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Bolsa encerra em queda de mais de 3% com reforma ameaçada

Os ruídos envolvendo Maia e algumas autoridades do governo Bolsonaro têm piorado humor no mercado, indicando dificuldade no processo de articulação

Na semana, o Ibovespa acumulou decréscimo de 5,64% (MicroStockHub/Getty Images)
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Reuters

Publicado em 22 de março de 2019 às 17h16.

Última atualização em 22 de março de 2019 às 18h09.

São Paulo - O principal índice da bolsa paulista caiu mais de 3 por cento nesta sexta-feira, diante do crescente temor de recessão global e de maior pessimismo com o andamento da reforma da Previdência.

O Ibovespa fechou em queda de 3,10 por cento, a 93.735,15 pontos, menor patamar de fechamento desde 11 de janeiro. Na semana o índice acumulou perda de 5,45 por cento. O giro financeiro da sessão somou 20 bilhões de reais.

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Para Jefferson Laatus, sócio fundador do Grupo Laatus, a cautela já vinha predominando e foi intensificada pelo cenário político. "O mercado se estressa muito com incertezas envolvendo a articulação da reforma da Previdência e nos últimos dias as notícias não foram tão positivas", disse.

Nesta sexta-feira, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), ameaçou deixar a articulação de reforma previdenciária na Casa. Os ruídos envolvendo Maia e algumas autoridades do governo Bolsonaro têm piorado humor no mercado, uma vez que indica maior dificuldade no processo de articulação.

No cenário externo, dados de atividade industrial dos Estados Unidos e Europa trouxeram de volta as preocupações de uma desaceleração da economia global, pressionando Wall Street, que fechou no vermelho.

DESTAQUES

- NATURA perdeu 7,78 por cento, entre as maiores quedas do Ibovespa, após a empresa admitir que está negociando com a Avon, após a mídia veicular de que ela estaria interessada nas operações da rival.

- LOJAS AMERICANAS recuou 8,10 por cento e a controlada de comércio eletrônico B2W caiu 9,09 por cento, entre os destaques negativos do Ibovespa, ainda ecoando os resultados trimestrais mais fracos.

- CYRELA declinou 5,58 por cento, apesar de números positivos no balanço do quarto trimestre. A construtora teve lucro líquido de 116 milhões de reais no período, 138,1 por cento maior do que um ano antes.

- CCR recuou 4,96 por cento, após divulgação do balanço do quarto trimestre, com prejuízo de 307,1 milhões de reais em razão de despesas não recorrentes atreladas ao acordo de leniência.

- PETROBRAS PN teve queda de 5,46 por cento, e PETROBRAS ON caiu 4,77 por cento, tendo no radar notícia de que a estatal executou estratégia de hedge para proteger parte de sua produção de petróleo prevista para 2019, comprando opções de venda do Brent com preço de exercício ao nível de 60 dólares o barril.

- ITAÚ UNIBANCO PN declinou 2,95 por cento, enquanto BRADESCO PN perdeu 3,53 por cento.

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