Mercados

Investidores mantêm desconfiança e índice recua 2,4%

Embora a queda já fosse pronunciada ao longo do dia, ela ficou mais intensa no final do pregão, após o governo confirmar a redução de R$ 50 bi

Guido Mantega e Miriam Belchior anunciaram hoje um corte de R$ 50 bilhões para 2011 (Renato Araujo/ABr)

Guido Mantega e Miriam Belchior anunciaram hoje um corte de R$ 50 bilhões para 2011 (Renato Araujo/ABr)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de março de 2011 às 18h05.

São Paulo - O principal índice das ações brasileiras caiu mais de 2 por cento nesta quarta-feira, para os menores níveis desde o fim de agosto, com a continuidade da saída de estrangeiros para outras bolsas.

O Ibovespa <.BVSP> recuou 2,36 por cento, para 64.217 pontos. É o menor patamar de fechamento desde 26 de agosto. O giro financeiro do pregão foi de 7,52 bilhões de reais.

Embora a queda já fosse pronunciada ao longo do dia, ela ficou mais intensa no final do pregão, após o governo confirmar a redução de 50 bilhões de reais nos gastos previstos no Orçamento da União para este ano. O número, apesar de ter agradado a vários economistas, já era esperado.

"Cabe indagar... se este (corte) é exequível. Claro que o mercado está cobrando este preço ao recuar fortemente", afirmou Julio Hegedus, economista da corretora Interbolsa, em nota.

Nos cinco primeiros pregões de fevereiro, os estrangeiros já retiraram 844,6 milhões de reais da Bovespa.

Analistas têm mencionado a melhora da economia dos Estados Unidos como um dos fatores que transfere capital de economias emergentes como a do Brasil para Nova York, mas muitos também citam a preocupação com a estratégia do governo para combater a inflação e a queda do dólar.

Ações ligadas ao varejo estiveram entre as mais afetadas, devolvendo os ganhos da sessão anterior. Lojas Renner recuou 4,84 por cento, para 48,72 reais, e Lojas Americanas caiu 3,62 por cento, a 12,77 reais.

Entre os papéis de maior liquidez, que sofrem especialmente com a saída dos investidores estrangeiros, as preferenciais da Petrobras perderam 2,89 por cento, a 26,18 reais, e as da Vale tiveram queda de 2,44 por cento, a 48,69 reais.

Poucas ações se livraram da queda. Um dos destaques de alta foi BM&FBovespa , com valorização de 3,57 por cento, a 11,60 reais, tendo avançado mais de 6 por cento na máxima, seguindo a tendência do setor no mundo.

A NYSE Euronext e a Deutsche Boerse confirmaram nesta quarta-feira que estão em negociações avançadas para uma fusão. Além disso, a bolsa de valores de Londres está em conversas adiantadas para adquirir o grupo detentor da bolsa de Toronto.

Outro destaque positivo ficou para as ações do grupo EBX, após teleconferência do empresário Eike Batista. LLX avançou 6,68 por cento, a 3,99 reais, e, fora do índice, MPX teve alta de 4,36 por cento, a 32,10 reais.

Segundo Eike, os ativos de carvão da mineradora MPX na Colômbia serão cindidos em uma nova empresa, denominada CCX (Colombian Coal), com a qual o empresário quer levantar entre 1 bilhão e 1,5 bilhão de dólares em uma abertura de capital.

Leia mais: Ação da BM&FBovespa tem forte alta após movimento de fusões entre bolsas

Portfólio: Ações de varejo: O bonde já passou?

Acompanhe tudo sobre:Açõesbolsas-de-valores

Mais de Mercados

“Não tente acertar o futuro”: a lição de Howard Marks a investidores brasileiros

“Continuamos acreditando que o governo vai fazer o certo”, diz CEO do Santander

Ibovespa vira e fecha em queda pressionado por NY

Balanço do Santander, PMI dos EUA e da zona do euro, Tesla e Campos Neto: o que move o mercado

Mais na Exame