Bolsas da Ásia sobem por commodities, mas Tóquio cai 6,2%
Companhias de construção e refinarias tiveram uma demanda robusta, com esperanças de lucros maiores devido aos grandes esforços de reconstrução no Japão
Da Redação
Publicado em 14 de março de 2011 às 08h21.
Hong Kong - As bolsas de valores asiáticas fecharam em alta nesta segunda-feira com exceção de Tóquio, com a demanda por ações ligadas a commodities ofuscando as fortes perdas do mercado do Japão após o terremoto e o consequente tsunami que atingiram o país na sexta-feira.
Às 8h04 (horário de Brasília), o índice MSCI da região Ásia-Pacífico exceto o Japão subia 0,5 por cento, após retroceder 3 por cento na última semana.
Mas em Tóquio, o Nikkei fechou em queda de 6,2 por cento, o maior declínio diário em dois anos, atingindo o menor patamar desde novembro de 2010.
Companhias de construção e refinarias tiveram uma demanda robusta, com esperanças de lucros maiores devido aos grandes esforços de reconstrução no Japão, que luta para impedir uma catástrofe nuclear após desastres naturais que podem ter matado mais de 10 mil pessoas.
O mercado de Seul reverteu os declínios e fechou em alta de 0,8 por cento, ajudado por ganhos sólidos em companhias tecnológicas e automotivas por notícias de que a produção foi interrompida nas fábricas japonesas. As ações em Taiwan reduziram as perdas iniciais, encerrando em baixa de 0,56 por cento.
"Empresas de turismo, exportação e seguros serão claramente prejudicadas pelo encolhimento da demanda no Japão", disse Yu Rayming, diretor de investimentos da Prudential Financial.
"Porém, o lado negativo para o mercado de ações será limitado. A demanda por refino de petróleo, por aço e cimento aumentará devido à reconstrução após o sismo", disse ele.
Mas fortes perdas nas ações japonesas e preocupações sobre os danos nos reatores nucleares do país deixavam os investidores cautelosos.
A companhia sul-coreana de usinas nucleares KEPCO despencou 14,7 por cento e as mineradoras australianas de urânio também perderam por dúvidas sobre as perspectivas de curto prazo para a indústria de energia atômica.