda norte-americana subiu 0,77 por cento, para 1,709 real. Na semana, marcada por um aumento […]

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Da Redação

Publicado em 22 de outubro de 2010 às 15h51.

Por Silvio Cascione

SÃO PAULO, 22 de outubro (Reuters) - A incerteza causada
pela intervenção frequente do governo empurrou a moeda
norte-americana de volta ao patamar de 1,70 real nesta
sexta-feira, para o maior nível desde 28 de setembro.

A moeda norte-americana subiu 0,77 por cento, para
1,709 real. Na semana, marcada por um aumento das restrições do
governo ao capital especulativo e pela alta do juro na China, o
dólar teve valorização de 2,6 por cento.

A alta do dólar foi determinada à tarde, após uma
entrevista do secretário do Tesouro, Arno Augustin, à Agência
Estado. Ele afirmou que as emissões externas em reais serão
frequentes, de olho no câmbio, e voltou a citar que o Fundo
Soberano está pronto como uma demonstração extra de força.

Após uma semana em que o governo elevou a 6 por cento o
imposto sobre capital estrangeiro em renda fixa, elevou a
taxação dos depósitos de margem de garantia na bolsa e vetou
operações aos investidores não-residentes com derivativos
--como o uso de cartas de fiança--, bastou uma intervenção
verbal para pressionar outra vez o dólar.

O estrategista de um banco em São Paulo, que preferiu não
ser identificado, citou que, além das medidas do governo, a
acomodação do mercado internacional na última semana também
ajudou a dar firmeza para a taxa de câmbio.

"O euro chegou a 1,41 dólar e agora ele deu uma segurada,
para 1,39", disse, em referência à máxima da moeda europeia
desde janeiro, registrada na semana passada.

ESTRANGEIRO COMPRA DÓLARES NO MERCADO FUTURO

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Marc Chandler, da Brown Brothers Harriman, oferece visão
parecida sobre a conjuntura global do câmbio. "O ímpeto de
baixa do dólar diminuiu, após a moeda cair de forma incansável
desde o começo do mês passado... A prudência sugere uma redução
das posições vendidas em dólares."

Esse movimento já tem ocorrido no mercado brasileiro,
mesclado com a incerteza dos estrangeiros sobre a intervenção
do governo. Desde o fim da semana passada, a posição vendida
líquida dos investidores não-residentes diminuiu em 25 por
cento, ou 4 bilhões de dólares, na BM&FBovespa.

Na visão de José Raymundo de Faria Jr., diretor técnico da
Wagner Investimentos, o dólar pode caminhar para 1,75 real caso
supere a barreira de 1,72 real. Mas, "enquanto ele estiver
abaixo das concentrações de 1,72, ele continua na sua tendência
de médio prazo de baixa", afirmou.

Para a próxima semana, a agenda norte-americana deve trazer
volatilidade, segundo Faria Jr., com o mercado atento a sinais
sobre o provável estímulo monetário a ser anunciado na próxima
reunião do Federal Reserve, na semana seguinte.

Além disso, o resultado da reunião do G20, neste fim de
semana na Coreia do Sul, será monitorado pelos agentes. De
acordo com uma fonte, a China se opõe a uma meta para as contas
correntes, conforme sugerido pelos Estados Unidos.

(Edição de Cesar Bianconi)

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