Barclays aposta em Cosan e BRF, contrariando mercado de crédito
Para o banco, essas companhias estão próximas de receber o grau merecido de investimento
Da Redação
Publicado em 26 de outubro de 2011 às 05h25.
Nova York - A BRF - Brasil Foods SA, maior exportadora mundial carne de frango, e a processadora de açúcar e etanol Cosan SA Indústria e Comércio não estão recebendo o reconhecimento merecido no mercado de crédito, na opinião do Barclays Plc. Para o banco, essas companhias estão próximas de receber o grau de investimento.
A taxa dos títulos em dólar da Brasil Foods com vencimento em 2020 está em 6,12 por cento, 115 pontos-base acima do que pagam em média títulos mundiais em dólares com a menor classificação na escala de grau de investimento. O banco londrino espera que a diferença se reduza quando a classificação de risco desses papéis, hoje em “BB+", seja elevada para grau de investimento nos próximos 18 meses.
O Barclays também recomenda que investidores comprem títulos abaixo do grau de investimento emitidos Cosan e pela Net Serviços de Comunicação SA. Os papéis da Net com vencimento similar têm rendimento de 5,39 por cento, enquanto os títulos da Cosan para 2017 têm taxa de 5,65 por cento.
O número de empresas brasileiras que foram elevadas para o grau de investimento nos últimos 10 anos supera o total registrado em cada um dos outros principais mercados emergentes. O setor corporativo do País se beneficiou do aumento nos preços das commodities da queda na taxa de juros do País. Dez empresas brasileiras têm notas um patamar abaixo do grau de investimento, incluindo Cosan, Net e Brasil Foods, e a venda generalizada no mundo deixou esses papéis baratos, disse o Barclays.
“Acreditamos que ainda vai haver um bom desempenho, o que levará a upgrades”, disse Aziz Sunderji, estrategista do Barclays, em entrevista por telefone de Nova York. “O mercado não está precificando tudo isso antecipadamente.”
Nota soberana
O rendimento dos títulos em dólar do governo brasileiro com vencimento em 2021 recuou 32 pontos-base, ou 0,32 ponto percentual, no último mês para 3,63 por cento. As elevações na nota soberana ajudaram na melhora das notas corporativas neste ano. A Moody’s elevou a classificação do Brasil em um nível, para “Baa2”, o segundo menor grau de investimento, em 20 de junho. Três meses antes, a Fitch ter elevado sua nota para o País para o equivalente a “BBB”. A S&P sinalizou em maio que pode melhorar a nota “BBB” do Brasil ao colocá-la em perspectiva positiva.
A classificação de empresas brasileiras foi melhorada 101 vezes por S&P, Moody’s e Fitch neste ano, comparado a 23 cortes de notas, segundo dados compilados pela Bloomberg.
As commodities dispararam 6,6 por cento no ano passado, segundo o índice Thomson Reuters/Jeffries CRB de 19 matérias primas.
A Cosan, que divide o controle da maior processadora mundial de cana-de-açúcar com a Royal Dutch Shell Plc., teve sua nota melhorada para “BB+" pela Fitch em 14 de outubro.
“A proximidade do grau de investimento é mais ligada a um fluxo de caixa mais previsível e à decrescente exposição à volatilidade do negócio de açúcar e etanol”, Renato Pinho, um analista da Fitch, disse em entrevista por telefone de São Paulo.
Brasil Foods
A taxa dos títulos da Cosan com vencimento em 2017 caiu 98 pontos-base para 6,63 por cento em 4 de outubro desde o pico alcançado nos últimos 16 meses, segundo dados compilados pela Bloomberg.
A Cosan tem equilibrado risco e baixa alavancagem, tornando-se “pronta para dar o passo” para o grau de investimento, disse Marcelo Martins, diretor financeiro da companhia, em entrevista por telefone.
Em 18 de abril, a Moody’s melhorou de estável para positiva a perspectiva da nota “Ba1” da Brasil Foods, um nível abaixo do grau de investimento. A agência citou a melhora das margens de lucro após a aquisição da Sadia SA em 2009, que deu origem à maior produtora brasileira de refeições e carnes congeladas.
Um assessor da Brasil Foods que pediu anonimato em respeito à política da companhia, não quis comentar o assunto.
A taxa dos papéis para 2020 da Brasil Foods caiu 66 pontos- base para 6,78 por cento em 4 de outubro, em relação ao pico dos últimos 15 meses, segundo dados compilados pela Bloomberg.
A S&P mudou a perspectiva da nota “BB+" da Net para positiva em novembro de 2010. A maior operadora brasileira de TV a cabo tem como maior acionista a América Móvil SAB, do bilionário mexicano Carlos Slim.
A Net aguarda “com expectativa uma mudança positiva no grau de investimento da empresa”, disse o diretor financeiro da companhia, Roberto Catalão, em entrevista por telefone ontem. “A Net vem mantendo enorme consistência na performance de seu negócio e equilíbrio financeiro.”
A taxa dos papéis da empresa com vencimento em 2020 caíram 21 pontos-base para 5,4 por cento em 4 de outubro a partir do pico registrado no último ano, segundo dados compilados pela Bloomberg.
Nova York - A BRF - Brasil Foods SA, maior exportadora mundial carne de frango, e a processadora de açúcar e etanol Cosan SA Indústria e Comércio não estão recebendo o reconhecimento merecido no mercado de crédito, na opinião do Barclays Plc. Para o banco, essas companhias estão próximas de receber o grau de investimento.
A taxa dos títulos em dólar da Brasil Foods com vencimento em 2020 está em 6,12 por cento, 115 pontos-base acima do que pagam em média títulos mundiais em dólares com a menor classificação na escala de grau de investimento. O banco londrino espera que a diferença se reduza quando a classificação de risco desses papéis, hoje em “BB+", seja elevada para grau de investimento nos próximos 18 meses.
O Barclays também recomenda que investidores comprem títulos abaixo do grau de investimento emitidos Cosan e pela Net Serviços de Comunicação SA. Os papéis da Net com vencimento similar têm rendimento de 5,39 por cento, enquanto os títulos da Cosan para 2017 têm taxa de 5,65 por cento.
O número de empresas brasileiras que foram elevadas para o grau de investimento nos últimos 10 anos supera o total registrado em cada um dos outros principais mercados emergentes. O setor corporativo do País se beneficiou do aumento nos preços das commodities da queda na taxa de juros do País. Dez empresas brasileiras têm notas um patamar abaixo do grau de investimento, incluindo Cosan, Net e Brasil Foods, e a venda generalizada no mundo deixou esses papéis baratos, disse o Barclays.
“Acreditamos que ainda vai haver um bom desempenho, o que levará a upgrades”, disse Aziz Sunderji, estrategista do Barclays, em entrevista por telefone de Nova York. “O mercado não está precificando tudo isso antecipadamente.”
Nota soberana
O rendimento dos títulos em dólar do governo brasileiro com vencimento em 2021 recuou 32 pontos-base, ou 0,32 ponto percentual, no último mês para 3,63 por cento. As elevações na nota soberana ajudaram na melhora das notas corporativas neste ano. A Moody’s elevou a classificação do Brasil em um nível, para “Baa2”, o segundo menor grau de investimento, em 20 de junho. Três meses antes, a Fitch ter elevado sua nota para o País para o equivalente a “BBB”. A S&P sinalizou em maio que pode melhorar a nota “BBB” do Brasil ao colocá-la em perspectiva positiva.
A classificação de empresas brasileiras foi melhorada 101 vezes por S&P, Moody’s e Fitch neste ano, comparado a 23 cortes de notas, segundo dados compilados pela Bloomberg.
As commodities dispararam 6,6 por cento no ano passado, segundo o índice Thomson Reuters/Jeffries CRB de 19 matérias primas.
A Cosan, que divide o controle da maior processadora mundial de cana-de-açúcar com a Royal Dutch Shell Plc., teve sua nota melhorada para “BB+" pela Fitch em 14 de outubro.
“A proximidade do grau de investimento é mais ligada a um fluxo de caixa mais previsível e à decrescente exposição à volatilidade do negócio de açúcar e etanol”, Renato Pinho, um analista da Fitch, disse em entrevista por telefone de São Paulo.
Brasil Foods
A taxa dos títulos da Cosan com vencimento em 2017 caiu 98 pontos-base para 6,63 por cento em 4 de outubro desde o pico alcançado nos últimos 16 meses, segundo dados compilados pela Bloomberg.
A Cosan tem equilibrado risco e baixa alavancagem, tornando-se “pronta para dar o passo” para o grau de investimento, disse Marcelo Martins, diretor financeiro da companhia, em entrevista por telefone.
Em 18 de abril, a Moody’s melhorou de estável para positiva a perspectiva da nota “Ba1” da Brasil Foods, um nível abaixo do grau de investimento. A agência citou a melhora das margens de lucro após a aquisição da Sadia SA em 2009, que deu origem à maior produtora brasileira de refeições e carnes congeladas.
Um assessor da Brasil Foods que pediu anonimato em respeito à política da companhia, não quis comentar o assunto.
A taxa dos papéis para 2020 da Brasil Foods caiu 66 pontos- base para 6,78 por cento em 4 de outubro, em relação ao pico dos últimos 15 meses, segundo dados compilados pela Bloomberg.
A S&P mudou a perspectiva da nota “BB+" da Net para positiva em novembro de 2010. A maior operadora brasileira de TV a cabo tem como maior acionista a América Móvil SAB, do bilionário mexicano Carlos Slim.
A Net aguarda “com expectativa uma mudança positiva no grau de investimento da empresa”, disse o diretor financeiro da companhia, Roberto Catalão, em entrevista por telefone ontem. “A Net vem mantendo enorme consistência na performance de seu negócio e equilíbrio financeiro.”
A taxa dos papéis da empresa com vencimento em 2020 caíram 21 pontos-base para 5,4 por cento em 4 de outubro a partir do pico registrado no último ano, segundo dados compilados pela Bloomberg.