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Bovespa cai 3,73% e tem pior desempenho semanal desde 2012

A bolsa renovou sua mínima desde março nesta sexta, com nova baixa no preço do petróleo que reforçou preocupações quanto a cenário desfavorável às commodities


	Operador da Bovespa: no mês, a queda acumulada do Ibovespa é de 12,3%
 (Marcos Issa/Bloomberg)

Operador da Bovespa: no mês, a queda acumulada do Ibovespa é de 12,3% (Marcos Issa/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 12 de dezembro de 2014 às 17h28.

São Paulo - A bolsa brasileira renovou sua mínima desde março nesta sexta-feira, com a nova baixa no preço do petróleo provocando um movimento global de aversão ao risco e corroborando preocupações do mercado quanto ao cenário desfavorável para as commodities, às quais as empresas da Bovespa tem forte exposição.

O Ibovespa fechou em baixa de 3,73 por cento, a 48.001 pontos, nível mais baixo desde 26 de março. Na semana, o Ibovespa perdeu 7,68 por cento, seu pior desempenho desde a terceira semana de maio de 2012.

No mês, a queda acumulada é de 12,3 por cento.

O giro financeiro do pregão foi de 6,5 bilhões de reais.

O petróleo tipo Brent fechou abaixo abaixo de 62 dólares o barril, atingindo novas mínimas em cinco anos em meio a preocupações persistentes com um excesso de oferta global e a perspectiva de demanda fraca.

O índice de referência do minério de ferro com entrega imediata na China, apesar de ter registrado pouca variação nesta sexta-feira, estava próximo da mínima em mais de cinco anos.

"O preço de commodities está indo para um patamar extremamente baixo e sem perspectiva de melhora no curto prazo, o que faz Petrobras e Vale serem as principais perdedoras", disse o economista da Legan Asset Fausto Gouveia. "As siderúrgicas CSN e Usiminas sofrem o impacto pois têm plantas de minério de ferro e se o minério cai tanto é porque não tem procura por aço", completou.

CSN, Usiminas e Gerdau ficaram entre as maiores quedas do Ibovespa, com recuo superior a 6 por cento.

A preferencial da Petrobras perdeu 6,56 por cento e fechou no menor patamar desde julho de 2005, a 10,11 reais. No mês, o papel acumula perda de 21 por cento. Participantes do mercado têm mostrado preocupações quanto aos retornos dos projetos da estatal no pré-sal, por conta da queda do valor do barril do petróleo, e com o impacto das denúncias de corrupção. A Petrobras deve publicar nesta sexta-feira o balanço não auditado do terceiro trimestre. Na véspera, o Ministério Público Federal (MPF) denunciou 36 pessoas, sendo 23 ligadas a seis das maiores empreiteiras do Brasil e um ex-diretor da Petrobras, por crimes envolvendo suposto esquema de corrupção na estatal.

O vencimento de opções sobre ações na segunda-feira colaborou para piorar o desempenho da ação da Petrobras, com agentes do mercado fechando posições para evitar maiores perdas.

Adicionalmente, dados da economia chinesa divulgados pela Agência Nacional de Estatísticas foram pouco animadores. Segundo o economista Hersz Ferman, da Elite Corretora, os números causam preocupações de que a economia do gigante asiático não esteja respondendo aos últimos estímulos do governo. A produção industrial chinesa de novembro cresceu 7,2 por cento, abaixo da expectativa de alta de 7,5 por cento.

Já na ponta positiva do Ibovespa foram destaque as ações da companhia paranaense de energia Copel, com alta de 3,39 por cento, após o Goldman Sachs elevar a recomendação do papel de neutra para compra. O preço-alvo passou de 41 para 45 reais.

A construtora e incorporadora Rossi Residencial ganhou 16 por cento, em um movimento de recuperação de preço após registrar queda de cerca de 40 por cento nos últimos seis dias.

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