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Bancos relutam em coordenar emissão de títulos russos

Bancos que quiseram aproveitar a oportunidade de coordenar a primeira oferta de dívida internacional da Rússia desde 2013 mudaram de ideia

Rússia: a Rússia sofre com um segundo ano de sanções pelo conflito na Ucrânia (Richard Heathcote/Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 4 de maio de 2016 às 22h24.

Investidores ávidos pela dívida russa costumavam comprar uma nova emissão mais rápido do que abraçaram a histórica venda de títulos da Argentina no mês passado, de acordo com o vice-ministro das Finanças, Maxim Oreshkin.

Os bancos que quiseram aproveitar a oportunidade de coordenar a primeira oferta de dívida internacional da Rússia desde 2013 mudaram de ideia após alertas das autoridades nos EUA e na Europa, ele afirmou em uma entrevista para a Bloomberg Television.

Agora que os credores “não têm pressa para realizar uma operação”, a Rússia está reconsiderando seus planos, falou Oreshkin diretamente da conferência do Milken Institute Global em Beverly Hills, Califórnia.

Inicialmente, os bancos “estavam dispostos a participar de uma operação porque veem uma demanda realmente enorme”, disse Oreshkin. “Seria mais fácil para eles colocarem o eurobond russo no mercado, até mais fácil do que colocar o eurobond argentino”.

Enquanto a Rússia sofre com um segundo ano de sanções pelo conflito na Ucrânia, a Argentina teve que enfrentar os efeitos da moratória decretada em 2001 e uma disputa durante uma década com credores. O país latino-americano recebeu quase US$ 70 bilhões em lances e poderia ter duplicado sua primeira oferta de dívidas em 15 anos, que levantou US$ 16,5 bilhões.

Perspectiva de crédito

As finanças da Argentina não se comparam com as da Rússia, mesmo com o colapso nos preços do petróleo. Apesar de ter sido rebaixada para grau especulativo pela S&P Global Ratings e pela Moody’s Investors Service, a Rússia reteve o grau de investimento pela Fitch Ratings. A Argentina nunca teve grau de investimento, de acordo com dados compilados pela Bloomberg, e hoje é considerada inadimplente por S&P e Fitch e tem nota seis níveis abaixo do grau de investimento pela Moody’s.

O diferencial de rendimentos entre o eurobond da Rússia com vencimento em setembro de 2043 e o os títulos do Tesouro dos EUA com prazo similar era de 329 pontos-base na quarta-feira. Isso se compara com o prêmio de 585 pontos-base que os investidores exigem para a dívida argentina com vencimento em abril de 2046 em relação à dívida americana.

Sanções

Essa visão contrasta com preocupações levantadas pelos investidores de eurobonds em março. Os maiores detentores de títulos da Europa foram aconselhados por gerentes de risco internos a evitar uma nova emissão de dívida depois que autoridades reguladoras dos EUA e da União Europeia avisaram que bancos estrangeiros deveriam desistir de ajudar a Rússia a vender dívida no exterior.

Embora a Rússia não esteja sujeita às sanções impostas a algumas de suas maiores empresas em resposta ao papel do presidente Vladimir Putin na crise da Ucrânia, governos estrangeiros temem que os fundos sejam usados para apoiar essas companhias.

Os EUA avisaram os bancos que participar da venda de eurobonds da Rússia iria contra sua política externa e a UE pediu para os credores “levarem em conta” os riscos indiretos de violar as sanções econômicas do bloco. Sob sanções, a Rússia não vai retornar aos mercados de títulos globais neste ano, de acordo com 23 dos 30 analistas consultados pela Bloomberg.

Limite de crédito

O Ministério das Finanças estabeleceu um limite de US$ 3 bilhões a possíveis captações no exterior em 2016, depois de vender US$ 7 bilhões em eurobonds por ano em 2012 e 2013. A quantia seria suficiente para cobrir cerca de um décimo do déficit deste ano, com o resto financiado por empréstimos domésticos, por recursos do Fundo de Reserva para momentos difíceis e pela venda de participações em empresas estatais.

A Rússia está planejando engavetar o plano este ano, disseram dois representantes do governo no mês passado. Como as sanções foram impostas em 2014, uma venda teria um significado mais simbólico do que fiscal, ao mostrar que o governo poderia ter acesso aos mercados apesar das barreiras colocadas pelo Ocidente, de acordo com representantes.

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Investidores ávidos pela dívida russa costumavam comprar uma nova emissão mais rápido do que abraçaram a histórica venda de títulos da Argentina no mês passado, de acordo com o vice-ministro das Finanças, Maxim Oreshkin.

Os bancos que quiseram aproveitar a oportunidade de coordenar a primeira oferta de dívida internacional da Rússia desde 2013 mudaram de ideia após alertas das autoridades nos EUA e na Europa, ele afirmou em uma entrevista para a Bloomberg Television.

Agora que os credores “não têm pressa para realizar uma operação”, a Rússia está reconsiderando seus planos, falou Oreshkin diretamente da conferência do Milken Institute Global em Beverly Hills, Califórnia.

Inicialmente, os bancos “estavam dispostos a participar de uma operação porque veem uma demanda realmente enorme”, disse Oreshkin. “Seria mais fácil para eles colocarem o eurobond russo no mercado, até mais fácil do que colocar o eurobond argentino”.

Enquanto a Rússia sofre com um segundo ano de sanções pelo conflito na Ucrânia, a Argentina teve que enfrentar os efeitos da moratória decretada em 2001 e uma disputa durante uma década com credores. O país latino-americano recebeu quase US$ 70 bilhões em lances e poderia ter duplicado sua primeira oferta de dívidas em 15 anos, que levantou US$ 16,5 bilhões.

Perspectiva de crédito

As finanças da Argentina não se comparam com as da Rússia, mesmo com o colapso nos preços do petróleo. Apesar de ter sido rebaixada para grau especulativo pela S&P Global Ratings e pela Moody’s Investors Service, a Rússia reteve o grau de investimento pela Fitch Ratings. A Argentina nunca teve grau de investimento, de acordo com dados compilados pela Bloomberg, e hoje é considerada inadimplente por S&P e Fitch e tem nota seis níveis abaixo do grau de investimento pela Moody’s.

O diferencial de rendimentos entre o eurobond da Rússia com vencimento em setembro de 2043 e o os títulos do Tesouro dos EUA com prazo similar era de 329 pontos-base na quarta-feira. Isso se compara com o prêmio de 585 pontos-base que os investidores exigem para a dívida argentina com vencimento em abril de 2046 em relação à dívida americana.

Sanções

Essa visão contrasta com preocupações levantadas pelos investidores de eurobonds em março. Os maiores detentores de títulos da Europa foram aconselhados por gerentes de risco internos a evitar uma nova emissão de dívida depois que autoridades reguladoras dos EUA e da União Europeia avisaram que bancos estrangeiros deveriam desistir de ajudar a Rússia a vender dívida no exterior.

Embora a Rússia não esteja sujeita às sanções impostas a algumas de suas maiores empresas em resposta ao papel do presidente Vladimir Putin na crise da Ucrânia, governos estrangeiros temem que os fundos sejam usados para apoiar essas companhias.

Os EUA avisaram os bancos que participar da venda de eurobonds da Rússia iria contra sua política externa e a UE pediu para os credores “levarem em conta” os riscos indiretos de violar as sanções econômicas do bloco. Sob sanções, a Rússia não vai retornar aos mercados de títulos globais neste ano, de acordo com 23 dos 30 analistas consultados pela Bloomberg.

Limite de crédito

O Ministério das Finanças estabeleceu um limite de US$ 3 bilhões a possíveis captações no exterior em 2016, depois de vender US$ 7 bilhões em eurobonds por ano em 2012 e 2013. A quantia seria suficiente para cobrir cerca de um décimo do déficit deste ano, com o resto financiado por empréstimos domésticos, por recursos do Fundo de Reserva para momentos difíceis e pela venda de participações em empresas estatais.

A Rússia está planejando engavetar o plano este ano, disseram dois representantes do governo no mês passado. Como as sanções foram impostas em 2014, uma venda teria um significado mais simbólico do que fiscal, ao mostrar que o governo poderia ter acesso aos mercados apesar das barreiras colocadas pelo Ocidente, de acordo com representantes.

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