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Bovespa tem venda de papeis na abertura e recua

A combinação de uma inflação ainda salgada no Brasil com a queda das importações na China, ambos em fevereiro, abre espaço para uma realização de lucros da Bovespa

Bovespa: por volta das 10 horas, o Ibovespa caía 0,36%, aos 58.634,59 pontos, na pontuação mínima após abertura (Luiz Prado/Divulgação/BM&FBOVESPA)
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Da Redação

Publicado em 8 de março de 2013 às 10h34.

São Paulo - A combinação de uma inflação ainda salgada no Brasil com a queda das importações na China, ambos em fevereiro, abre espaço para uma realização de lucros da Bovespa nesta sexta-feira, após acumular ganhos de 5,2% nas duas últimas sessões.

Porém, a alta ensaiada pelos mercados internacionais deve atenuar a pressão nos negócios locais, com os investidores no aguardo dos números sobre o emprego nos Estados Unidos para definir a direção do dia.

Mesmo assim, qualquer movimento de queda nesta sexta-feira deve ser incapaz de anular a valorização acumulada ao longo desta semana. Por volta das 10 horas, o Ibovespa caía 0,36%, aos 58.634,59 pontos, na pontuação mínima após abertura.

O gerente de renda variável da Fator Corretora, Frederico Lukaisus, prevê uma abertura lateral para a Bolsa, mas com ligeiro viés de baixa, com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) trazendo certo estresse aos negócios com risco no início da sessão.

"Os dados de inflação merecem atenção, após o Banco Central atrelar sua estratégia de política monetária à evolução do cenário macroeconômico", avalia, referindo-se ao comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom) de quarta-feira, que acompanhou a decisão de manter a taxa básica de juros (Selic) estável em 7,25% ao ano.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o indicador oficial da inflação doméstica desacelerou para 0,60% em fevereiro, de +0,86% em janeiro, ficando perto do teto do intervalo das estimativas coletadas pelo AE Projeções, de 0,36% a 0,63%.

Nos últimos 12 meses até o mês passado, o IPCA acumula taxa de 6,31%, aproximando-se do teto da meta estipulada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), de 6,5%.


Lukaisus lembra que a Bolsa "andou muito, em muito pouco tempo" e um movimento de realização de lucros é "normal". "Houve um aumento na exposição aos ativos de risco brasileiros no curto prazo", justifica, acrescentando que esse "efeito manada" foi provocado mais por uma maior alocação de recursos, que estavam em caixa, do que por uma migração de ações de diferentes setores.

Porém, o profissional da Fator Corretora vê certa contenção no movimento, que não deve ameaçar o desempenho semanal do Ibovespa. É válido lembrar que, na semana passada, o índice à vista interrompeu uma sequência de seis quedas semanais consecutivas, ao subir ligeiro 0,33%. Entre a última sexta-feira (01) e a quinta-feira (07), porém, a valorização já chega a 3,45%.

O que deve ser o divisor de águas para o dia é o relatório oficial do mercado de trabalho nos Estados Unidos, que será divulgado às 10h30. O chamado payroll deve apresentar criação de 160 mil vagas de emprego no país em fevereiro, com a taxa de desemprego no período caindo a 7,8%, de 7,9%. Às 12 horas, é a vez das vendas e dos estoques norte-americanos no atacado em janeiro.

Por enquanto, os índices futuros das Bolsas de Nova York operam em alta, assim como as principais bolsas europeias, na expectativa por sinais de melhora da recuperação econômica nos EUA, após dados positivos de emprego já divulgados nesta semana. Ainda no horário acima, o futuro do S&P 500 subia 0,28%. Já a Bolsa de Frankfurt crescia 0,61%.


No exterior, os investidores receberam bem o crescimento maior do que o esperado das exportações chinesas em fevereiro, de 21,8% ante igual mês de 2012, o que ajudou a gerar um superávit comercial do país asiático no período, de US$ 15,25 bilhões, contrariando a previsão de déficit, de US$ 16 bilhões.

Porém, as ações de empresas brasileiras exportadoras de matérias-primas, principalmente as da Vale, devem ser influenciadas pela queda maior do que a esperada das importações chinesas no mês passado, em 15,2% no mês passado, em base anual, ante previsão de -10,0%.

Também deve pesar as acusações feitas na China de que as três maiores mineradoras mundiais - Vale e as anglo-australianas BHP Billiton e Rio Tinto - estariam manipulando os preços do minério de ferro no mercado à vista (spot).

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São Paulo - A combinação de uma inflação ainda salgada no Brasil com a queda das importações na China, ambos em fevereiro, abre espaço para uma realização de lucros da Bovespa nesta sexta-feira, após acumular ganhos de 5,2% nas duas últimas sessões.

Porém, a alta ensaiada pelos mercados internacionais deve atenuar a pressão nos negócios locais, com os investidores no aguardo dos números sobre o emprego nos Estados Unidos para definir a direção do dia.

Mesmo assim, qualquer movimento de queda nesta sexta-feira deve ser incapaz de anular a valorização acumulada ao longo desta semana. Por volta das 10 horas, o Ibovespa caía 0,36%, aos 58.634,59 pontos, na pontuação mínima após abertura.

O gerente de renda variável da Fator Corretora, Frederico Lukaisus, prevê uma abertura lateral para a Bolsa, mas com ligeiro viés de baixa, com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) trazendo certo estresse aos negócios com risco no início da sessão.

"Os dados de inflação merecem atenção, após o Banco Central atrelar sua estratégia de política monetária à evolução do cenário macroeconômico", avalia, referindo-se ao comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom) de quarta-feira, que acompanhou a decisão de manter a taxa básica de juros (Selic) estável em 7,25% ao ano.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o indicador oficial da inflação doméstica desacelerou para 0,60% em fevereiro, de +0,86% em janeiro, ficando perto do teto do intervalo das estimativas coletadas pelo AE Projeções, de 0,36% a 0,63%.

Nos últimos 12 meses até o mês passado, o IPCA acumula taxa de 6,31%, aproximando-se do teto da meta estipulada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), de 6,5%.


Lukaisus lembra que a Bolsa "andou muito, em muito pouco tempo" e um movimento de realização de lucros é "normal". "Houve um aumento na exposição aos ativos de risco brasileiros no curto prazo", justifica, acrescentando que esse "efeito manada" foi provocado mais por uma maior alocação de recursos, que estavam em caixa, do que por uma migração de ações de diferentes setores.

Porém, o profissional da Fator Corretora vê certa contenção no movimento, que não deve ameaçar o desempenho semanal do Ibovespa. É válido lembrar que, na semana passada, o índice à vista interrompeu uma sequência de seis quedas semanais consecutivas, ao subir ligeiro 0,33%. Entre a última sexta-feira (01) e a quinta-feira (07), porém, a valorização já chega a 3,45%.

O que deve ser o divisor de águas para o dia é o relatório oficial do mercado de trabalho nos Estados Unidos, que será divulgado às 10h30. O chamado payroll deve apresentar criação de 160 mil vagas de emprego no país em fevereiro, com a taxa de desemprego no período caindo a 7,8%, de 7,9%. Às 12 horas, é a vez das vendas e dos estoques norte-americanos no atacado em janeiro.

Por enquanto, os índices futuros das Bolsas de Nova York operam em alta, assim como as principais bolsas europeias, na expectativa por sinais de melhora da recuperação econômica nos EUA, após dados positivos de emprego já divulgados nesta semana. Ainda no horário acima, o futuro do S&P 500 subia 0,28%. Já a Bolsa de Frankfurt crescia 0,61%.


No exterior, os investidores receberam bem o crescimento maior do que o esperado das exportações chinesas em fevereiro, de 21,8% ante igual mês de 2012, o que ajudou a gerar um superávit comercial do país asiático no período, de US$ 15,25 bilhões, contrariando a previsão de déficit, de US$ 16 bilhões.

Porém, as ações de empresas brasileiras exportadoras de matérias-primas, principalmente as da Vale, devem ser influenciadas pela queda maior do que a esperada das importações chinesas no mês passado, em 15,2% no mês passado, em base anual, ante previsão de -10,0%.

Também deve pesar as acusações feitas na China de que as três maiores mineradoras mundiais - Vale e as anglo-australianas BHP Billiton e Rio Tinto - estariam manipulando os preços do minério de ferro no mercado à vista (spot).

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