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Bônus do Brasil são seguros entre emergentes, diz WSJ

O mercado de bônus brasileiros oferece exposição ao crescimento estável da economia do País e ao nível baixo de endividamento público, diz jornal

Muitos investidores têm comprado bônus soberanos e corporativos brasileiros em dólar e em euro (Divulgação/Banco Central)
DR

Da Redação

Publicado em 29 de maio de 2012 às 22h29.

Nova York - Os investidores mantêm bônus brasileiros em suas carteiras, mesmo em um momento em que se afastam de outros ativos de mercados emergentes, diz reportagem do Wall Street Journal.

Segundo a EPFR Global, desde março, os investidores acrescentaram US$ 18 milhões a fundos concentrados em dívida emitida pelo governo e por empresas do Brasil. No mesmo período, os fundos que investem em ações de empresas brasileiras tiveram uma saída líquida de US$ 89 milhões.

O mercado de bônus brasileiros oferece exposição ao crescimento estável da economia do País e ao nível baixo de endividamento público. Esses fatores contrabalançam, parcialmente, o impacto da crise na Europa e o da desaceleração da economia da China, que são os dois aspectos principais para o recente movimento de venda de ativos de mercados emergentes.

"O Brasil ainda é um lugar com oportunidades", disse Keith Brakebill, gerente de carteira da Russel Investments em Seattle (Washington). Brakebill vendeu reais e bônus denominados em reais no começo do ano e passou a comprar bônus emitidos por empresas brasileiras em outras moedas. Em sua opinião, a capacidade das empresas para pagar suas dívidas não será afetada pela instabilidade do real ou pelas recentes reduções na taxa básica de juros do Banco central.


Muitos investidores têm comprado bônus soberanos e corporativos brasileiros em dólar e em euro; a taxa de retorno do bônus soberano em dólar para 2021 reduziu-se a 3,08%, de 3,499% no começo do ano, o que reflete o aumento da demanda. Mas, neste mês, o Brasil teve a maior saída líquida de investimentos estrangeiros desde a crise financeira de 2008: US$ 5,2 bilhões até o dia 18, de acordo com dados do BC. O real e o índice Ibovespa caíram cerca de 20% desde março.

Alguns investidores continuam a mostrar cautela diante da desaceleração da economia e da continuidade de problemas de infraestrutura. Outro fator de preocupação é o uso de políticas não convencionais pelo BC para estimular o crescimento, já que poderão gerar inflação. Segundo Michael Mata, do ING Global Bond Fund, os preços ao consumidor devem subir 5,1% em 2012 e 5,7% em 2013. "Os anos de crescimento fácil ficaram para trás", disse Mata.

Para Alexandre Aoude, do banco Itaú, "o dinheiro que já está no País está ficando, mas é difícil ver dinheiro novo entrando". Ao invés de retirar o capital, alguns investidores adotam medidas adicionais para proteger suas posições - alguns comprando bônus indexados à inflação, outros assumindo posições no mercado de câmbio.

Outra opção popular é a compra de bônus denominados em reais, mas destinados exclusivamente a investidores no exterior, que não pagam o imposto sobre investimento estrangeiro. "É a maneira mais fácil de negociar com Brasil e não pagar o imposto", disse Lars Nielsen, gerente de carteira do fundo de hedge Global Evolution, sediado na Dinamarca. As informações são da Dow Jones.

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Nova York - Os investidores mantêm bônus brasileiros em suas carteiras, mesmo em um momento em que se afastam de outros ativos de mercados emergentes, diz reportagem do Wall Street Journal.

Segundo a EPFR Global, desde março, os investidores acrescentaram US$ 18 milhões a fundos concentrados em dívida emitida pelo governo e por empresas do Brasil. No mesmo período, os fundos que investem em ações de empresas brasileiras tiveram uma saída líquida de US$ 89 milhões.

O mercado de bônus brasileiros oferece exposição ao crescimento estável da economia do País e ao nível baixo de endividamento público. Esses fatores contrabalançam, parcialmente, o impacto da crise na Europa e o da desaceleração da economia da China, que são os dois aspectos principais para o recente movimento de venda de ativos de mercados emergentes.

"O Brasil ainda é um lugar com oportunidades", disse Keith Brakebill, gerente de carteira da Russel Investments em Seattle (Washington). Brakebill vendeu reais e bônus denominados em reais no começo do ano e passou a comprar bônus emitidos por empresas brasileiras em outras moedas. Em sua opinião, a capacidade das empresas para pagar suas dívidas não será afetada pela instabilidade do real ou pelas recentes reduções na taxa básica de juros do Banco central.


Muitos investidores têm comprado bônus soberanos e corporativos brasileiros em dólar e em euro; a taxa de retorno do bônus soberano em dólar para 2021 reduziu-se a 3,08%, de 3,499% no começo do ano, o que reflete o aumento da demanda. Mas, neste mês, o Brasil teve a maior saída líquida de investimentos estrangeiros desde a crise financeira de 2008: US$ 5,2 bilhões até o dia 18, de acordo com dados do BC. O real e o índice Ibovespa caíram cerca de 20% desde março.

Alguns investidores continuam a mostrar cautela diante da desaceleração da economia e da continuidade de problemas de infraestrutura. Outro fator de preocupação é o uso de políticas não convencionais pelo BC para estimular o crescimento, já que poderão gerar inflação. Segundo Michael Mata, do ING Global Bond Fund, os preços ao consumidor devem subir 5,1% em 2012 e 5,7% em 2013. "Os anos de crescimento fácil ficaram para trás", disse Mata.

Para Alexandre Aoude, do banco Itaú, "o dinheiro que já está no País está ficando, mas é difícil ver dinheiro novo entrando". Ao invés de retirar o capital, alguns investidores adotam medidas adicionais para proteger suas posições - alguns comprando bônus indexados à inflação, outros assumindo posições no mercado de câmbio.

Outra opção popular é a compra de bônus denominados em reais, mas destinados exclusivamente a investidores no exterior, que não pagam o imposto sobre investimento estrangeiro. "É a maneira mais fácil de negociar com Brasil e não pagar o imposto", disse Lars Nielsen, gerente de carteira do fundo de hedge Global Evolution, sediado na Dinamarca. As informações são da Dow Jones.

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