Boeing anuncia que vai cortar 17 mil empregos no mundo todo nos próximos meses
Empresa enfrenta greve de mais de 33 mil trabalhadores desde o mês passado
Redação Exame
Publicado em 14 de outubro de 2024 às 08h29.
A Boeing anunciou que vai reduzir nos próximos meses cerca de 10% da sua força de trabalho no mundo, o que equivale a 17 mil empregos, para enfrentar dificuldades financeiras.
Em duas mensagens separadas, a fabricante anunciou que vai adiar as entregas do modelo 777X, o encerramento da produção do cargueiro 767 em 2027 e advertiu que seus resultados do terceiro trimestre serão afetados por grandes gastos, devido, principalmente, à greve de mais de 33.000 trabalhadores iniciada no mês passado.
O objetivo da Boeing é "adequar a força de trabalho à realidade financeira” da empresa, explicou seu presidente, Kelly Ortberg, ressaltando que o corte "vai atingir executivos, gerentes e funcionários" em geral.
A fabricante de aviões anunciou uma série de medidas de ajuste e atrasos na produção durante mais de um mês de greve, que se somou a uma longa série de problemas para a empresa.
“Essas ações decisivas, juntamente com mudanças estruturais-chave em nosso negócio, são necessárias para continuarmos sendo competitivos a longo prazo", acrescentou Ortberg.
Greve na Boeing continua e prejuízo chega a US$ 1 bilhão por mês
A agência de classificação S&P estima que a greve está custando US$ 1 bilhão por mêse corre o risco de perder sua classificação de grau de investimento.
O principal negociador de um sindicato daBoeing,representando cerca de 33.000 trabalhadores que estão em greve há quase um mês, disse na quarta-feira que os membros da organização estavam preparados para esse momento de impasse após negociações salariais fracassarem.
Mesmo antes do início da greve, em 13 de setembro, a empresa passava por um momento delicado enquanto lutava para recuperar sua imagem. No início do ano, uma explosão de uma porta em pleno voo mostrou o que a Boeing iria ter pela frente.
Com as investigações do acidente avançando, ficou comprovado que os protocolos de segurança da Boeing eram frágeis, e a empresa passou a ficar na mira das autoridades - tanto que até restringiu a produção de aeronaves.
(Com AFP)