Mercados

Bovespa segue mercado norte-americano e sobe

Apesar do sinal positivo da Bolsa, as incertezas domésticas seguem no radar


	Operadores na Bovespa: às 11h32, o Ibovespa exibia alta de 0,35%, aos 48.766,80 pontos
 (Germano Lüders/EXAME.com)

Operadores na Bovespa: às 11h32, o Ibovespa exibia alta de 0,35%, aos 48.766,80 pontos (Germano Lüders/EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 16 de março de 2015 às 13h29.

São Paulo - A Bovespa pega carona nos mercados internacionais e inicia a semana em alta, corrigindo parte das perdas de mais de 5,0% acumuladas na primeira metade de março.

A trajetória de ganhos do Ibovespa é puxada por Vale e bancos, enquanto Petrobras e o setor de siderurgia impedem um avanço mais consistente do índice à vista. Às 11h32, o Ibovespa exibia alta de 0,35%, aos 48.766,80 pontos.

Vale lembrar que hoje tem vencimento de opções sobre ações, o que pode inflar o volume de negócios nesta manhã.

Apesar do sinal positivo da Bolsa, as incertezas domésticas seguem no radar e foram potencializadas depois das manifestações contra a presidente Dilma Rousseff, no domingo, 15, em diversas cidades do País.

Há receios de que os protestos reforcem o quadro de insatisfação de parte da população, o que pode dificultar ainda mais o avanço das medidas de aperto fiscal propostas pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy.

"Se o apoio ao ajuste fiscal diminuir no governo ou no Congresso, isso vai determinar se o Brasil continuará ou não com o grau de investimento", alertou o economista para o Brasil do BBVA Research, Enestor dos Santos, ao Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado.

Em evento realizado em São Paulo hoje, Levy reiterou que o ajuste fiscal precisa ser feito de forma rápida e completa e disse que o governo está dialogando com o Congresso.

"Se a gente fizer o ajuste de forma rápida, de verdade e no tamanho necessário para estabilizar a dívida, as pessoas vão sentir o chão firme para voltar a tomar risco", afirmou o ministro, em palestra na Associação Comercial de São Paulo nesta manhã.

Ele disse que a consolidação do ajuste fiscal é importante para reduzir a incerteza e afirmou que, quando sabem qual é a regra do jogo, as pessoas podem tomar decisões e tomar risco. "Quanto maior a incerteza, mais difícil para as pessoas tomar risco", disse.

Na avaliação do ministro, o ajuste fiscal é crucial para o Brasil voltar a crescer.

"Só podermos entrar nessa etapa (de retorno do crescimento), se a primeira (etapa, a do ajuste) estiver pronta", afirmou.

Levy disse que é importante não ter medo do ajuste. "Se a gente fica com medo, vamos ter problemas", afirmou.

No mercado de câmbio, o dólar operava em queda perto das 11h30 em queda ante o real desde a abertura, num movimento de realização de lucros após terminar a sexta-feira passada negociado a R$ 3,2600 - maior nível desde abril de 2003.

A trajetória de baixa também acompanha o desempenho da moeda norte-americana no exterior. Às 11h28, o dólar à vista no balcão era negociado a R$ 3,2280, em queda de 0,98% ante o real.

No mercado futuro, a moeda para abril exibe desvalorização de 0,69%, cotada a R$ 3,2430.

Na renda fixa, as taxas de juros futuras recuam acompanhando o dólar e também em reação ao discurso do ministro da Fazenda.

Às 11h25, o DI para janeiro de 2016 apontava 13,83%, de 13,86% no ajuste de sexta-feira.

O DI para janeiro de 2017, 13,75%, de 13,78% antes de Levy e 13,79% no ajuste anterior.

O DI para janeiro de 2021, 13,20%. No ajuste de sexta-feira, 13, ele havia indicado 13,28%.

Em Wall Street, as bolsas de Nova York sobem desde a abertura. Há pouco, o índice Dow Jones exibia alta de 0,88%, o S&P 500 tinha alta de 0,86% e o Nasdaq avançava 0,76%.

Mais cedo, o Federal Reserve informou que a produção industrial norte-americana subiu 0,1% em fevereiro ante janeiro, considerando-se ajustes sazonais, abaixo da previsão de alta de 0,2%.

Já o dado de produção industrial de janeiro sofreu revisão e passou a mostrar queda de 0,3% na comparação com dezembro, ante a estimativa original de ganho de 0,2%.

Dos 68 papéis que compõem a carteira teórica do índice à vista, apenas quatro operavam em queda.

Apesar de o resultado ter vindo abaixo do esperado por analistas, o aparente enfraquecimento da atividade da indústria foi bem recebido pelos investidores, na esperança de que o dado reduza o ímpeto da autoridade monetária pelo início do ciclo de aumento dos juros.

Em reação aos números de produção industrial, os juros dos Treasuries foram às mínimas e o dólar perdeu força.

Vale lembrar que a autoridade monetária se reúne nesta semana.

Na Europa, as principais praças acionárias da região também avançam, na esteira dos estímulos monetários adotados pelo Banco Central Europeu (BCE), que beneficiam principalmente as ações de exportadoras e ajudam a ofuscar as preocupações com a Grécia.

Há pouco, a Bolsa de Frankfurt subia 1,84%, sendo negociada acima do nível psicológico de 12 mil pontos pela primeira vez na história.

Acompanhe tudo sobre:AçõesB3bolsas-de-valores

Mais de Mercados

Nômade digital e do interior de SP: quem é a gestora de 27 anos que vai lançar seu 1º ETF na bolsa

Buffett segue vendendo suas principais apostas na bolsa: BofA é a ação da vez

Ibovespa fecha em alta com forte valorização da Vale e CPI nos EUA

Inflação dos EUA, reação ao debate americano e recuperação das commodities: o que move o mercado