Bolsa sobe com destaque de RD e Suzano e de olho em cenário político
Ibovespa encerrou o pregão a 97.602,50 pontos após avançar 0,37%
Reuters
Publicado em 26 de fevereiro de 2019 às 18h06.
Última atualização em 26 de fevereiro de 2019 às 18h36.
O Ibovespa fechou no azul nesta terça-feira, com RD entre os maiores ganhos antes do balanço trimestral, assim como Suzano em meio a notícias de alta de preços de celulose na China , embora o noticiário político-econômico tenha continuado sob os holofotes, assim como o cenário externo.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 0,37 por cento, a 97.602,50 pontos, segundo dados preliminares. O volume financeiro, contudo, somava 11,3 bilhões de reais, abaixo da média diária de 2019, de 17,16 bilhões de reais.
Para o estrategista de renda variável Jerson Zanlorenzi, do BTG Pactual digital, o mercado reflete alguma cautela dos investidores à espera de novos passos da reforma da Previdência, que veem como um projeto robusto, mas com potencial dificuldade de tramitação dado o escopo de mudanças.
"Investidores estão esperando uma sinalização mais forte", afirmou Zanlorenzi, destacando que os locais já estão posicionados, enquanto estrangeiros ainda não entraram na bolsa à espera justamente de um cenário mais claro.
Nesse contexto, comentários do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), também estiveram no radar e atenuaram o ânimo, com ele afirmando que o presidente Jair Bolsonaro precisa decidir se vai governar com o Parlamento e que precisa agregar partidos na base.
Da pauta do dia, Zanlorenzi destacou positivamente comentários de Roberto Campos Neto, sabatinado em comissão do Senado para assumir o Banco Central, alinhados ao discurso do atual titular da autoridade monetária, Ilan Goldfajn, que reforçaram perspectiva de manutenção de juros baixos.
Indicado à presidência do Banco Central pelo presidente Jair Bolsonaro, o economista ressaltou que cautela, serenidade e perseverança são valores que devem ser preservados. Após o fechamento, o plenário do Senado aprovou a indicação de Campos Neto para o BC.
No exterior, o chairman do Federal Reserve, Jerome Powell, manteve o tom 'dovish' em relação à normalização da política monetária norte-americana, reiterando que o banco central dos Estados Unidos seguirá 'paciente' para decidir sobre novos aumentos de juros.
Wall Street, contudo, encerrou a sessão com pequenas variações, com noticiário corporativo e dados econômicos divergentes. O S&P 500 cedeu 0,08 por cento.
Destaques
- RD fechou em alta de 3,29 por cento, antes da divulgação do balanço previsto para após o fechamento do pregão. As ações da rede de varejo farmacêutico também estão na lista dos papéis difíceis de encontrar para alugar.
- SUZANO avançou 4,79 por cento, tendo de pano de fundo aumento de preços de celulose de fibra curta nesta semana na China, que analistas veem como um sinal de possível reativação da demanda e re-estocagem após o Ano Novo Chinês. KLABIN subiu 2,4 por cento.
- EMBRAER valorizou-se 1,55 por cento, após assembleia de acionistas da companhia aprovar acordo em que a empresa vendeu o controle de sua principal divisão para a norte-americana Boeing.
- BR DISTRIBUIDORA subiu 0,53 por cento, após a empresa de combustíveis operada pela Petrobras divulgar lucro líquido de 1,605 bilhão de reais no quarto trimestre de 2018, alta de 202,3 por cento ante igual período de 2017.
- ITAÚ UNIBANCO PN fechou com elevação de 0,36 por cento e BRADESCO PN avançou 1,79 por cento, endossando o fechamento positivo do Ibovespa.
- PETROBRAS PN encerrou com decréscimo de 0,45 por cento, antes de divulgação de balanço na quarta-feira, após o fechamento do pregão. Sem tirar os preços do petróleo no exterior do radar, o mercado também segue atento ao noticiário relacionado à revisão do contrato da cessão onerosa.
- VALE encerrou com variação positiva de 0,17 por cento, tendo no radar que os contratos futuros do minério de ferro na China atingiram o menor nível em mais de três semanas nesta terça-feira.
- MRV recuou 3,47 por cento, com operadores citando dados da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) nesta semana que mostraram queda de mais de 80 por cento nas contratações do programa Minha Casa Minha Vida (MCMV) em janeiro deste ano, para 14 mil contra 78 mil em janeiro de 2018.
- VIA VAREJO cedeu 4,02 por cento, após alta nos dois pregões anteriores, quando acumulou elevação de 6,4 por cento. Na véspera, o Grupo Pão de Açúcar vendeu nova parcela das ações da empresa, de 40 milhões de ações ordinárias, correspondente a 3,09 por cento do capital da Via Varejo.