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Bolsas sobem na Ásia com leve retomada da indústria na China

O índice de produção industrial do país divulgado nesta madrugada foi a 52 pontos, após baixa recorde em fevereiro

Trabalhadores em fábrica na China no fim de março: número de casos de coronavírus estabilizado (China Daily/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 31 de março de 2020 às 06h41.

Última atualização em 1 de abril de 2020 às 01h04.

No último dia do primeiro trimestre de 2020, a boa notícia para os mercados nesta terça-feira, 31, vem da China . O índice de produção industrial do país (PMI) divulgado nesta madrugada foi a 52 pontos, após uma baixa recorde de 25,7 pontos em fevereiro, auge da crise do coronavírus em território chinês. A pontuação superou as expectativas, de 45 pontos.

Nas últimas semanas em março, uma série de fábricas e pontos comerciais vêm reabrindo na China. Até mesmo em Wuhan, primeiro epicentro do coronavírus, a atividade começou a ser retomada nesta semana.

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A pequena alta foi o suficiente para trazer algum alívio aos mercados. O índice MSCI de ações Ásia-Pacífico (menos o Japão) subiu 1,1%. Os índices de Shenzhen e Xangai subiram 0,58% e 0,11%. Em Hong Kong, o principal índice subiu 1,85%. O principal índice da Austrália caiu 2,02% (mas não o suficiente para derrubar os ganhos de segunda-feira, 30, que viu alta de 7%, a maior em décadas).

A única bolsa asiática a cair foi a japonesa, com o índice Nikkei fechando em baixa de 0,88% em meio a temores de que o país entre em uma quarentena completa e desacelere a economia que já fechou 2019 em recessão. O país tem 1.953 casos de coronavírus. Março trouxe o pior mês de desempenho para as ações japonesas desde 2010.

Mas, seguindo as notícias da China, a perspectiva é para um dia de otimismo nas bolsas ocidentais . O europeu Stoxx 600 operava em alta acima de 1,8% às 6h30, em suas primeiras horas de pregão. A bolsa de Londres também subia 1,9%.

Os contratos futuros do S&P 500 subiam acima de 0,7% às 6h30. Na segunda-feira, o pregão já havia terminado com alta de 3,35% no índice. No Brasil, o Ibovespa acompanhou a alta americana e fechou a segunda-feira subindo 1,65%. Desde o começo da semana passada, em 23 de março, o índice brasileiro acumula alta de 11%.

Há ainda cautela a respeito da melhora dos resultados chineses: como a indústria estava parada, a simples volta ao trabalho já é capaz de aumentar as taxas de produção. O desafio agora será ter para quem vender, com o Ocidente vendo o número de casos em seus territórios aumentar exponencialmente.

Quarentenas em regiões como Europa e Américas devem reduzir a demanda por produtos chineses e continuar impactando os resultados do país. O número de casos de coronavírus na China segue estabilizado há semanas. O país tem atualmente 82.200 infectados, atrás de Espanha, Itália e Estados Unidos.

Apesar das pequenas altas recentes, os mercados no mundo devem fechar o trimestre nesta terça-feira com os piores resultados desde 2008 e baixas acumuladas acima de 20%. Na Europa, é o pior desempenho dos mercados desde 1987, segundo a Reuters. A realidade bate à porta e mostra que a crise do coronavírus não deve ir embora tão cedo.

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