BM&FBovespa é uma das bolsas mais baratas do mundo, diz Santander
Depois de castigados nos últimos 3 meses, papéis da bolsa brasileira oferecem oportunidade; recomendação é de compra
Da Redação
Publicado em 21 de janeiro de 2011 às 14h15.
São Paulo – Depois de amargar uma desvalorização de aproximadamente 22% desde outubro passado, as ações da BM&FBovespa (BVMF3) ganham os holofotes num extenso relatório de estratégia para 2011 publicado pelo Santander. As ações da empresa têm sido pressionadas por um fluxo negativo de notícias que chegam até aos rumores de que grupo de investidores liderado pela gestora de recursos Claritas estaria articulando a criação de uma nova bolsa de valores no Brasil, o que acabaria com o consolidado monopólio da BM&FBovespa.
Outro fator que pesou no desempenho dos papéis foi o anúncio de aumento adicional do IOF em outubro do ano passado. Na ocasião, o Imposto sobre Operações Financeiras em aplicações externas em renda fixa subiu para 6%, apenas duas semanas após ter dobrado para 4%. No caso dos derivativos, as margens de garantia de estrangeiros também serão taxadas com 6% do imposto, bem acima da alíquota anterior de 0,38%. Também no segundo semestre de 2010, a Receita Federal enviou a BM&FBovespa um auto de infração no valor de 410 milhões de reais. A instituição apontava uma suposta inconsistência do critério utilizado para avaliação do patrimônio líquido da Bovespa Holding S.A., para efeito de apuração do valor do ágio. Mais queda para as ações.
Recentemente a corretora Spinelli manifestou suas preocupações com o horizonte das ações da bolsa brasileira, citando os fatos mencionados acima. Além disso, o relatório mostrava certa desconfiança quanto à possível parceria entre Cetip (Central de Custódia e de Liquidação Financeira de Títulos) e a Deutsche Boërse AG (Bolsa da Alemanha). “Não sabemos se esse acordo pode se expandir para a criação de outras plataformas de negociação além de instrumentos de renda fixa, que só fixa representam cerca de 1% da receita da bolsa. Se for direcionado também ao segmento de ações pode prejudicar a BM&FBovespa”, afirmaram na ocasião os analistas Daniel Malheiros e Kelly Trentin.
Porém, apesar do cardápio de notícias que preocuparam investidores, os analistas do Santander, Marcelo Audi e Leonardo Milane, recomendam compra das ações ordinárias e projetam um preço-alvo de 17,70 para dezembro deste ano. “O valuation da bolsa brasileira está baixo na comparação com seus pares globais. Além disso, estamos bastante otimistas com o mercado de ações no Brasil para este ano”. O relatório destaca que a BM&F Bovespa é negociada ao múltiplo preço/lucro (dez/11) em 19,5 vezes.
De acordo com o Santander, o Ibovespa deve terminar 2011 na casa dos 89 mil pontos, uma valorização de 27% considerando o atual patamar do índice.
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