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Bovespa fecha em baixa por apreensão com cena doméstica

A Bovespa devolveu os ganhos exibidos pela manhã e fechou em baixa


	BM&FBovespa: o Ibovespa caiu 0,37 por cento, a 47.596 pontos, mas fechou a semana com ganho acumulado de 0,76 por cento
 (REUTERS/Nacho Doce)

BM&FBovespa: o Ibovespa caiu 0,37 por cento, a 47.596 pontos, mas fechou a semana com ganho acumulado de 0,76 por cento (REUTERS/Nacho Doce)

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Da Redação

Publicado em 23 de outubro de 2015 às 16h52.

São Paulo - A Bovespa devolveu os ganhos exibidos pela manhã e fechou em baixa nesta sexta-feira, com apreensão com a situação política e fiscal local se sobrepondo à empolgação gerada por medidas para sustentar o crescimento da China e expectativa de que a política monetária na zona do euro continuará expansionista.

O Ibovespa caiu 0,37 por cento, a 47.596 pontos, mas fechou a semana com ganho acumulado de 0,76 por cento. O giro financeiro do pregão foi de 6,2 bilhões de reais.

O índice chegou a avançar 2,23 por cento pela manhã, surfando no avanço dos mercados acionários globais após notícia de que o banco central da China cortou as taxas de juros pela sexta vez desde novembro, em outra tentativa para impulsionar a segunda maior economia do mundo.

A decisão do BC chinês somou-se à fala do presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi, na véspera, sinalizando a possibilidade de ampliação do programa de estímulo monetário na reunião de dezembro.

Contudo, a Bovespa foi progressivamente perdendo força a partir do meio dia.

"O lado da economia doméstica pesa, teve o déficit em transações correntes, tem ainda o déficit fiscal de 2015 que o governo não está anunciando, mas as contas estão sendo feitas.

Acabam pesando todas as complicações e o mercado devolve, mas a semana ainda é positiva", disse o economista-chefe da ModalMais, Alvaro Bandeira.

Na quinta-feira, uma fonte do Palácio do Planalto disse à Reuters que o governo federal deve encaminhar ao Congresso Nacional previsão de que fechará as contas neste ano com um rombo de 70 bilhões de reais, já incluindo recursos para cobrir as chamadas "pedaladas fiscais".

Também no front econômico, dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) mostraram o fechamento de 95.602 vagas formais de trabalho em setembro no Brasil, ante expectativa de fechamento de 65 mil empregos.

Além disso, fonte da equipe econômica do governo afirmou nesta sexta-feira que o Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou resolução que reduz em 30,5 bilhões de reais o limite para operações do Programa de Sustentação do Investimento (PSI).

DESTAQUES

=HYPERMARCAS ganhou 3,49 por cento, após a Reuters noticiar que a empresa está em negociações avançadas para vender sua divisão de fraldas para o grupo norte-americano Kimberly-Clark, estreitando o foco da empresa brasileira sobre produtos farmacêuticos, segundo uma fonte a par do assunto.

=FIBRIA caiu 1,48 por cento, tendo chegado a subir 5 por cento mais cedo. A fabricante de celulose de eucalipto divulgou prejuízo menor que o esperado pelo mercado no terceiro trimestre e anunciou proposta de pagamento ainda este ano de dividendos extraordinários no valor de 2 bilhões de reais. A empresa foi beneficiada pela boa demanda na China, mas o diretor comercial da empresa, Henri Philippe van Keer, disse em teleconferência que a produtora está enfrentando resistência de compradores chineses para implementar aumento de preço do insumo anunciado em setembro.

=LOCALIZA ganhou 4,49 por cento, maior alta do Ibovespa, depois de a companhia de locação de automóveis e gestão de frotas divulgar seus resultados do terceiro trimestre, quando teve lucro líquido praticamente estável ante um ano antes. A Elite Corretora comentou em nota que o resultado foi fraco, porém melhor que o esperado. "O aumento da concorrência, principalmente na parte de aluguel de carros, junto com aumento de juros e retração da economia estão afetando o resultado da empresa. Apesar disso, suas vantagens competitivas continuam fazendo com que a Localiza seja bem mais rentável que suas concorrentes", afirmou.

=LOJAS RENNER teve queda de 5,76 por cento. A empresa divulgou na noite da véspera lucro do terceiro trimestre dentro do esperado, mas que incluiu forte aumento de indicadores de inadimplência. O BB Investimentos disse em relatório que o impacto sobre o resultado dos produtos financeiros da Renner é um reflexo do cenário macroeconômico duro pelo qual o Brasil está passando e que, apesar da situação desfavorável para o setor de consumo, a empresa continua um bom investimento.

=PETROBRAS caiu 0,37 por cento nas preferenciais e 0,92 por cento nas ordinárias, em meio a expectativa sobre a reunião do Conselho de Administração da empresa nesta sexta-feira, na qual deve ser discutida a venda de uma fatia na BR Distribuidora, além de planos para a reestruturação da estatal.

Texto atualizado às 17h52

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