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Bovespa recua em meio a indefinições no exterior

Por Olívia Bulla São Paulo - A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) abriu o dia em baixa, diante das indefinições que assolam os investidores no Brasil e no exterior. O feriado nos Estados Unidos na próxima quinta-feira deve contribuir para reduzir a liquidez nos mercados ao longo da semana, elevando a dose de […]

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Da Redação

Publicado em 22 de novembro de 2010 às 10h16.

Por Olívia Bulla

São Paulo - A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) abriu o dia em baixa, diante das indefinições que assolam os investidores no Brasil e no exterior. O feriado nos Estados Unidos na próxima quinta-feira deve contribuir para reduzir a liquidez nos mercados ao longo da semana, elevando a dose de cautela dos agentes. Às 11h12 (horário de Brasília), o índice Bovespa (Ibovespa) recuava 0,59%, para 70.480 pontos.

O alívio dos mercados internacionais com o resgate financeiro à Irlanda teve fôlego curto, com os investidores avaliando qual país europeu deve ser o próximo da fila a pedir socorro. A ajuda ao Tigre Celta deve ser de até 90 bilhões de euros - portanto, abaixo dos mais de 100 bilhões de euros liberados meses antes à Grécia. No entanto, a exigência do Fundo Monetário Internacional (FMI) e da União Europeia (UE), que o país adote medidas austeras na área fiscal e reforme o sistema bancário, permanece a mesma. Fontes avaliam que Portugal, Espanha e Itália podem se tornar os próximos alvos dos mercados financeiros.

Do outro lado da mundo, a China segue firme na árdua tarefa de conter as pressões inflacionárias. O temor de medidas mais agressivas no campo da política monetária vem deteriorando o comportamento da Bolsa de Xangai. O analista da Senso Corretora, Antônio Cezar Amarante, diz que, em novembro, a bolsa chinesa registra queda de mais de 3%, o que eleva as perdas em 2010 para quase 12%, mesmo com um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) na casa dos 10%. Nesse sentido, as commodities buscam uma recomposição de preços, mas o cobre é pressionado pela notícia de que as importações do metal precioso pelo gigante emergente caíram 30% em outubro ante setembro, para o menor nível do ano.

No Brasil, é grande a expectativa quanto à definição da equipe econômica que fará parte do governo da presidente eleita Dilma Rousseff. Rumores dão conta de que é grande a chance de o presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, não permanecer no comando da autoridade monetária, com a política desenvolvimentista ganhando força e diminuindo a autonomia do BC.

Em relatório, a equipe de analistas da Lerosa Investimentos ressalta que a diminuição da probabilidade de permanência de Meirelles e o consequente aumento da interferência do Planalto nas decisões do BC podem contaminar o otimismo na Bolsa. Em todo caso, Amarante, da Senso, avalia que a política desenvolvimentista do governo Dilma pode favorecer os papéis ligados ao consumo interno, com o aumento dos gastos públicos financiando fortemente a atividade - o que, de qualquer forma, pode resultar em um problema fiscal no longo prazo.

Nos EUA, a semana será mais curta, por causa do Dia de Ação de Graças, na quinta-feira, o que manterá os mercados em Wall Street fechados. Na sexta-feira, o horário de funcionamento será reduzido. Por isso, a agenda econômica norte-americana está concentrada até quarta-feira. Hoje, o único indicador previsto para o dia é o índice de atividade regional do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) de Chicago, ainda pela manhã.

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