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Bolsas asiáticas fecham em forte baixa após Xangai cair 8,5%

As perdas do Xangai desde o ápice de junho chegam a quase 38%


	Bolsas da Ásia: as perdas do Xangai Composto chegam a quase 38% desde o ápice de junho
 (ChinaFotoPress/Getty Images)

Bolsas da Ásia: as perdas do Xangai Composto chegam a quase 38% desde o ápice de junho (ChinaFotoPress/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 24 de agosto de 2015 às 06h47.

São Paulo - As bolsas asiáticas fecharam em forte baixa nesta segunda-feira, em meio a preocupações com a desaceleração da China, que ameaça comprometer o desempenho da economia mundial, e diante da falta de novas medidas de estímulo de Pequim no fim de semana.

O Xangai Composto, principal índice acionário chinês, fechou com queda de 8,5%, a 3.209,91 pontos, apagando os ganhos do ano e após chegar a acumular valorização de 60% até atingir o pico de meados de junho.

Com isso, as perdas do Xangai desde o ápice de junho chegam a quase 38%. O Shenzhen Composto, de menor abrangência, registrou perda de 7,7%, encerrando o pregão a 1.882,46 pontos.

A ausência de novas iniciativas do governo chinês ao longo do fim de semana, para conter a recente onda de liquidação nos mercados locais e estimular a segunda economia do mundo, manteve os investidores avessos a risco na Ásia.

Fontes do Banco do Povo da China (PBoC, o BC chinês), no entanto, disseram ao Wall Street Journal que a instituição planeja anunciar novas medidas de injeção de liquidez no sistema financeiro, com o objetivo de ampliar a concessão de empréstimos bancários.

Analistas preveem que o PBoC deverá cortar os depósitos compulsórios exigidos dos bancos no curto prazo.

Os últimos indicadores comprovam que a China de fato atravessa um período de desaceleração. Na indústria, por exemplo, a atividade se contraiu em agosto no ritmo mais intenso em seis anos e meio, segundo leitura preliminar divulgada na semana passada pela Markit e pela Caixin Media.

A inesperada desvalorização do yuan, anunciada pelo PBoC há duas semanas, é outro fator preocupante e gerou especulação de que a economia chinesa encontra-se em pior estado do que se imaginava.

O sentimento nos mercados também é afetado pela possibilidade de as dificuldades da China comprometerem a perspectiva da política monetária nos EUA.

Existe a avaliação de que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) poderá adiar mais para o final do ano - ou talvez para 2016 - o planejado primeiro aumento dos juros básicos em quase uma década. Anteriormente, muitos apostavam que o início do aperto monetário viria na reunião de setembro.

Em outras partes da Ásia, as perdas foram igualmente pesadas. Em Seul, o índice sul-coreano Kospi caiu 2,47%, a 1.829,81 pontos, enquanto no mercado taiwanês, o Taiex sofreu um tombo de 4,8%, fechando a 7.410,34 pontos, depois de chegar a perder 7,5% ao longo da sessão, a maior queda intraday já registrada pelo índice.

Em Hong Kong, com o pregão ainda em andamento, o Hang Seng recuava mais de 4,6%.

Na Oceania, a bolsa australiana terminou o dia no menor nível em dois anos, influenciada pelo fraco desempenho dos mercados asiáticos e também pela queda nos preços de commodities, como o petróleo e metais.

O S&P/ASX 200, índice que reúne as empresas mais negociadas em Sydney, teve baixa de 4,1%, a 5.001,30 pontos.

Esse é o menor patamar do índice desde julho de 2013 e amplia suas perdas acumuladas no ano a 7,6%. Já em relação ao pico intraday atingido no começo de março, o mercado australiano se desvalorizou 17%. 

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