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Bolsas europeias se recuperam após novas medidas da China

"O Banco Central chinês (PBOC) deu hoje aos investidores o que eles queriam, com dois dias de atraso", explicou Michael Hewson, analista da CMC Markets

Investidor olhando um computador que mostra informações sobre ações: o PBOC anunciou um corte de 0,25% na taxa básica de juros, para 4,60%, e reduziu os encaixes compulsórios dos bancos, para estimular o crédito (Reuters/Aly Song)
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Da Redação

Publicado em 25 de agosto de 2015 às 17h49.

As bolsas europeias recuperaram parte do terreno perdido na véspera apesar de outro dia de forte queda nas bolsas da China , cujo Banco Central decidiu cortar as taxas de juros para tentar reativar a economia.

"O Banco Central chinês (PBOC) deu hoje aos investidores o que eles queriam, com dois dias de atraso", explicou Michael Hewson, analista da CMC Markets.

O PBOC anunciou um corte de 0,25% na taxa básica de juros, para 4,60%, e reduziu os encaixes compulsórios dos bancos, para estimular o crédito.

Esta última medida equivale a uma injeção de liquidez em uma economia cuja saúde é crucial tanto para os fabricantes alemães de automóveis como para os produtores brasileiros de minério de ferro ou os fabricantes franceses de leite em pó.

Segundo a imprensa estatal, o primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, assegurou que não há razão para desvalorizar ainda mais o iuane.

Na Europa, a bolsa de Londres subiu 3,09%, Paris avançou 4,14%, Frankfurt 4,97%, Madri 3,68%, Milão 5,86% e de Atenas, 9,38%. Wall Street abriu em alta.

Antes, as bolsas asiáticas tiveram outro dia de forte queda. Xangai despencou 7,63%, Shenzhen 7,09% e Tóquio cerca de 4%.

"Os mercados se recuperam de uma sessão que pode ser classificada como histórica e totalmente louca devido aos excessos", ressaltou John Plassard, da Mirabaud Securities, que questiona se o Banco Central chinês se vê obrigado a intervir de forma um pouco "desesperada".

Observadores e políticos se perguntam sobre as repercussões da grande instabilidade do mercado de ações na atividade econômica, enquanto os bancos centrais recorreram a todas as ferramentas à sua disposição para apoiá-la.

O chinês Wang Jianlin, dono do grupo Dalian Wanda, especializado no setor imobiliário e de entretenimento, perdeu 3,6 bilhões de dólares (3,2 bilhões de euros) só na última segunda-feira.

"O pânico que sacode os mercados, provavelmente amplificado porque no verão (do hemisfério norte) o volume de negócios cai, parece totalmente exagerado", disse Eric Cheney, economista-chefe da companhia de seguros Axa.

China, um risco

Segundo o Cheney, "a menos que ocorra um acontecimento político inesperado e transforme o medo de uma economia mundial fraca e deflacionária em risco sistêmico, a correção será de curta duração e os fundamentos vão se impor".

Os analistas levam a sério a desaceleração na China, mas relativizam o impacto da recuperação nos Estados Unidos e na Europa.

"Uma desaceleração forte da China não é em absoluto anódina nem potencialmente catastrófica", alertou Gilles Moec, economista-chefe do Bank of America-Merrill Lynch.

O presidente francês, François Hollande, disse na última segunda-feira em Berlim que a economia mundial é "suficientemente sólida" e que o crescimento não está apenas vinculado à situação da China.

Mais alarmista, entretanto, é seu ministro da Economia, Emmanuel Macron, que disse nesta terça-feira que a China é um risco particularmente grande para a recuperação da economia mundial.

O ministro alemão da Economia, Sigmar Gabriel, afirmou que a crise chinesa terá um impacto limitado na Alemanha, maior economia europeia e motor do crescimento da zona do euro.

A situação econômica da China, contudo, continua piorando, conforme apontam os indicadores.

Há duas semanas, a desvalorização súbita do iuane - percebida como um esforço desesperado de Pequim para incentivar a competitividade de suas exportações - agravou o nervosismo.

O índice industrial de referência publicado nesta sexta-feira está em seu patamar mais baixo em seis anos, o que reforça a forte contração da atividade da indústria chinesa em agosto.

Agora a dúvida é se as medidas adotadas por Pequim conseguirão restaurar a confiança.

"O mercado sente que a China vai fazer de tudo para apoiar a economia, mas está claro que o risco não desapareceu e que a desaceleração econômica é um problema de tipo estrutural que não pode se corrigir com medidas que são excepcionais em seu alcance", explica René Defossez, da Natixis.

As bolsas chinesas subiram 150% no período de um ano, totalmente desconectadas da economia real, antes de despencar em meados de junho apesar dos esforços de Pequim.

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"O Banco Central chinês (PBOC) deu hoje aos investidores o que eles queriam, com dois dias de atraso", explicou Michael Hewson, analista da CMC Markets.

O PBOC anunciou um corte de 0,25% na taxa básica de juros, para 4,60%, e reduziu os encaixes compulsórios dos bancos, para estimular o crédito.

Esta última medida equivale a uma injeção de liquidez em uma economia cuja saúde é crucial tanto para os fabricantes alemães de automóveis como para os produtores brasileiros de minério de ferro ou os fabricantes franceses de leite em pó.

Segundo a imprensa estatal, o primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, assegurou que não há razão para desvalorizar ainda mais o iuane.

Na Europa, a bolsa de Londres subiu 3,09%, Paris avançou 4,14%, Frankfurt 4,97%, Madri 3,68%, Milão 5,86% e de Atenas, 9,38%. Wall Street abriu em alta.

Antes, as bolsas asiáticas tiveram outro dia de forte queda. Xangai despencou 7,63%, Shenzhen 7,09% e Tóquio cerca de 4%.

"Os mercados se recuperam de uma sessão que pode ser classificada como histórica e totalmente louca devido aos excessos", ressaltou John Plassard, da Mirabaud Securities, que questiona se o Banco Central chinês se vê obrigado a intervir de forma um pouco "desesperada".

Observadores e políticos se perguntam sobre as repercussões da grande instabilidade do mercado de ações na atividade econômica, enquanto os bancos centrais recorreram a todas as ferramentas à sua disposição para apoiá-la.

O chinês Wang Jianlin, dono do grupo Dalian Wanda, especializado no setor imobiliário e de entretenimento, perdeu 3,6 bilhões de dólares (3,2 bilhões de euros) só na última segunda-feira.

"O pânico que sacode os mercados, provavelmente amplificado porque no verão (do hemisfério norte) o volume de negócios cai, parece totalmente exagerado", disse Eric Cheney, economista-chefe da companhia de seguros Axa.

China, um risco

Segundo o Cheney, "a menos que ocorra um acontecimento político inesperado e transforme o medo de uma economia mundial fraca e deflacionária em risco sistêmico, a correção será de curta duração e os fundamentos vão se impor".

Os analistas levam a sério a desaceleração na China, mas relativizam o impacto da recuperação nos Estados Unidos e na Europa.

"Uma desaceleração forte da China não é em absoluto anódina nem potencialmente catastrófica", alertou Gilles Moec, economista-chefe do Bank of America-Merrill Lynch.

O presidente francês, François Hollande, disse na última segunda-feira em Berlim que a economia mundial é "suficientemente sólida" e que o crescimento não está apenas vinculado à situação da China.

Mais alarmista, entretanto, é seu ministro da Economia, Emmanuel Macron, que disse nesta terça-feira que a China é um risco particularmente grande para a recuperação da economia mundial.

O ministro alemão da Economia, Sigmar Gabriel, afirmou que a crise chinesa terá um impacto limitado na Alemanha, maior economia europeia e motor do crescimento da zona do euro.

A situação econômica da China, contudo, continua piorando, conforme apontam os indicadores.

Há duas semanas, a desvalorização súbita do iuane - percebida como um esforço desesperado de Pequim para incentivar a competitividade de suas exportações - agravou o nervosismo.

O índice industrial de referência publicado nesta sexta-feira está em seu patamar mais baixo em seis anos, o que reforça a forte contração da atividade da indústria chinesa em agosto.

Agora a dúvida é se as medidas adotadas por Pequim conseguirão restaurar a confiança.

"O mercado sente que a China vai fazer de tudo para apoiar a economia, mas está claro que o risco não desapareceu e que a desaceleração econômica é um problema de tipo estrutural que não pode se corrigir com medidas que são excepcionais em seu alcance", explica René Defossez, da Natixis.

As bolsas chinesas subiram 150% no período de um ano, totalmente desconectadas da economia real, antes de despencar em meados de junho apesar dos esforços de Pequim.

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