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Da Redação
Publicado em 12 de julho de 2011 às 10h29.
São Paulo - A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) abriu o dia em baixa, com investidores preocupados com um possível calote europeu em massa, além das incertezas sobre o aumento do teto do endividamento nos Estados Unidos. Às 10h09, o índice Bovespa (Ibovespa) caía 0,21%, aos 60.094 pontos.
Nesse horário, as perdas acentuadas no exterior logo no começo do dia foram apaziguadas, com as bolsas de Lisboa e de Milão de volta para o campo positivo. Rumores de que o Banco Central Europeu (BCE) e outros bancos centrais estariam comprando bônus da periferia europeia reforçaram o sentimento mais positivo quanto ao leilão de títulos do governo da Itália, visto como bem-sucedido apesar do custo mais salgado.
Para o chefe da mesa de renda variável de uma corretora paulista, aparentemente, o mercado só vai "sossegar" quando todos os "PIIGS" sofrerem ajustes em suas finanças públicas. "A Itália agora é a bola da vez (após Irlanda, Grécia, e Portugal), sendo que a Espanha é a derradeira letra", avalia.
Segundo ele, apesar de a Bolsa estar barata há tempos - ontem, o Ibovespa fechou no nível mais baixo em um ano - o ambiente ainda não está favorável. "Enquanto não houver uma maré mais tranquila, os negócios continuarão surfando em ondas altas e mais turbulentas", comenta. O especialista acrescenta que talvez nem mesmo a temporada de balanços nos EUA, que teve início ontem com os números trimestrais da Alcoa, seja capaz de acalmar o sentimento dos investidores. "A degradação da conjuntura macroeconômica global é mais acentuada", diz.
Mesmo assim, no noticiário corporativo, terminou sem acordo a reunião realizada pelo Conselho de Administração do Grupo Casino para avaliar as negociações entre o sócio Pão de Açúcar e o rival francês Carrefour. Para o Casino, a proposta pode destruir valor, com diluição da participação dos acionistas.
Mas, segundo o diretor-presidente da varejista brasileira, Abílio Diniz, ainda "há brechas" para um entendimento amigável. "É o que eu espero", reiterou. Ainda sobre a fusão, o governo brasileiro parece que não vai ajudar a financiar a operação. Depois de enfrentar críticas por concordar em participar do negócio, com um aporte de até R$ 4,5 bilhões, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) "lavou as mãos".