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Bolsa cai pela quinta vez consecutiva e já acumula queda de 1,5% na semana

Ibovespa não recuava por cinco pregões seguidos desde março de 2019

Ibovespa cai pela quinta vez consecutiva - feito que não ocorria desde março do ano passado (Getty Images/Getty Images)

Ibovespa cai pela quinta vez consecutiva - feito que não ocorria desde março do ano passado (Getty Images/Getty Images)

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Guilherme Guilherme

Publicado em 9 de janeiro de 2020 às 18h21.

Última atualização em 9 de janeiro de 2020 às 19h15.

São Paulo - Tendo como pano de fundo a menor tensão entre Estados Unidos e Irã, as bolsas internacionais voltaram a ter um dia positivo, com recordes nos mercados europeu e americano. Por aqui, porém, o Ibovespa não seguiu o ritmo externo e caiu 0,26% encerrando o pregão desta quinta-feira (09) em 115.946 pontos. Com isso, o índice chegou a cinco sessões consecutivas de queda, o que não ocorria desde de março de 2019. 

Pela manhã, a Bolsa abriu em alta, mas virou ainda antes do meio dia. Entre os principais fatores que pressionaram o Ibovespa a mais uma queda, o economista-chefe da Necton Investimentos, André Perfeito, elenca o resultado da produção industrial, que teve o pior novembro dos últimos quatro anos. O mercado já esperava uma piora, mas o resultado surpreendeu até os mais pessimistas ao registrar atividade 1,2% inferior ao mês anterior e 1,7% abaixo na comparação anual.

O petróleo e o minério de ferro negociados no mercado internacional também não ajudaram. Segundo Perfeito, a melhora do clima geopolítico pesou sobre o preço dos produtos, que operaram em queda nesta quinta. “O estrangeiro ainda vê o Brasil muito relacionado às commodities”, disse. 

A desvalorização do minério de ferro contribuiu para que as principais siderúrgicas fechassem no vermelho. As ações da Vale, com maior peso no Ibovespa entre as do setor, caíram 1,31%. Os papéis da CSN, Usiminas e Gerdau recuaram 1,06%, 0,64% e 0,73%, respectivamente. 

Os bancos também tiveram forte impacto negativo sobre o principal índice da Bolsa, após o Banco Central sinalizar que quer estimular maior competitividade no setor. “Todos os entraves que fazem com que a plataforma digital não consiga competir é nessa área que estamos atuando”, disse o presidente do BC, Roberto Campos Neto

Esse tipo de medida favorece as fintechs, que vem ameaçando a hegemonia de gigantes há algum tempo. No ano passado, as ações dos grandes bancos tiveram desempenho bem abaixo do Ibovespa. Hoje (9), os papéis do Itaú recuaram 1,99%, os do Banco do Brasil, 2,03%, os do Bradesco, 1,60% e os do Santander, 1,58%.

Por outro lado, o varejo, que é uma das principais apostas do mercado para 2020, teve bom desempenho. A ação da B2W, das marcas Submarino e Shoptime, foi a que mais se valorizou entre os componentes do Ibovespa. Na sessão o ativo registrou valorização de 5,34%. Pouco atrás vieram os papéis da Magazine Luiza e das Lojas Americanas, que apresentaram respectivas altas de 3,56% e 2,71%.

As ações da Marfrig também performaram bem, após o jornal Folha de S. Paulo noticiar que a empresa já possui protótipos de carne vegetal de porco para serem lançados assim que alguns ajustes comerciais forem feitos. A companhia fechou em alta de 2,35%, na Bolsa.

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O destaque negativo ficou com as ações da Cielo, que tiveram a pior baixa do Ibovespa, desvalorizando-se 6,13%. A forte depreciação ocorre após analistas do Bradesco BBI recomendarem a venda do ativo. 

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