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Bovespa abre em alta, mas monitora exterior

Os investidores ainda estão indispostos com a "mão visível" do governo brasileiro em alguns setores econômicos

Pregão da Bovespa (Divulgação/BM&FBovespa)

Pregão da Bovespa (Divulgação/BM&FBovespa)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2012 às 10h26.

São Paulo - A mesma tônica que tem marcado os recentes pregões da Bovespa deve ser repetida nesta quarta-feira, com os investidores ainda indispostos com a "mão visível" do governo brasileiro em alguns setores econômicos, o que tem inibido uma arrancada dos negócios locais. Porém, à medida que o exterior permitir, a renda variável brasileira tende a conquistar algum espaço, ainda que sem convicção e diante de um cenário nebuloso. Ao menos a agenda econômica do dia ganha força nos Estados Unidos, enquanto no Brasil a taxa básica de juros (Selic) será atualizada no início da noite. Por volta das 10h10, o Ibovespa subia 0,60%, aos 59.295,63 pontos, na máxima.

"A tendência para a Bolsa é seguir lateral", avalia o operador sênior da Renascença Corretora, Luiz Roberto Monteiro. "O problema é que a Bolsa tem trabalhado em uma sintonia diferente da do exterior", acrescenta. O profissional refere-se à interferência do governo na economia, que tem afetado diversos setores de modo diferente. "Uns ganham, outros perdem", diz, citando, principalmente, o peso em cima dos bancos e do setor elétrico.

Segundo Monteiro, essa intervenção tem alterado "as regras do jogo no mercado e não cria confiança entre os investidores". Até por isso, ele acredita que a taxa Selic em níveis historicamente baixos não influi na renda variável doméstica. "É mais uma maneira do governo de interferir", avalia, referindo-se aos discursos cruzados entre autoridades do Banco Central e do governo na condução da política monetária.

Para piorar, o ambiente internacional segue repleto de incertezas, sobretudo por causa de Grécia e Espanha. As declarações de David Riley, da Fitch, de que a agência de classificação de risco vê potencial para novos rebaixamentos no rating de risco de crédito de países da zona do euro mantêm aceso o sinal de alerta nos negócios com risco. Para ele, existem três grandes riscos à economia global: o precipício fiscal dos Estados Unidos, a crise da dívida soberana na Europa e o pouso forçado da China.

Já os negócios em Nova York são prejudicados pelo balanço da Alcoa. O resultado da líder mundial na produção de alumínio superou as expectativas, a despeito do prejuízo trimestral e da queda no faturamento, e ainda revisou em baixa a previsão para os negócios por causa da menor demanda global por commodities vinda da China. Ainda nos EUA, às 11 horas, saem as vendas e os estoques no atacado em agosto.

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