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Bovespa recua e está na lanterna entre as grandes bolsas

O Ibovespa amargou prejuízo pelo 3º ano consecutivo, com queda de 13,31%

O Ibovespa amargou prejuízo pelo 3º ano consecutivo, com queda de 13,31%: de 2012 para cá, a queda acumulada é de 29% (Nacho Doce/Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 31 de dezembro de 2015 às 09h49.

São Paulo - A conjunção de más notícias que assolou o Brasil em 2015, como a crise política, os desdobramentos da Operação Lava Jato , a recessão econômica e a perda do grau de investimento, fez a bolsa paulista recuar sete anos em pontuação (43.395) e ficar entre os piores desempenhos das bolsas mundiais.

O Ibovespa, principal índice da BM&F Bovespa, amargou prejuízo pelo terceiro ano consecutivo, com queda de 13,31%. De 2012 para cá, a queda acumulada é de 29%.

Numa lista de 12 índices de bolsas internacionais selecionadas pelo Estado, o Brasil ficou com a pior rentabilidade. O melhor desempenho foi o índice Merval, da Argentina, que sofreu o impacto da desvalorização cambial no país. Em seguida aparece, o FTSE Mib, da Itália, com alta de 12,66% e o Dax, da Alemanha, de 9,56%.

O resultado da bolsa brasileira em 2015 refletiu o desempenho negativo de duas das principais empresas brasileiras, Petrobras e Vale, cujas ações têm grande representatividade no Ibovespa.

Os papéis da petroleira, que vive uma de suas piores crises com a Operação Lava Jato e a perda de capacidade de investimento, caíram 32,73% (PN) e 10,32% (ON). No caso da mineradora, que sofre com a queda no preço das commodities e com os reflexos do acidente em Mariana (MG), o prejuízo foi ainda pior: queda de 37,63% (ON) e 43,56% (PNA) no ano.

As perdas respingaram nas contas dos trabalhadores que tinham recursos do FGTS aplicados em ações das duas empresas. Segundo dados da Caixa, até o dia 29, os fundos da Petrobrás registravam queda de até 12% e os da Vale, de 40%. Em 2014, esses fundos já tiveram prejuízos de cerca de 38% e 35%, respectivamente.

Segundo Fabio Colombo, administrador de investimentos, com a queda da Bolsa e a alta do dólar, os ativos brasileiros ficaram muito baratos.

No balanço de 2015 calculado por ele, a moeda americana ficou no topo, com valorização de mais de 48%. O segundo lugar no ranking de 2015 ficou com o euro, que subiu 43,67%, seguido pelo ouro, com alta de 33,63%.

As aplicações indexadas à inflação ganharam daquelas atreladas aos juros, como renda fixa, DI e poupança. Os títulos atrelados ao IPCA, por exemplo, tiveram valorização de 17,66%. Os fundos de renda fixa ganharam, em média, 13,49%; os DI, 13,17%; e os CDBs, 12,88%.

A tradicional caderneta de poupança só ficou atrás da Bolsa. Rendeu apenas 8,07%, segundo os cálculo de Colombo. Ou seja, quem aplicou na caderneta perdeu dinheiro, pois a inflação foi maior.

Segundo Colombo, o balanço de 2015 reflete tanto o cenário desfavorável do mercado internacional, com queda no preço das commodities, como a turbulência interna.

"A recessão econômica e a inflação acima do esperado, o desajuste das contas fiscais, a Lava Jato, a falta de apoio parlamentar para aprovar as medidas de ajuste fiscal e o rebaixamento das notas de crédito do Brasil atrapalharam demais os investimentos."

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São Paulo - A conjunção de más notícias que assolou o Brasil em 2015, como a crise política, os desdobramentos da Operação Lava Jato , a recessão econômica e a perda do grau de investimento, fez a bolsa paulista recuar sete anos em pontuação (43.395) e ficar entre os piores desempenhos das bolsas mundiais.

O Ibovespa, principal índice da BM&F Bovespa, amargou prejuízo pelo terceiro ano consecutivo, com queda de 13,31%. De 2012 para cá, a queda acumulada é de 29%.

Numa lista de 12 índices de bolsas internacionais selecionadas pelo Estado, o Brasil ficou com a pior rentabilidade. O melhor desempenho foi o índice Merval, da Argentina, que sofreu o impacto da desvalorização cambial no país. Em seguida aparece, o FTSE Mib, da Itália, com alta de 12,66% e o Dax, da Alemanha, de 9,56%.

O resultado da bolsa brasileira em 2015 refletiu o desempenho negativo de duas das principais empresas brasileiras, Petrobras e Vale, cujas ações têm grande representatividade no Ibovespa.

Os papéis da petroleira, que vive uma de suas piores crises com a Operação Lava Jato e a perda de capacidade de investimento, caíram 32,73% (PN) e 10,32% (ON). No caso da mineradora, que sofre com a queda no preço das commodities e com os reflexos do acidente em Mariana (MG), o prejuízo foi ainda pior: queda de 37,63% (ON) e 43,56% (PNA) no ano.

As perdas respingaram nas contas dos trabalhadores que tinham recursos do FGTS aplicados em ações das duas empresas. Segundo dados da Caixa, até o dia 29, os fundos da Petrobrás registravam queda de até 12% e os da Vale, de 40%. Em 2014, esses fundos já tiveram prejuízos de cerca de 38% e 35%, respectivamente.

Segundo Fabio Colombo, administrador de investimentos, com a queda da Bolsa e a alta do dólar, os ativos brasileiros ficaram muito baratos.

No balanço de 2015 calculado por ele, a moeda americana ficou no topo, com valorização de mais de 48%. O segundo lugar no ranking de 2015 ficou com o euro, que subiu 43,67%, seguido pelo ouro, com alta de 33,63%.

As aplicações indexadas à inflação ganharam daquelas atreladas aos juros, como renda fixa, DI e poupança. Os títulos atrelados ao IPCA, por exemplo, tiveram valorização de 17,66%. Os fundos de renda fixa ganharam, em média, 13,49%; os DI, 13,17%; e os CDBs, 12,88%.

A tradicional caderneta de poupança só ficou atrás da Bolsa. Rendeu apenas 8,07%, segundo os cálculo de Colombo. Ou seja, quem aplicou na caderneta perdeu dinheiro, pois a inflação foi maior.

Segundo Colombo, o balanço de 2015 reflete tanto o cenário desfavorável do mercado internacional, com queda no preço das commodities, como a turbulência interna.

"A recessão econômica e a inflação acima do esperado, o desajuste das contas fiscais, a Lava Jato, a falta de apoio parlamentar para aprovar as medidas de ajuste fiscal e o rebaixamento das notas de crédito do Brasil atrapalharam demais os investimentos."

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