Bovespa: giro financeiro do pregão de hoje foi de 7,9 bilhões de reais (Germano Lüders/EXAME)
Da Redação
Publicado em 31 de outubro de 2013 às 18h41.
São Paulo - A Bovespa subiu levemente nesta quinta-feira, garantindo em outubro a quarta alta mensal consecutiva, com especialistas prevendo mais ganhos em novembro após a OGX ser excluída dos índices e em meio ao otimismo com Petrobras.
O Ibovespa fechou a sessão com avanço de 0,15 por cento, a 54.256 pontos. No mês, o ganho foi de 3,66 por cento. O giro financeiro do pregão foi de 7,9 bilhões de reais.
A endividada petroleira OGX, que pediu recuperação judicial na véspera, teve nesta quinta-feira seu último dia como componente do Ibovespa e de outros índices. Neste ano, o papel recuou mais de 97 por cento, agregando uma boa dose de volatilidade ao índice, o que afastou investidores.
Para especialistas, livre da OGX, a bolsa deve encontrar espaço para avançar até o fim do ano, apesar de pouco ter se alterado na economia doméstica em termos de indicadores e nas perspectivas para o programa de estímulos do Federal Reserve, banco central norte-americano, que deve ser reduzido em 2014.
"A confiança está começando a voltar para o investidor nacional e o estrangeiro está comprado na bolsa", afirmou o analista Henrique Kleine, da Corretora Magliano. "A OGX vai sair do índice, e a Petrobras está voltando à sobriedade".
A Petrobras, cuja ação preferencial tem o segundo maior peso do Ibovespa, submeteu ao seu Conselho de Administração uma nova política de preços que prevê reajustes automáticos e periódicos de combustíveis, conforme a necessidade de alinhamento com os valores praticados no mercado internacional.
A estatal teve queda de 39 por cento em seu lucro líquido do terceiro trimestre, que foi prejudicado pela defasagem de preços. "Quase todos os analistas estão elevando as projeções para a ação devido a essa notícia (da mudança na metodologia)", afirmou o analista Leandro Silvestrini, da Intrader.
Após se destacar em outubro, o setor de siderurgia também deve avançar em novembro, após empresas como Usiminas e Gerdau divulgarem fortes resultados no terceiro trimestre.
"O setor já estava bastante atrasado em relação ao restante da bolsa. A China parou de desacelerar, e, se a economia do país melhorar, aí o setor vai andar mais", afirmou o analista Hamilton Alves, do BB Investimentos, que também prevê um aumento do volume negociado da bolsa em novembro.
A partir de sexta-feira, o Ibovespa será rebalanceado para compensar a saída da OGX, o que, segundo os analistas Felipe Hirai e Marina Valle, do Credit Suisse, deve beneficiar as maiores participantes do índice como Petrobras, Vale, Itaú Unibanco, Bradesco e Banco do Brasil.
De acordo com eles, a saída da OGX também deve influenciar os mercados de futuros e de aluguel de ações. "Atualmente, a OGX pesa cerca de 2,99 por cento do índice, e sua saída levaria a um impacto negativo no curto prazo, mas reduziria a volatilidade do Ibovespa, aumentaria a liquidez dos futuros e reduzirá as taxas de aluguel", afirmaram em relatório.