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Bolsas de NY recuam sob receio de bancos

Nova York - Os principais índices do mercado de ações dos Estrados Unidos fecharam em queda depois de a agência de classificação de risco Fitch Ratings afirmar que uma piora na crise das dívidas soberanas pode prejudicar a perspectiva de crédito dos bancos norte-americanos. Segundo a Fitch, os seis principais bancos norte-americanos conseguiriam gerenciar sua […]

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Da Redação

Publicado em 16 de novembro de 2011 às 19h19.

Nova York - Os principais índices do mercado de ações dos Estrados Unidos fecharam em queda depois de a agência de classificação de risco Fitch Ratings afirmar que uma piora na crise das dívidas soberanas pode prejudicar a perspectiva de crédito dos bancos norte-americanos. Segundo a Fitch, os seis principais bancos norte-americanos conseguiriam gerenciar sua vulnerabilidade a um aprofundamento da crise da Europa, "mas não sem custos financeiros".

Hoje o Banco Central Europeu (BCE) comprou títulos da Itália, da Espanha e de Portugal, ajudando a reduzir o juro projetado por esses papéis no mercado secundário. Ainda assim, a taxa projetada pelo título italiano de 10 anos continuou acima de 7% durante boa parte do dia, mesmo nível em que estava o juro dos títulos da Grécia, da Irlanda e de Portugal quando esses países pediram auxílio financeiro, mas fechou pouco abaixo desse patamar, o que não impediu os investidores de permanecerem cautelosos.

Também contribuiu para o declínio das bolsas a preocupação com a falta de propostas do chamado "supercomitê" do Congresso para cortar os gastos públicos e, dessa forma, impedir um potencial rebaixamento no rating dos EUA. No fim do pregão, o deputado republicano Jeb Hensarling, líder dos republicanos dentro desse comitê, disse que as negociações com os integrantes do Partido Democrata estagnaram.

"É uma combinação dos comentários da Fitch com a paralisia do supercomitê", disse Michael Marrale, chefe de vendas nos EUA do RBC Capital Markets. "A minha impressão é de que havia certo senso de urgência para resolver as coisas depois do rebaixamento no rating (dos EUA em agosto pela Standard & Poor's)", mas aparentemente o processo de redução no déficit terá de seguir as regras da política convencional e precisará de tempo para ser concluído, acrescentou. "Embora isso não seja uma surpresa de verdade, mostra o quão frágil os mercados estão."


Ao longo da sessão, as bolsas chegaram a operar em alta depois de o presidente do Federal Reserve de Boston, Eric Rosengren, afirmar que as autoridades dos bancos centrais do mundo podem adotar uma ação coordenada para comprar bônus. "É pura especulação, mas com o mercado querendo motivos para subir, foi suficiente", disse Dave Rovelli, diretor-gerente de negócios com ações da Canaccord Genuity.

O Dow Jones caiu 190,57 pontos, ou 1,58%, para 11.905,59 pontos, pressionado pelo declínio de componentes como Bank of America (-3,75%) e JPMorgan Chase (-3,76%). O Nasdaq recuou 46,59 pontos, ou 1,73%, para 2.639,61 pontos. O S&P 500 teve declínio de 20,90 pontos, ou 1,66%, para 1.236,91 pontos.

No mercado de Treasuries, os preços subiram e os juros caíram refletindo o clima de cautela que passou a dominar os investidores no final do dia. No final da tarde em Nova York, o juro projetado pelos T-bonds de 30 anos estava em 3,035%, de 3,0422% na terça-feira; o juro das T-notes de 10 anos estava em 2,015%, de 2,016%; o juro das T-notes de 2 anos estava em 0,262%, de 0,254%.

Entre os destaques da sessão, a Dell caiu 3,20% depois de ter anunciado uma receita para o terceiro trimestre que decepcionou o mercado. O lucro da companhia, no entanto, foi maior do que o esperado. A Abercrombie & Fitch perdeu 13,64% e liderou as perdas entre os componentes do S&P 500. A varejista divulgou um lucro trimestral menor do que o previsto e citou incertezas em relação ao ambiente macroeconômico.

Entre os indicadores divulgados hoje, o Federal Reserve anunciou que a produção industrial dos EUA subiu 0,7% em outubro na comparação com o mês anterior, acompanhada por um aumento de 0,5 ponto porcentual no uso da capacidade das fábricas, para 77,8%. Analistas previam uma expansão de 0,4% na produção industrial e de 0,4 ponto porcentual no uso da capacidade.

O índice de preços ao consumidor (CPI) caiu 0,1% em outubro ante setembro, enquanto o núcleo do índice subiu 0,1%, segundo o Departamento do Trabalho dos EUA. A previsão dos analistas ouvidos pela Dow Jones era de que o índice cheio ficaria estável e o núcleo aumentaria 0,1%.

Além disso, a Associação Nacional das Construtoras de Imóveis (NAHB, em inglês) informou que seu índice sobre a confiança das construtoras dos EUA subiu para 20 em novembro - nível mais alto desde maio de 2010 -, ante leitura de 17 em outubro. As informações são da Dow Jones.

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