Bolsa volta a nível pré-crise com expectativa de vitória de Temer
O Ibovespa fechou em alta de 0,93%, a 67.135 pontos; a bolsa operou abaixo desse nível desde delação da JBS, que deu base à denúncia contra Temer
Reuters
Publicado em 2 de agosto de 2017 às 18h08.
São Paulo - O principal índice da bolsa paulista fechou em alta nesta quarta-feira e recuperou o patamar de 67 mil pontos, diante da sinalização de que a Câmara dos Deputados deve rejeitar a admissibilidade de denúncia contra o presidente Michel Temer.
O Ibovespa fechou em alta de 0,93 por cento, a 67.135 pontos. A marca dos 67 mil pontos não era alcançada desde 17 de maio, quando o Ibovespa fechou a 67.540 pontos, antes da delação de executivos da JBS, que deram base à denúncia contra Temer por corrupção passiva.
O volume financeiro do pregão ganhou fôlego e somou 9,69 bilhões de reais, muito acima da média diária vista no mês passado, de 6,36 bilhões de reais e superior também à média diária para o ano até a véspera, de 7,9 bilhões de reais.
O mercado acionário abriu o dia com variações mais contidas, ganhando tração conforme crescia a expectativa por um parecer favorável a Temer, após a Câmara aprovar um requerimento para encerrar a fase de discussão em plenário sobre análise da denúncia, com 292 votos a favor. Pouco antes do fechamento dos negócios, a etapa de votação da denúncia começou, com a fase de orientação dos partidos.
"Se hoje o resultado for favorável ao governo há grande chance de amanhã (o Ibovespa) bater os 68 mil pontos novamente", disse o gerente de renda variável da corretora H.Commcor Ari Santos.
O noticiário corporativo também seguiu movimentado nesta sessão, com as ações Cielo liderando as perdas do índice e registrando também o maior giro financeiro entre os papéis da bolsa no pregão, com 661,9 milhões de reais.
Destaques
- CIELO ON caiu 5,03 por cento, após o resultado do segundo trimestre mostrar queda de 7,8 por cento na receita líquida ante um ano antes, para 2,83 bilhões de reais. Analistas destacaram que o desempenho foi pressionado pela queda da base instada de terminais (POS), sendo que o UBS prevê a manutenção do fraco desempenho no segundo semestre.
- ULTRAPAR ON perdeu 4,92 por cento, também entre as maiores perdas do índice e revertendo os ganhos vistos no começo do pregão, quando os papéis subiram 3,67 por cento. A queda veio após o plenário do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) rejeitar por unanimidade a compra da rede de distribuição de combustíveis Ale pela Ipiranga, do grupo Ultrapar.
- HYPERMARCAS ON subiu 4,01 por cento, entre os destaques positivos do Ibovespa, após a empresa informar que a Igarapava Participações transferirá suas ações, tornando o empresário João Alves de Queiroz Filho acionista direto, com participação de 21,42 por cento da companhia farmacêutica. Segundo analistas, a medida é positiva por simplificar a estrutura da empresa.
- RUMO ON avançou 6,5 por cento, liderando os ganhos do índice, tendo no radar comentários positivos de analistas sobre a empresa. A equipe do BTG Pactual reforçou a recomendação de "compra" para as ações da Rumo, diante da perspectiva de resultados fortes à frente, enquanto a equipe do Credit Suisse tem recomendação "outperform", e vê riscos limitados à renovação de concessão da Malha Paulista.
- PETROBRAS PN subiu 2,97 por cento e PETROBRAS ON teve alta de 2,56 por cento, firmando-se no azul conforme os preços do petróleo no mercado internacional também fincaram o pé em território positivo e sob a influência do cenário político mais favorável aos mercados.
- BANCO DO BRASIL ON subiu 4,03 por cento, liderando os ganhos de ações do setor bancário diante do bom humor com o cenário político. BRADESCO PN avançou 1,38 por cento, ITAÚ UNIBANCO PN ganhou 1,04 por cento e SANTANDER UNIT ganhou 2,48 por cento.
- VALE PNA teve variação negativa de 0,03 por cento e VALE ON subiu 0,16 por cento, em sessão de queda para os contratos futuros do minério de ferro na China.