BM&FBovespa espera até 45 ofertas em 2012
Segundo presidente da bolsa, ofertas poderiam ser tanto de novas companhias, como de empresas já abertas
Da Redação
Publicado em 15 de fevereiro de 2012 às 15h50.
São Paulo - Após ter os resultados enfraquecidos pela combinação de crise europeia e desaceleração doméstica em 2011, a BM&FBovespa prevê para este ano uma forte retomada das ofertas iniciais de ações. "Devemos ter de 40 a 45 IPOs em 2012, de operações que estão represadas por conta da turbulência do mercado nos últimos meses", afirmou a jornalistas o presidente-executivo da bolsa, Edemir Pinto, ao comentar os resultados do quarto trimestre.
Posteriormente, a instituição explicou que a previsão inclui ofertas de empresas já presentes no mercado (follow ons). Segundo dados da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a captação de recursos por 26 empresas na BM&FBovespa somou cerca de 14,8 bilhões de reais em 2011, o menor volume desde 2005.
Embora tenha tido ofertas bilionárias nos últimos anos, como de Petrobras e Santander Brasil, o mercado jamais se aproximou ao recorde de 64 operações de 2007. Neste ano, apenas três companhias estão com pedido de registro de oferta em análise (Seabras, que já pediu adiamento, a operadora de turismo CVC e a Isolux).
Na semana passada, a Brazil Travel desistiu da operação na última hora, devido à fraca demanda de investidores. "O mercado está mais exigente, o que serve de alerta para empresas, mas a janela está se abrindo", garantiu Edemir.
A companhia divulgou na véspera que teve lucro líquido de 191,1 milhões de reais no quarto trimestre, 27 por cento abaixo do resultado do mesmo período de 2010 e abaixo das previsões de analistas ouvidos pela Reuters, devido sobretudo a menores receitas nos mercados de renda fixa e variável.
A última linha foi afetada ainda pelo efeito não recorrente da transferência da gestão de um fundo de garantia interno para a BSM, de 92,3 milhões de reais. Além da volta das ofertas de ações, a companhia também espera que seus resultados sejam favorecidos pela recuperação dos volumes negociados, com estabilização na zona do euro.
Em outra frente, a meta é manter o nível de despesas registrado em 2011, da ordem de 580 milhões de reais. "O ano de 2012 tem tudo para ser um ano ótimo para a bolsa", disse Edemir. No mercado, entretanto, a reação dos investidores com os dados da empresa não foi de otimismo.
Às 15h03, a ação da BM&FBovespa caía 1,62 por cento, a 12,11 reais, enquanto o Ibovespa avançava 0,93 por cento. Em relatório, o UBS afirmou que os dados operacionais do quarto trimestre vieram em linha com as expectativas e manteve a recomendação de compra para as ações.
"Desconsiderando os eventos não recorrentes, a BM&FBovespa até apresentou um bom resultado em nossa avaliação, tendo em vista o ano desafiador para o mercado de renda variável em 2011", consideraram os analistas da corretora Concórdia.
Concorrência
Edemir procurou mostrar tranquilidade sobre a eventual entrada de novos participantes em mercados como o de ações, que hoje são concentrados na BM&FBovespa. Segundo Edemir, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) deve divulgar até abril o resultado de um estudo contratado para uma consultoria, tratando justamente de concorrência no setor. "O que os possíveis concorrentes querem no Brasil é flexibilidade e, pelo que tem mostrado o regulador, não é aqui que eles vão encontrar", disse.
São Paulo - Após ter os resultados enfraquecidos pela combinação de crise europeia e desaceleração doméstica em 2011, a BM&FBovespa prevê para este ano uma forte retomada das ofertas iniciais de ações. "Devemos ter de 40 a 45 IPOs em 2012, de operações que estão represadas por conta da turbulência do mercado nos últimos meses", afirmou a jornalistas o presidente-executivo da bolsa, Edemir Pinto, ao comentar os resultados do quarto trimestre.
Posteriormente, a instituição explicou que a previsão inclui ofertas de empresas já presentes no mercado (follow ons). Segundo dados da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a captação de recursos por 26 empresas na BM&FBovespa somou cerca de 14,8 bilhões de reais em 2011, o menor volume desde 2005.
Embora tenha tido ofertas bilionárias nos últimos anos, como de Petrobras e Santander Brasil, o mercado jamais se aproximou ao recorde de 64 operações de 2007. Neste ano, apenas três companhias estão com pedido de registro de oferta em análise (Seabras, que já pediu adiamento, a operadora de turismo CVC e a Isolux).
Na semana passada, a Brazil Travel desistiu da operação na última hora, devido à fraca demanda de investidores. "O mercado está mais exigente, o que serve de alerta para empresas, mas a janela está se abrindo", garantiu Edemir.
A companhia divulgou na véspera que teve lucro líquido de 191,1 milhões de reais no quarto trimestre, 27 por cento abaixo do resultado do mesmo período de 2010 e abaixo das previsões de analistas ouvidos pela Reuters, devido sobretudo a menores receitas nos mercados de renda fixa e variável.
A última linha foi afetada ainda pelo efeito não recorrente da transferência da gestão de um fundo de garantia interno para a BSM, de 92,3 milhões de reais. Além da volta das ofertas de ações, a companhia também espera que seus resultados sejam favorecidos pela recuperação dos volumes negociados, com estabilização na zona do euro.
Em outra frente, a meta é manter o nível de despesas registrado em 2011, da ordem de 580 milhões de reais. "O ano de 2012 tem tudo para ser um ano ótimo para a bolsa", disse Edemir. No mercado, entretanto, a reação dos investidores com os dados da empresa não foi de otimismo.
Às 15h03, a ação da BM&FBovespa caía 1,62 por cento, a 12,11 reais, enquanto o Ibovespa avançava 0,93 por cento. Em relatório, o UBS afirmou que os dados operacionais do quarto trimestre vieram em linha com as expectativas e manteve a recomendação de compra para as ações.
"Desconsiderando os eventos não recorrentes, a BM&FBovespa até apresentou um bom resultado em nossa avaliação, tendo em vista o ano desafiador para o mercado de renda variável em 2011", consideraram os analistas da corretora Concórdia.
Concorrência
Edemir procurou mostrar tranquilidade sobre a eventual entrada de novos participantes em mercados como o de ações, que hoje são concentrados na BM&FBovespa. Segundo Edemir, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) deve divulgar até abril o resultado de um estudo contratado para uma consultoria, tratando justamente de concorrência no setor. "O que os possíveis concorrentes querem no Brasil é flexibilidade e, pelo que tem mostrado o regulador, não é aqui que eles vão encontrar", disse.