Bitcoin não vai para frente porque dinheiro já é digitalizado, diz Armínio
De acordo com ex-presidente do Banco Central, estoque de moedas perdeu importância para os bancos centrais, que operam mais em cima das taxas de juro
Estadão Conteúdo
Publicado em 16 de setembro de 2020 às 18h16.
Última atualização em 16 de setembro de 2020 às 18h25.
O ex-presidente do Banco Central (BC) Arminio Fraga disse nesta quarta, 16, que as moedas virtuais, como o bitcoin, não devem provocar uma grande mudança da política monetária praticada pelos bancos centrais.
Segundo Armínio, num mundo que já é digital, o estoque de moedas perdeu importância para os bancos centrais, que operam mais em cima das taxas de juro.
"Acho que não vai mudar muito, não. A política monetária tem seus limites. Hoje os bancos centrais viraram 'resolvedores' de todos os problemas. Na verdade não são, mas, de fato, têm muito poder, e esse poder seguirá sendo exercido com seus grandes benefícios e também com riscos", afirmou Armínio Fraga durante live sobre sistema financeiro promovida pelo Instituto Propague.
"Acho que os bancos centrais precisam fazer seu trabalho mais ou menos como sempre, adaptados à tecnologia atual. A moeda digital já chegou", complementou o ex-presidente do BC, que considera as moedas virtuais um fenômeno abraçado por hiperliberais que não querem nada que seja supervisionado pelo governo.
Ele acrescentou ainda que as criptomoedas podem até funcionar para transferências, dada sua tecnologia, mas são instáveis, não são baratas e não têm valor de compra.