Bovespa fecha no azul com derrota de Trump no Congresso
Na iminência de uma derrota, Trump pediu aos líderes republicanos na Câmara dos Deputados que cancelassem a votação da nova lei de saúde
Reuters
Publicado em 24 de março de 2017 às 18h47.
São Paulo - O principal índice da Bovespa fechou em alta nesta sexta-feira, após a Câmara dos Deputados dos Estados Unidos cancelar a votação do projeto que altera o sistema de saúde norte-americano, evitando que uma derrota retumbante de Donald Trump colocasse em risco a agenda de reformas econômicas do presidente dos EUA.
O Ibovespa subiu 0,51 por cento, a 63.853 pontos. Na semana, o índice acumulou baixa de 0,55 por cento, contabilizando a terceira semana seguida de perdas. O giro financeiro era de 7,3 bilhões de reais.
O mercado esperava esta votação para avaliar a força de Donald Trump no Congresso para implementar outras promessas de campanha, como cortes de impostos.
Mas na iminência de uma derrota, Trump pediu aos líderes republicanos na Câmara dos Deputados que cancelassem a votação.
Investidores estavam preocupados que uma derrota de Trump comprometesse a sua habilidade de levar adiante as prometidas reformas econômicas.
Mas alguns analistas e investidores de Wall Street viram no fracasso do projeto de lei um catalisador para o avanço da reforma tributária, em particular, considerada positiva para os mercados.
O cenário político local também favoreceu o tom de cautela visto na maior parte do dia, conforme aumentam os receios de que o governo terá de ceder para conseguir avançar na reforma da Previdência.
Na véspera, fontes disseram à Reuters que o governo estuda mexer nas regras da aposentadoria rural e no sistema de transição entre o atual e o novo sistema para facilitar o trâmite da proposta no Congresso Nacional.
Além disso, a afirmação do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, de que o governo vai aumentar impostos para cumprir a meta de déficit primário também ajudou a tirar fôlego do mercado.
Destaques
- CEMIG PN subiu 3,87 por cento, entre as maiores altas do Ibovespa, mostrando alguma recuperação após acumular queda de 15 por cento nos três primeiros pregões da semana. No radar, estava ainda a notícia publicada pela Reuters na quinta-feira de que a elétrica planeja vender uma fatia maior que a prevista inicialmente em sua subsidiária Light.
- ITAÚ UNIBANCO PN avançou 1,08 por cento e BRADESCO PN ganhou 1,44 por cento, ajudando o tom positivo do Ibovespa devido ao peso dos papéis em sua composição.
- JBS ON subiu 1,11 por cento, na máxima do dia, após sessão marcada por alguma volatilidade. Na mínima do dia, as ações caíram 2,4 por cento. A processadora de carnes informou na véspera que suspendeu a produção de carne bovina em 33 de suas 36 unidades no país por três dias, enquanto espera definições sobre suspensões de importações por vários mercados consumidores em meio a desdobramentos da operação Carne Fraca, da Polícia Federal.
- BRF ON perdeu 0,22 por cento, também em sessão volátil, com os papéis subindo 0,6 por cento na máxima e perdendo cerca de 2 por cento na mínima. Uma fonte informou à Reuters na véspera que a gigante de alimentos está quebrando ovos que eventualmente iriam gerar frangos para abate para reduzir sua produção futura. A ação acontece em meio aos problemas de mercado causados pela operação Carne Fraca, da Polícia Federal.
- CYRELA ON caiu 1,92 por cento. A construtora e incorporadora teve queda de 68 por cento no lucro líquido do quarto trimestre do ano passado ante igual período de 2015, para 31 milhões de reais, com queda de receita e reduções de preço do metro quadrado.