Mercados

BCE puxa alta na maioria das bolsas europeias

O índice pan-europeu Stoxx Europe 600 fechou em alta de 0,42%, aos 344,99 pontos, com destaque para o setor bancário


	Bolsa de Londres: na contramão de outros mercados, o FTSE 100, em Londres, teve baixa de 0,08%
 (Jason Alden/Bloomberg)

Bolsa de Londres: na contramão de outros mercados, o FTSE 100, em Londres, teve baixa de 0,08% (Jason Alden/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 5 de junho de 2014 às 15h37.

São Paulo - O anúncio de novas medidas de estímulo monetário do Banco Central Europeu (BCE) impulsionou os mercados de ações da Europa nesta quinta-feira, 05.

Embora as bolsas tenham fechado majoritariamente em alta, parte dos ganhos foi cedida no final da sessão em meio a realização de lucros e análises mais aprofundadas das iniciativas do banco.

O índice pan-europeu Stoxx Europe 600 fechou em alta de 0,42%, aos 344,99 pontos, com destaque para o setor bancário.

Inicialmente, o mercado respondeu com fortes altas às medidas do BCE. Para muitos investidores, o pacote de ações superou as expectativas, embora tenha ficado aquém de iniciar compras de ativos ao estilo do programa dos bancos centrais dos EUA e do Reino Unido. Mas o ânimo perdeu força, em seguida, quando alguns investidores realizaram lucros.

O BCE decidiu reduzir suas três taxas básicas de juros na reunião de política monetária desta quinta-feira, como havia previsto a grande maioria dos analistas.

O BCE cortou a principal delas, a taxa de refinanciamento, para a nova mínima histórica de 0,15%, de 0,25%, nível onde se

encontrava desde novembro. Além disso, a instituição diminuiu a taxa de juros de empréstimo marginal a 0,40%, de 0,75%, e reduziu a taxa para depósitos bancários, a -0,10%, de 0%. A taxa negativa de depósitos é inédita na zona do euro.

A decisão veio num momento em que a recuperação econômica da zona do euro permanece fraca e o bloco enfrenta o perigo da deflação. Dados preliminares mostram que a inflação anual na região ficou em 0,5% em maio, bem abaixo da meta do BCE, que é de uma taxa menor que 2,0%.

Em seguida, o presidente do BCE, Mario Draghi, anunciou um programa de operações de longo prazo direcionadas (TLTRO, na sigla em inglês), com valor estimado em 400 bilhões de euros, que será condicionado ao compromisso dos bancos de fazerem empréstimos para a economia real.

O BCE também suspendeu a esterilização das compras de seu programa de títulos dos mercados, num gesto que libera cerca de 175 bilhões de euros em liquidez adicional, e prometeu "intensificar o trabalho preparatório" relacionado a compras de títulos lastreados em ativos (ABS, na sigla em inglês).

Com isso, o índice FTSEMib, de Milão, ganhou 1,52%, aos 21.951,07 pontos. Entre os destaques, as ações do Banco Popolare avançaram 2,04%, as do UniCredit subiram 2,86% e as do Banca Popolare di Milano Scarl tiveram alta de 1,34%.

Em Lisboa, o índice PSI-20 teve alta de 1,02%, aos 7.238,05 pontos, com ganho de 2,01% nos papéis do Banco Espirito Santo. Já em Madri, as ações do Banco Santander subiram 0,96% e as do Bankinter ganharam 1,89%.

Em Paris, o índice PCAC 40 ganhou 1,06%, aos 4.548,73 pontos.

Alguns investidores disseram que a redução dos ganhos ocorreu quando os mercados perceberam que as políticas delineadas pelo BCE foram menos radicais do que se pensou inicialmente.

"Tudo o que foi anunciado estava na lista de compras que todos suspeitaram que o BCE tinha. Não houve grandes surpresas", disse Adam Cordery, chefe global de renda fixa europeia no Santander Asset Management, que administra 147 bilhões de euros em ativos.

Já outros agentes do mercado acreditam que a resposta do BCE não será suficiente para inverter a tendência nos preços baixos.

"As medidas de hoje do BCE são um passo na direção certa, mas parece muito pouco e tarde demais para acabar com o risco de deflação e dar o pontapé inicial de crescimento", disse Neil Williams, economista-chefe do Hermes Fund Managers.

Em Frankfurt, o índice Dax teve alta de 0,21%, aos 9.947,83 pontos, após atingir a marca histórica de 10 mil pontos durante o pregão.

Entre os destaques, os papéis do Deutsche Bank cederam quase 4%, diante de temores de diluição de ações após o aumento de capital de 8,5 bilhões de euros do banco para o qual foram emitidos cerca de 300 milhões de novas ações a 22,50 euros cada uma.

Ações da Deutsche Telekom subiram quase 1% depois que o Wall Street Journal informou que a T-Mobile US e a Sprint Corp chegaram a acordo sobre as linhas gerais de uma fusão, citando fontes.

Na contramão dos outros mercados, o índice FTSE 100, da Bolsa de Londres, teve baixa de 0,08%, aos 6.813,49.

Além da decisão do BCE, mais cedo, o Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) manteve seu programa de política monetária inalterada, o que impulsionou momentaneamente as ações. Com informações da DOw Jones Newswire.

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