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Brasil Foods dribla aumento dos alimentos com repasses e ação segue atraente

Banco de investimentos elevou o preço-alvo para as ações da companhia de R$ 32 para R$ 35

HSBC também espera aprovação da fusão Perdigão-Sadia pelo CADE no 1º trimestre
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Da Redação

Publicado em 3 de fevereiro de 2011 às 14h38.

São Paulo – O cenário de preços altos e voláteis das matérias-primas chamou a atenção dos analistas do HSBC para as ações da Brasil Foods (BRFS3). A corretora elevou o preço-alvo para 12 meses dos papéis da empresa resultante da fusão entre a Perdigão e a Sadia de 32 reais para 35 reais, o que representa um potencial de valorização de 25,3 por cento frente a cotação atual.

A recomendação foi reiterada em overweight (alocação acima da média de mercado). Em relatórios aos clientes, os analistas Pedro Herrera e Diego Maia explicam que o aumento no custo dos produtos está sendo repassado pela companhia aos consumidores finais, tanto no mercado doméstico quanto no exterior.

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Segundo os analistas, isto é positivo para a companhia, especialmente se for considerada a grande exposição de produtos processados das marcas Sadia e Perdigão (51por cento da receita projetada para 2011). Herrera e Maia já projetam uma expansão nas margens da empresa na divulgação dos resultados do quarto trimestre de 2010.

O HSBC prevê que a Brasil Foods registrará uma receita líquida de 6,1 bilhões de reais nos três últimos meses do ano passado, o que representa um aumento de 15 por cento frente ao visto em igual período do ano anterior. Utilizando a mesma base de comparação, Herrera e Maia projetam um aumento de 90 por cento no Ebitda, com margem de 11,5 por cento, o que significa um avanço de 7 por cento em comparação ao registrado em 2010.

Para o exercício de 2010, o HSBC projeta uma receita líquida de 22,4 bilhões de reais, além de um Ebitda de 2,3 bilhões e margem de 10,5 por cento. Os resultados da companhia serão divulgados no dia 24 de fevereiro, após o encerramento do pregão.

Portfólio

A Brasil Foods planeja expandir seu segmento de produtos no mercado doméstico, ao mesmo tempo em que os volumes e preços no cenário externo continuam a se recuperar. "A Brasil Foods (BRF) é nossa aposta favorita no setor de proteínas do Brasil", enfatizam os analistas do HSBC.

"Salientamos os sólidos parâmetros de alavancagem da empresa, com índice dívida líquida/Ebitda de 1,9 vez no final do 3º trimestre de 2010, significativamente melhor que os de seus pares. Por conta disso, estimamos uma taxa de crescimento anual no Ebitda de 21 por cento para os próximos três anos."

Fusão Sadia – Perdigão

A fusão Perdigão-Sadia deverá ser aprovada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE, órgão antitruste brasileiro ) ainda no primeiro semestre de 2011, segundo os analistas do HSBC.

Por conta disso, eles elevaram as "projeções de sinergias em 25 por cento para 500 milhões de reais por ano, a fim de levar em consideração os ganhos de receita pelo melhor cenário de preços quando as operações das duas empresas forem consolidadas".

Eles reiteram ainda que Sadia e Perdigão continuam como entidades independentes, e receberam permissão apenas para combinar as operações internacionais, políticas financeiras/de risco, compras de grãos e vendas de carne in natura no mercado doméstico.

Contudo, "foram identificadas sinergias e os planos de integração já estão prontos para implementação assim que a aprovação antitruste chegar. Esperamos que a BRF foque na expansão internacional quando as atividades de consolidação estiverem em andamento".

Cenário para 2011

O HSBC ajustou as estimativas da Brasil Foods para 2011 e projeta uma receita líquida de 25 bilhões de reais, uma alta de 12 por cento em relação a 2010. Os aumentos nas receitas devem provir principalmente de maiores volumes (8 por cento) e preços (9 por cento em dólares) de exportação.

No mercado doméstico, os volumes aumentarão 7por cento, enquanto os preços 5 por cento, prevêem os analistas. O Ebitda deve atingir 2,9 bilhões de reais, um aumento de 23 por cento na comparação ano a ano, com margem de 11,5 por cento, ante 10,5 por cento em 2010.

"É importante observar que reduzimos ligeiramente nossas estimativas de receita líquida e Ebtida em 2011, em quatro e um por cento, respectivamente. Isso se deve à variação de 10 por cento na projeção da taxa de câmbio da equipe do HSBC, que passou de 1,84 real por unidade de dólar para 1,66 real. Além disso, em consequência das revisões em nossas expectativas de sinergias, nossa projeção de margem Ebitda no longo prazo melhorou. Em 2013, quando todas as sinergias forem extraídas, estimamos uma margem de 13,6 por cento, superior à nossa premissa anterior de 13,1 por cento".

Confira também: Brasil Foods negocia aumentos de 10% a 15% com clientes

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