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Bolsas asiáticas fecham em novas quedas sem perspectiva sobre fim da crise

No Brasil, o Ibovespa deve repercurtir a decisão do Banco Central em reduzir a Selic a 3,75% na noite de quarta-feira, 18

Bolsa de Xangai: principal índice da China acumula queda de 11% na semana (Aly Song/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 19 de março de 2020 às 06h57.

Última atualização em 19 de março de 2020 às 07h39.

As baixas nas bolsas mundo afora parecem ainda estar longe de seu limite. Os mercados no Oriente amanheceram em novas quedas nesta quinta-feira, 19, marcando o penúltimo dia de pregão de uma semana repleta de baixas recordes.

O japonês Nikkei caiu 1,04%, o índice de Hong Kong terminou em baixa de 2,61% e o principal índice da Austrália caiu 3,44%.

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Na China, os índices de Xangai e Shenzhen caíram menos, 0,98% e 0,097%, respectivamente. As quedas foram menores do que as dos dias anteriores, mas ainda não o suficiente para atenuar uma semana em que Xangai, por exemplo, acumula queda de 11%, e Shenzhen, de 13%. A semana começou marcada por números desanimadores da economia chinesa no primeiro bimestre de 2020, com o país podendo fechar o primeiro trimestre com queda no crescimento pela primeira vez desde a década de 80.

O europeu Stoxx 600 começou a quinta-feira tentando se recuperar da queda acima de 3% na quarta-feira. Às 7h, subia entre 0,6% e 0,7%. Na semana, a queda acumula é de 6% no índice. Só neste ano, contudo, as principais ações da Europa acumulam queda de 32%.

Os mercados no mundo ainda seguem em pânico em meio à disseminação do coronavírus, e medidas econômicas anunciadas pelos governos e bancos centrais não vêm sendo capaz de aplacar o movimento de queda. Analistas não sabem dizer quando o caos terminará — porque está vinculado, diretamente, ao combate da epidemia por órgãos de saúde pública.

 

Há um temor generalizado de que a chegada do vírus a novos países e uma possibilidade de quarentena mundial para combater o vírus, como já vem acontecendo na Europa, seja capaz de levar o mundo à recessão.

No Brasil, o Ibovespa deve refletir algumas medidas particulares dos governos locais. O Banco Central anunciou na noite de quarta-feira um corte de 0,5 ponto percentual na taxa Selic, que chegou a 3,75%. O Brasil replica assim movimentos de outros países, que vêm usando ferramentas de cortes de juros para tentar estimular a economia. Para fazer efeito direto na economia, contudo, será preciso que o crédito baixo chegue à população e aos empresários, sobretudo os pequenos, que tendem a ser mais impactos pela crise.

Após o ministro da Economia, Paulo Guedes, anunciar nesta semana que o governo brasileiro vai injetar 147 bilhões de reais na economia contra o coronavírus, sobretudo em adiantamento de benefícios e permissão para atrasar impostos, o governo também anunciou ontem novas medidas de estímulo. Guedes anunciou um programa de auxílio a trabalhadores autônomos, grupo que deve ser um dos mais afetados pela paralisação das atividades.

Cada beneficiário deverá receber 200 reais por mês durante três meses, o que levará a investimento de 5 bilhões de reais do governo ao mês. A ação é uma resposta a críticas feitas por economistas de que o primeiro pacote anunciado nesta semana não dava conta dos trabalhadores informais, apenas dos brasileiros com carteira assinada.

O anúncio do governo feito na tarde de ontem não impediu que o Ibovespa fechasse em baixa de 10,35%, tendo ao longo do pregão seu sexto circuit breaker — a paralisação que evita volatilidades após quedas acentuadas no índice — desde que a crise do coronavírus começou. A ver se haverá alguma compensação no pregão desta quinta-feira.

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