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Bovespa tende a recuar por temor em relação ao Chipre

A proposta de ajuda financeira ao Chipre, anunciada no último sábado (16), contempla a taxação de correntistas do país, o que desencadeou uma corrida bancária por saques

Bovespa: às 10 horas, o Ibovespa caía 0,65%, aos 56.472,95 pontos (REUTERS/Neil Hall)
DR

Da Redação

Publicado em 18 de março de 2013 às 11h11.

São Paulo - Se ainda antes do aflorar de novas preocupações com a crise das dívidas na zona do euro a Bovespa já retornara aos níveis mais baixos do mês, na última sexta-feira (15), agora com a onda de aversão ao risco provocada após o polêmico resgate financeiro ao Chipre o mercado acionário doméstico tem chances de renovar o menor patamar de 2013 nesta segunda-feira.

Há menos de 1 mil pontos, ou aproximadamente 1,5%, de distância desse mínimo do ano, a busca por proteção tende favorecer os "vendidos" no jogo com os "comprados" neste dia de vencimento de opções sobre ações. Às 10 horas, o Ibovespa caía 0,65%, aos 56.472,95 pontos.

"Uma pequena ilha reacendeu as preocupações sobre toda a zona do euro, provocando queda generalizada dos preços dos ativos no mundo", comenta, em relatório diário, o economista da Órama Investimentos, Álvaro Bandeira.

No horário acima, o futuro do S&P 500 caía 0,86%, neste dia que reserva apenas a divulgação do índice de confiança das construtoras norte-americanas em março (11h), enquanto as principais bolsas europeias exibiam perdas ao redor de 1%.

A proposta de ajuda financeira ao Chipre, anunciada no último sábado (16), contempla a taxação de correntistas do país, o que desencadeou uma corrida bancária por saques e transferências de recursos e abala a confiança dos cidadãos nos líderes europeus, trazendo mais insatisfação popular. Os bancos cipriotas, porém, serão reabertos apenas na quarta-feira (20).

O valor do resgate ao Chipre é de 10 bilhões de euros, o que demanda a adoção de um imposto sobre os depósitos bancários, de 9,9% para valores acima de 100 mil euros, e de 6,75% para valores inferiores.

A medida, se aprovada pelo Parlamento do país, marca a primeira vez que tal estratégia será implementada em cinco anos da crise europeia. O Parlamento cipriota adiou para amanhã a votação sobre o resgate financeiro.


Para o economista Jason Vieira, da MoneYou, "a forte exposição dos bancos cipriotas à dívida grega mostrou sua pior faceta". E isso, acrescenta ele, deverá ser o motivo mais do que ideal para que haja uma realização de lucros consistente nos já esticados mercados internacionais, principalmente diante de uma agenda econômica limitada nesta semana.

"Os investidores estão receosos com a imposição de perdas aos depositantes do sistema bancário do Chipre que pode levar a uma perda de confiança no sistema financeiro de economias menores da zona do euro", avaliam, também em relatório, a equipe de analistas da Um Investimentos.

Tanto é que as perdas nas bolsas de Madri e de Milão chegam a 2%, contaminando ainda o retorno ao investidor dos bônus de 10 anos espanhóis, italianos e gregos.

Já a Bovespa encerrou a semana passada, aos 56.869 pontos, no menor nível desde 5 de março que, por sua vez, é trata-se do patamar mais baixo do ano. "É preciso cuidado para que o Ibovespa não caia abaixo dos 55.200 pontos, o que seria danoso para a Bolsa", avalia Bandeira, da Órama.

A questão é que o vencimento de opções sobre ações hoje tende a elevar a pressão vendedora sobre as blue chips brasileiras, penalizando a performance da Bolsa. As perdas acentuadas das principais commodities industriais negociadas no exterior tendem a potencializar o tamanho da queda livre dos papéis de maior peso na Bovespa.

Com isso, a reação de Petrobras ao novo plano de negócios para o período de 2013-2017 deve ser relegada. Na avaliação do Credit Suisse, ao menos no papel, a proposta de investimentos coloca a estatal petrolífera na direção certa.

Para a presidente da companhia, Graça Foster, os preços das ações da Petrobras na Bolsa estão subavaliados, com o valor de mercado da empresa considerando que cada barril já descoberto vale menos de US$ 3.

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São Paulo - Se ainda antes do aflorar de novas preocupações com a crise das dívidas na zona do euro a Bovespa já retornara aos níveis mais baixos do mês, na última sexta-feira (15), agora com a onda de aversão ao risco provocada após o polêmico resgate financeiro ao Chipre o mercado acionário doméstico tem chances de renovar o menor patamar de 2013 nesta segunda-feira.

Há menos de 1 mil pontos, ou aproximadamente 1,5%, de distância desse mínimo do ano, a busca por proteção tende favorecer os "vendidos" no jogo com os "comprados" neste dia de vencimento de opções sobre ações. Às 10 horas, o Ibovespa caía 0,65%, aos 56.472,95 pontos.

"Uma pequena ilha reacendeu as preocupações sobre toda a zona do euro, provocando queda generalizada dos preços dos ativos no mundo", comenta, em relatório diário, o economista da Órama Investimentos, Álvaro Bandeira.

No horário acima, o futuro do S&P 500 caía 0,86%, neste dia que reserva apenas a divulgação do índice de confiança das construtoras norte-americanas em março (11h), enquanto as principais bolsas europeias exibiam perdas ao redor de 1%.

A proposta de ajuda financeira ao Chipre, anunciada no último sábado (16), contempla a taxação de correntistas do país, o que desencadeou uma corrida bancária por saques e transferências de recursos e abala a confiança dos cidadãos nos líderes europeus, trazendo mais insatisfação popular. Os bancos cipriotas, porém, serão reabertos apenas na quarta-feira (20).

O valor do resgate ao Chipre é de 10 bilhões de euros, o que demanda a adoção de um imposto sobre os depósitos bancários, de 9,9% para valores acima de 100 mil euros, e de 6,75% para valores inferiores.

A medida, se aprovada pelo Parlamento do país, marca a primeira vez que tal estratégia será implementada em cinco anos da crise europeia. O Parlamento cipriota adiou para amanhã a votação sobre o resgate financeiro.


Para o economista Jason Vieira, da MoneYou, "a forte exposição dos bancos cipriotas à dívida grega mostrou sua pior faceta". E isso, acrescenta ele, deverá ser o motivo mais do que ideal para que haja uma realização de lucros consistente nos já esticados mercados internacionais, principalmente diante de uma agenda econômica limitada nesta semana.

"Os investidores estão receosos com a imposição de perdas aos depositantes do sistema bancário do Chipre que pode levar a uma perda de confiança no sistema financeiro de economias menores da zona do euro", avaliam, também em relatório, a equipe de analistas da Um Investimentos.

Tanto é que as perdas nas bolsas de Madri e de Milão chegam a 2%, contaminando ainda o retorno ao investidor dos bônus de 10 anos espanhóis, italianos e gregos.

Já a Bovespa encerrou a semana passada, aos 56.869 pontos, no menor nível desde 5 de março que, por sua vez, é trata-se do patamar mais baixo do ano. "É preciso cuidado para que o Ibovespa não caia abaixo dos 55.200 pontos, o que seria danoso para a Bolsa", avalia Bandeira, da Órama.

A questão é que o vencimento de opções sobre ações hoje tende a elevar a pressão vendedora sobre as blue chips brasileiras, penalizando a performance da Bolsa. As perdas acentuadas das principais commodities industriais negociadas no exterior tendem a potencializar o tamanho da queda livre dos papéis de maior peso na Bovespa.

Com isso, a reação de Petrobras ao novo plano de negócios para o período de 2013-2017 deve ser relegada. Na avaliação do Credit Suisse, ao menos no papel, a proposta de investimentos coloca a estatal petrolífera na direção certa.

Para a presidente da companhia, Graça Foster, os preços das ações da Petrobras na Bolsa estão subavaliados, com o valor de mercado da empresa considerando que cada barril já descoberto vale menos de US$ 3.

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