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Bovespa cai mais de 2% puxada por Vale e temores sobre China

Ações fecharam em queda com investidores realizando lucros depois que novos sinais de desaquecimento da China alimentaram receios sobre o desempenho do PIB


	Operador da BM&FBovespa: índice caiu 2,21 por cento, a 50.454 pontos, maior baixa diária desde 3 de fevereiro
 (Dado Galdieri/Bloomberg)

Operador da BM&FBovespa: índice caiu 2,21 por cento, a 50.454 pontos, maior baixa diária desde 3 de fevereiro (Dado Galdieri/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 15 de abril de 2014 às 18h19.

São Paulo - A Bovespa fechou em queda de mais de 2 por cento nesta terça-feira, com investidores realizando lucros depois que novos sinais de desaquecimento da China alimentaram receios sobre o desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) do parceiro comercial mais importante do Brasil no primeiro trimestre.

Ibovespa caiu 2,21 por cento, a 50.454 pontos, maior baixa diária desde 3 de fevereiro, quando perdeu 3,13 por cento. O giro financeiro do pregão foi de 7,27 bilhões de reais, acima da média do ano.

Durante os negócios, o indicador chegou a cair 3,3 por cento, abaixo do nível técnico dos 50 mil pontos. Nesta sessão, apenas cinco das 73 ações do índice subiram.

Os papéis preferenciais da Vale, que tem na China o principal destino de suas exportações, caíram 4,62 por cento e guiaram o mercado para baixo.

Dados divulgados nesta terça mostraram que a base monetária M2 da China cresceu 12,1 por cento no mês passado sobre o ano anterior, ante expectativa em pesquisa da Reuters de 13 por cento. A taxa foi a mais fraca desde maio de 2001, de acordo com dados da Agência Nacional de Estatísticas chinesa, o que alimentou temores de desaceleração da segunda maior economia do mundo.

"Sabemos que esse trimestre foi problemático, com a ocorrência de calotes de bônus corporativos, e o governo da China não soltou o tão esperado pacote de estímulos. Então há um temor de que o PIB chinês venha mais fraco", disse o estrategista da Fator Corretora, Paulo Gala.

No caso da Vale, investidores também aproveitaram para devolver ganhos da segunda-feira, quando as ações da mineradora fecharam em alta e a bolsa caiu. 

"Ontem o mercado se sustentou em cima de Vale. Era o último dia para investidores embolsarem remuneração sob a forma de juros sobre o capital próprio e houve exercício antecipado de opções sobre índice", disse o gerente de renda variável da H.Commcor, Ariovaldo Santos. As ações de maior peso no Ibovespa na carteira atual --Petrobras, Vale e Itaú -- caíram mais do que o índice.

Para Santos, as notícias negativas sobre o cenário externo acabaram abrindo caminho para uma realização de lucros mais consistente e ampla no pregão desta terça, após o forte rali iniciado em meados de março na bolsa paulista. 

Contribuiu também a situação tensa na Ucrânia, que deu início a uma operação de repressão a separatistas pró-Rússia no leste do país. No sentido contrário do restante da bolsa, as ações da CPFL Energia se destacaram no terreno positivo, com alta superior a 3 por cento. 

Nesta terça, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou o edital do leilão de energia existente A-0, marcado para 30 de abril. Um operador citou relatório do BTG Pactual afirmando que os preços-teto estabelecidos são atraentes e demonstram uma atitude favorável ao mercado por parte da Aneel, acrescentando que a CPFL é uma das poucas empresas que tem energia excedente para todo o período do contrato do leilão.

Texto atualizado com informações do fechamento do mercado, às 18h05min do mesmo dia.

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