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BOVESPA-Mercado cai mais de 1% com preocupação por crédito

(Texto atualizado com dados oficiais de fechamento e comentários de mercado) Por Silvio Cascione SÃO PAULO, 9 de novembro (Reuters) - A forte queda de ações ligadas a crédito derrubou o principal índice da Bovespa em mais de 1 por cento nesta terça-feira, em um pregão marcado por rumores sobre um possível aumento dos depósitos […]

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Da Redação

Publicado em 9 de novembro de 2010 às 17h46.

(Texto atualizado com dados oficiais de fechamento e
comentários de mercado)

Por Silvio Cascione

SÃO PAULO, 9 de novembro (Reuters) - A forte queda de ações
ligadas a crédito derrubou o principal índice da Bovespa em
mais de 1 por cento nesta terça-feira, em um pregão marcado por
rumores sobre um possível aumento dos depósitos compulsórios.

O Ibovespa perdeu 1,35 por cento, a 71.679 pontos.
O giro financeiro do pregão foi de 6,82 bilhões de reais.

O índice chegou a superar 73 mil pontos pela manhã,
voltando a se aproximar do recorde histórico de 73.920 pontos.
Mas, à tarde, o índice cedeu a diversos rumores envolvendo as
ações ligadas ao setor financeiro, especialmente bancos.

O mais comum, citado por quatro profissionais de mercado
ouvidos pela Reuters, foi o de que o Banco Central estaria
prestes a anunciar um aumento dos depósitos compulsórios. A
medida restringiria a oferta de crédito no país, ajudando a
enfrentar a inflação sem a necessidade de um aumento no juro.

A assessoria de imprensa do BC disse que não havia previsão
de nenhum anúncio, mas jornalistas aguardavam mais informações
no prédio da entidade, em Brasília.

"O pessoal está um pouco preocupado com uma possível
escalada inflacionária, depois de toda essa injeção de liquidez
por parte do Fed (banco central norte-americano)", disse o
operador de renda variável de uma corretora em São Paulo, que
preferiu não ser identificado.

Pela manhã, o Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE) divulgou que a inflação no varejo, medida
pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), subiu mais
que o esperado em outubro e atingiu o maior nível desde
fevereiro, com taxa de 0,75 por cento. Em 12 meses, a inflação
é de 5,20 por cento, acima do centro da meta de 4,5 por cento.

"Com aumento do compulsório, você diminui a liquidez,
principalmente do setor bancário. Você diminui o crédito",
disse Luiz Roberto Monteiro, assessor de investimentos da
corretora Souza Barros. Ele ponderou, no entanto, que não havia
nenhuma confirmação sobre a possível mudança.

Entre os bancos, Santander Brasil caiu 5,59 por
cento, para 24,50 reais, e Bradesco perdeu 2,96 por
cento, para 36 reais. As construtoras, cujo crescimento tem se
baseado principalmente na expansão do crédito, viram a Gafisa
desabar 6,04 por cento, a 13,53 reais, e a Cyrela
perder 5,39 por cento, para 21,05 reais.

Entre as ações ligadas ao consumo, Lojas Americanas
recuaram 3,5 por cento, para 17,90 reais, e Ambev
teve baixa de 3,06 por cento, a 232,65 reais.

Entre os papéis com maior volume no mercado, a ação
preferencial da Vale teve baixa de 0,14 por cento, a
49,69 reais, e o papel PN da Petrobras --que divulga
balanço no dia 11-- caiu 1,49 por cento, a 27,12 reais.

No lado positivo, a empresa de transporte ferroviário ALL
teve a maior alta, 3,24 por cento, a 15,95 reais,
após divulgar crescimento de 19,5 por cento no lucro líquido no
terceiro trimestre, apoiado em aumento no volume transportado.

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