Brasileira Stone desaba 5% na Nasdaq após ofertar mais ações no mercado
Um total de 19,5 milhões de ações ordinárias classe A será vendido por US$ 40,50
Karla Mamona
Publicado em 3 de abril de 2019 às 15h56.
Última atualização em 30 de julho de 2019 às 13h29.
São Paulo - As ações da Stone, empresa brasileira de pagamentos, operavam em queda de 5,67% na tarde desta quarta-feira. Os papéis eram vendidos na casa dos US$ 39 na Nasdaq, bolsa americana.
Hoje pela manhã, a companhia anunciou o preço da sua oferta de follow-on (oferta subsequente de ações) , que veio a público na segunda-feira. Um total de 19,5 milhões de ações ordinárias classe A será vendido por US$ 40,50.
A oferta será encerrada em 5 de abril e os subscritores receberam uma opção de 30 dias para comprar até 2,9 milhões de ações adicionais pelo preço da oferta pública menos o desconto de subscrição. A oferta é secundária e, assim, Stone não receberá nenhum recurso em seu caixa.
O follow-on foi anunciado após o período delock-up, que é o prazo no qual os acionistas originais e administradores não podem vender as ações decorrentes do IPO. O prazo era até 23 de abril.
Em relatório divulgado ao mercado, a equipe de analistas do banco BTG Pactual destacouque todos os acionistas foram autorizados a vender na oferta, mas nem todos optarampor isso. Entre os vendedores estão os fundadores da companhia, Andre Street e Eduardo Pontes.
"OIPO teve uma oferta secundária muito pequena, os acionistas minoritários podem reagir maisnegativamente. Uma oferta secundária de 100% pode enviar uma mensagem mais negativa ao mercado,por isso, consideramos uma oferta primária ou uma M&A teria sido melhores opções para reforçar o capital da companhia em preparação para operadores mais agressivos."
A Stone estreou na bolsa americana em outubro do ano passado. O IPO foi bem sucedido e a empresa terminou o dia sendo avaliado em quase US$ 9 bilhões. Hoje, o valor de mercado é estimado em US$ 11 bilhões. A Stone atraiu nomes famosos para o IPO como a Ant Financial, subsidiária da gigante chinesa Alibaba, que aportou US$ 100 milhões na operação; e a Berkshire Hathaway, de Warren Buffett, que demonstrou interesse em comprar até 14,2 milhões de ações.
Números que assustam
No começo da semana, a Stone também apresentou seus dados preliminares do primeiro trimestre deste ano. O número de clientes ativos, o volume transacionado e receita total cresceram 90%, 60% e 85% no ano, respectivamente.
Para a equipe econômica da XP Investimentos, o sucesso da Stone, especialmente no mercado de pequenas e médias empresas através de um ótimo atendimento e proximidade com os clientes, é um dos motivos que faz com que a XP mantenha cautela em relação a Cielo, concorrente da Stone.
"A Cielo vem perdendo mercado e sendo forçada a baixar os preços no segmento, entre outras consequências, como maiores gastos com marketing e pessoal. "Hoje, as ações da Cielo operavam em queda de 2,52% na B3.