Bovespa volta a mirar os 67 mil pontos após o Copom
Setores mais sensíveis ao consumo e dependentes de crédito - como construtoras, varejistas e bancos - tendem a ser os maiores beneficiados da taxa de juros em um dígito
Da Redação
Publicado em 8 de março de 2012 às 11h32.
São Paulo - O dia promete ser de fortes ganhos para a Bovespa , que volta a mirar o nível dos 67 mil pontos. O Ibovespa abriu em alta e, às 11h06, subia 1,30% a 66.874,39 pontos. Como se já não bastasse a alta acelerada dos mercados na Europa, esperançosos por um final feliz para a tragédia grega, o aumento no ritmo de redução dos juros básicos no país, promovido ontem pelo Comitê de Política Monetária (Copom), deve potencializar a valorização dos negócios locais, com a renda variável brasileira tornando-se cada vez mais atrativa. A possibilidade de o Federal Reserve injetar mais liquidez, em breve, também embala Wall Street.
"Se lá fora as bolsas sobem entre 1% e 2%, aqui tem de subir isso e um pouco mais, em função da decisão do Copom", avalia o diretor e sócio da gestora de recursos Cult Invest, Walter Mendes. Para o profissional, ainda que um corte mais agressivo na taxa Selic, de 0,75 ponto porcentual, estivesse precificado nos ativos de risco, ainda tem espaço para um ajuste residual.
"É difícil dizer que a decisão estava toda no preço, pois não havia um consenso", explica, lembrando que uma parcela do mercado ainda acreditava em uma queda de meio ponto porcentual nos juros. Contudo, o profissional avalia que ainda é muito cedo para dizer que haverá uma nova redução da mesma magnitude no próximo encontro, em abril. E, para ele, é essa decisão que deve movimentar com mais força a Bolsa no curto prazo.
Segundo Mendes, os setores mais sensíveis ao consumo doméstico e dependentes de crédito - como construtoras, varejistas e bancos - tendem a ser os maiores beneficiados da taxa básica de juros agora em um dígito, uma vez que o custo mais baixo do financiamento favorece seus negócios. Já as blue chips Petrobras e Vale devem continuar a encurtar o fôlego da Bolsa, diante de uma onda desfavorável de notícias.
Seja como for, o analista da Um Investimentos, Eduardo Oliveira, comenta, em relatório, que o atual ciclo de afrouxamento monetário, iniciado em agosto do ano passado, deve contribuir para o fluxo de capital na Bolsa, principalmente o estrangeiro. Além disso, agora com a Selic em 9,75%, os fundos de investimento DI e renda fixa mais conservadores perdem a atratividade, obrigando os investidores a assumirem um pouco mais de risco para garantir um melhor rendimento.
E hoje o exterior também contribui para uma arrancada da Bolsa. A Europa amanheceu animada, esperançosa de que a Grécia vai conseguir reestruturar sua dívida. De acordo com informações da imprensa internacional, 60% dos credores privados já estão prontos para aderir aos termos da troca, ampliando as chances de o porcentual mínimo exigido ser alcançado.
São Paulo - O dia promete ser de fortes ganhos para a Bovespa , que volta a mirar o nível dos 67 mil pontos. O Ibovespa abriu em alta e, às 11h06, subia 1,30% a 66.874,39 pontos. Como se já não bastasse a alta acelerada dos mercados na Europa, esperançosos por um final feliz para a tragédia grega, o aumento no ritmo de redução dos juros básicos no país, promovido ontem pelo Comitê de Política Monetária (Copom), deve potencializar a valorização dos negócios locais, com a renda variável brasileira tornando-se cada vez mais atrativa. A possibilidade de o Federal Reserve injetar mais liquidez, em breve, também embala Wall Street.
"Se lá fora as bolsas sobem entre 1% e 2%, aqui tem de subir isso e um pouco mais, em função da decisão do Copom", avalia o diretor e sócio da gestora de recursos Cult Invest, Walter Mendes. Para o profissional, ainda que um corte mais agressivo na taxa Selic, de 0,75 ponto porcentual, estivesse precificado nos ativos de risco, ainda tem espaço para um ajuste residual.
"É difícil dizer que a decisão estava toda no preço, pois não havia um consenso", explica, lembrando que uma parcela do mercado ainda acreditava em uma queda de meio ponto porcentual nos juros. Contudo, o profissional avalia que ainda é muito cedo para dizer que haverá uma nova redução da mesma magnitude no próximo encontro, em abril. E, para ele, é essa decisão que deve movimentar com mais força a Bolsa no curto prazo.
Segundo Mendes, os setores mais sensíveis ao consumo doméstico e dependentes de crédito - como construtoras, varejistas e bancos - tendem a ser os maiores beneficiados da taxa básica de juros agora em um dígito, uma vez que o custo mais baixo do financiamento favorece seus negócios. Já as blue chips Petrobras e Vale devem continuar a encurtar o fôlego da Bolsa, diante de uma onda desfavorável de notícias.
Seja como for, o analista da Um Investimentos, Eduardo Oliveira, comenta, em relatório, que o atual ciclo de afrouxamento monetário, iniciado em agosto do ano passado, deve contribuir para o fluxo de capital na Bolsa, principalmente o estrangeiro. Além disso, agora com a Selic em 9,75%, os fundos de investimento DI e renda fixa mais conservadores perdem a atratividade, obrigando os investidores a assumirem um pouco mais de risco para garantir um melhor rendimento.
E hoje o exterior também contribui para uma arrancada da Bolsa. A Europa amanheceu animada, esperançosa de que a Grécia vai conseguir reestruturar sua dívida. De acordo com informações da imprensa internacional, 60% dos credores privados já estão prontos para aderir aos termos da troca, ampliando as chances de o porcentual mínimo exigido ser alcançado.