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Bovespa fecha em queda com setor financeiro, Petrobras e Vale

Na véspera, o índice de referência do mercado acionário brasileiro fechou em alta de mais de 2%, na esteira da decisão de juros nos EUA

Bovespa: a decisão do STF de que inclusão de ICMS em base de cálculo da PIS/Cofins é inconstitucional ocupou as atenções, assim como balanços corporativos (Paulo Fridman/Bloomberg News/Bloomberg)

Bovespa: a decisão do STF de que inclusão de ICMS em base de cálculo da PIS/Cofins é inconstitucional ocupou as atenções, assim como balanços corporativos (Paulo Fridman/Bloomberg News/Bloomberg)

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Reuters

Publicado em 16 de março de 2017 às 18h50.

Última atualização em 16 de março de 2017 às 20h32.

São Paulo - O principal índice da Bovespa fechou em queda nesta quinta-feira, pressionado pelas ações do setor financeiro, da Petrobras e da Vale, em sessão de fraqueza em Wall Street e intenso noticiário local.

O Ibovespa caiu 0,68 por cento, a 65.782 pontos. O volume financeiro somou 7,6 bilhões de reais.

Na véspera, o índice de referência do mercado acionário brasileiro fechou em alta de mais de 2 por cento, na esteira da decisão de juros nos Estados Unidos.

As principais bolsas dos Estados Unidos fecharam perto da estabilidade nesta quarta-feira, com agentes financeiros embolsando lucros em ações do setor de saúde. O S&P 500 recuou 0,16 por cento.

Na cena doméstica, a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de que inclusão de ICMS em base de cálculo da PIS/Cofins é inconstitucional ocupou as atenções, assim como balanços corporativos. A cena política também seguiu no radar.

Apesar do efeito positivo em alguns setores, agentes financeiros mostraram certo receio com o efeito negativo da decisão do STF nas contas públicas, incluindo a possibilidade de aumento de outros impostos e contribuições federais.

"A notícia ajudou na realização de lucros", disse o operador da BGC Liquidez Alexandre Soares, citando também cautela com desdobramentos dos depoimentos dos executivos da empreiteira Odebrecht.

Destaques

- PETROBRAS PN recuou 3,45 por cento e PETROBRAS ON cedeu 2,51 por cento, diante de fraqueza dos preços do petróleo e decisão do Tribunal de Contas da União (TCU) de revogar, com ressalvas, medida cautelar que suspendia a venda de ativos da petroleira, mas obrigando a maior parte dos processos a voltar à estaca zero.

- ITAÚ UNIBANCO PN fechou em queda de 1,28 por cento, pesando no Ibovespa em razão do elevada participação que detém no índice, com alguns operadores citando realização de lucros após ganhos no setor. Em 2017, Itaú PN contabiliza alta de 18 por cento. BRADESCO PN recuou 0,46 por cento.

- VALE PNA caiu 2,65 por cento e VALE ON recuou 2,37 por cento, após alta de mais de 12 por cento nos últimos três pregões, apesar do avanço do minério de ferro na China.

- BM&FBOVESPA ON recuou 4,98 por cento, liderando as perdas do índice. A equipe de estratégia do Santander Brasil ajustou seu portfólio e entre as mudanças substituiu em sua lista "top picks" as ações da bolsa pelas da empresa de aluguel de veículos e gestão de frotas LOCALIZA, que encerrou com elevação de 4,14 por cento.

- TIM PARTICIPAÇÕES ON subiu 2,3 por cento e TELEFÔNICA BRASIL PN ganhou 1,75 por cento, ajudadas pela decisão do STF sobre o ICMS. Analistas do Morgan Stanley destacaram em relatório que o setor de telecomunicações está entre os principais beneficiados.]

- CEMIG PN, que também tende a se beneficiar da decisão do STF, avançou 3,3 por cento, tendo ainda como pano de fundonotícia da Reuters de que a elétrica mineira pretende vender mais de metade de sua fatia de 52 por cento na distribuidora e geradora Light, que não está no Ibovespa e fechou em baixa de 2,59 por cento.

- SUZANO PAPEL E CELULOSE avançou 6,76 por cento e FIBRIA valorizou-se 4,35 por cento na ponta positiva do Ibovespa, em meio a perspectivas ainda favoráveis para os preços de celulose.

- BR MALLS ON recuou 3,52 por cento, após balanço do quarto trimestre, com números operacionais considerados fracos. A administradora de shopping centers teve lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado296,5 milhões de reais, queda de 10,4 por cento.

- ESTÁCIO PARTICIPAÇÕES ON subiu 0,89 por cento, em meio à repercussão favorável do resultado do quatro trimestre da empresa de ensino, com lucro de 124 milhões de reais, ante lucro um ano antes de 53 milhões de reais.

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