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Bovespa abre em baixa em dia de ajustes após o feriado

A votação de elevação da Selic, por 5 votos a favor e 2 contrários, sinalizou uma continuidade do ciclo de aperto monetário no ano

O aperto monetário no Brasil traz certo desconforto à renda variável e tende a ampliar a escassez de fluxo comprador na Bolsa, estimulando a migração de recursos para a renda fixa (Lailson Santos/EXAME)

O aperto monetário no Brasil traz certo desconforto à renda variável e tende a ampliar a escassez de fluxo comprador na Bolsa, estimulando a migração de recursos para a renda fixa (Lailson Santos/EXAME)

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Da Redação

Publicado em 25 de abril de 2011 às 10h44.

São Paulo - A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) volta do feriado prolongado ajustando-se aos ganhos verificados nas bolsas europeias e norte-americanas na última quinta-feira e também à decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), na quarta-feira à noite, de elevar a Selic de 11,75% para 12,00% ao ano. Às 10h22 (horário de Brasília), o índice Bovespa (Ibovespa) recuava 0,52%, aos 66.707 pontos.

O mercado brasileiro já entrava em ritmo de folga, quando o Banco Central (BC) anunciou, na quarta-feira, uma redução no ritmo de alta dos juros, elevando a Selic em 0,25 ponto porcentual. A decisão, por 5 votos a favor e 2 contrários, sinalizou uma continuidade do ciclo de aperto monetário por uma período mais prolongado, mas em doses mais moderadas. "Talvez venha um novo aperto de 0,25 ponto na reunião de junho", comenta o estrategista-chefe da SLW Corretora, Pedro Galdi, ressaltando que o governo está tentando combater a inflação, mas sem frear fortemente a economia.

Segundo operadores, o prolongamento do processo de aperto monetário no Brasil traz certo desconforto à renda variável e tende a ampliar a escassez de fluxo comprador na Bolsa, estimulando a migração de recursos para a renda fixa. Mas o economista da Senso Corretora, Antônio César Amarante, lembra que o horizonte da política de juros brasileira leva em conta o fim de uma liquidez excessiva, causada pelo Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), em junho deste ano. "São novos apertos e medidas que viriam dentro de uma perspectiva mais branda", diz. Segundo ele, uma "mão mais forte" nos juros agora, neste cenário de liquidez artificial, poderia provocar distorções à frente.

Com isso, é grande a expectativa com a reunião de política monetária do Fed, que começa amanhã. A estratégia acomodatícia da autoridade norte-americana segue em debate, após alguns membros do Fed se manifestarem a favor do fim dos estímulos econômicos. Hoje, na agenda do dia nos EUA, saem os números sobre as vendas de moradias novas no país.

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