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BB cai abaixo do valor patrimonial pela primeira vez em nove anos

As ações tiveram queda de 16% desde o começo do ano até ontem, o que levou seu valor de mercado para R$ 57,1 bilhões

As avaliações do Banco do Brasil são as piores entre os maiores bancos do País (Divulgação)
DR

Da Redação

Publicado em 5 de junho de 2012 às 11h34.

São Paulo - O Banco do Brasil SA está sendo negociado no mercado abaixo do seu valor patrimonial pela primeira vez em quase nove anos depois que a pressão da presidente Dilma Rousseff por juros mais baixos gerou o receio de que os lucros comecem a cair.

As ações do Banco do Brasil, controlado pelo governo federal, tiveram queda de 16 por cento nos seus preços desde o começo do ano até ontem, o que levou seu valor de mercado para R$ 57,1 bilhões, ou 3,8 por cento abaixo do valor contábil do capital social do banco, segundo dados compilados pela Bloomberg. A última vez em que o valor do banco caiu abaixo do valor patrimonial, uma medida do que seria pago aos acionistas caso o banco fosse liquidado, foi em agosto de 2003.

A presidente aumentou a pressão sobre os bancos estatais para diminuir o que ela chama de custos inaceitáveis de crédito ao consumidor depois que o crescimento econômico se desacelerou no primeiro trimestre.

“A pressão sobre os bancos públicos para reduzir spreads e aumentar o crédito pode não estar vindo em um bom momento, pois as taxas de inadimplência estão altas”, disse Mario Pierry, analista do Deutsche Bank AG em São Paulo, em uma entrevista.

Executivos do Banco do Brasil não quiseram comentar e pediram para não ser citados pelos nomes, em função da política da empresa. Um representante da presidente Dilma também não quis comentar.


O Itaú Unibanco Holding SA e o Banco Bradesco SA, os dois maiores bancos privados do País em valor de mercado, continuam sendo negociados acima do seu valor contábil, mesmo depois de seguir o Banco do Brasil no corte dos juros de algumas de suas linhas de crédito ao consumidor.

O Itaú é negociado a 1,75 vez o valor patrimonial e o Bradesco, 1,95 vez, segundo dados compilados pela Bloomberg. O Banco Santander Brasil SA, o terceiro maior em valor de mercado, é negociado a 0,97 vez, excluindo o ágio líquido de amortização de R$ 15,7 bilhões da aquisição do Banco ABN Amro.

As avaliações do Banco do Brasil são as piores entre os maiores bancos do País porque o governo interfere demais no setor, disse Ricardo Almeida, professor de Finanças no Insper, Instituto de Ensino e Pesquisa.

A compra de uma participação de 49,99 por cento no Banco Votorantim SA pelo Banco do Brasil em 2009 também está levantando questionamentos sobre a necessidade da empresa de mais capital, segundo Pierry do Deutsche Bank e Gustavo Schroden, analista do BES Securities Brasil em São Paulo.

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A presidente aumentou a pressão sobre os bancos estatais para diminuir o que ela chama de custos inaceitáveis de crédito ao consumidor depois que o crescimento econômico se desacelerou no primeiro trimestre.

“A pressão sobre os bancos públicos para reduzir spreads e aumentar o crédito pode não estar vindo em um bom momento, pois as taxas de inadimplência estão altas”, disse Mario Pierry, analista do Deutsche Bank AG em São Paulo, em uma entrevista.

Executivos do Banco do Brasil não quiseram comentar e pediram para não ser citados pelos nomes, em função da política da empresa. Um representante da presidente Dilma também não quis comentar.


O Itaú Unibanco Holding SA e o Banco Bradesco SA, os dois maiores bancos privados do País em valor de mercado, continuam sendo negociados acima do seu valor contábil, mesmo depois de seguir o Banco do Brasil no corte dos juros de algumas de suas linhas de crédito ao consumidor.

O Itaú é negociado a 1,75 vez o valor patrimonial e o Bradesco, 1,95 vez, segundo dados compilados pela Bloomberg. O Banco Santander Brasil SA, o terceiro maior em valor de mercado, é negociado a 0,97 vez, excluindo o ágio líquido de amortização de R$ 15,7 bilhões da aquisição do Banco ABN Amro.

As avaliações do Banco do Brasil são as piores entre os maiores bancos do País porque o governo interfere demais no setor, disse Ricardo Almeida, professor de Finanças no Insper, Instituto de Ensino e Pesquisa.

A compra de uma participação de 49,99 por cento no Banco Votorantim SA pelo Banco do Brasil em 2009 também está levantando questionamentos sobre a necessidade da empresa de mais capital, segundo Pierry do Deutsche Bank e Gustavo Schroden, analista do BES Securities Brasil em São Paulo.

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