Bancos europeus não querem corrida por aumento de capital
Operação realizada por Deutsche Bank e dois outros bancos não deve fazer com que outros bancos europeus recorram a seus acionistas para levantar mais recursos
Da Redação
Publicado em 16 de maio de 2013 às 11h19.
Londres - A onda de pedidos de investidores que permitiu ao Deutsche Bank e dois outros bancos levantar 6 bilhões de euros (7,7 bilhões de dólares) em um novo aumento de capital no último mês não deve fazer com que outros bancos europeus recorram a seus acionistas para obter mais recursos.
Mais de quatro anos após o início da crise financeira, muitos hesitam em fazer novas emissões de ações que costumam ser impopulares entre os acionistas existentes, enquanto políticos britânicos colocam complicações adicionais.
Muitos bancos em todo o continente ainda têm que levantar fundos para atender às necessidades de capital de Basileia III, que entram em vigor em 2019, com o objetivo de evitar a repetição do desastre de 2008-09, quando governos tiveram que socorrer uma série de instituições financeiras.
Com os mercados acionários globais batendo recordes, alimentados por enormes injeções de liquidez dos bancos centrais, agora parece um bom momento para fazer isso com a venda de novas ações.
Deutsche Bank, Alpha Bank da Grécia e o russo VTB levantaram um total de 6 bilhões de euros, enquanto o Commerzbank detalhou na terça-feira os termos de sua oferta de 2,5 bilhões de euros. O grego Piraeus também está levantando recursos.
Profissionais de bancos de investimento têm saudado as vendas como um testemunho à demanda por ações de bancos, incluindo investimentos de maior risco, como Alpha, um banco resgatado de um país que tem rating considerado como "junk" pelas três maiores agências de classificação de risco.
Mas os bancos estão menos entusiasmados. "Você levanta capital ou porque alguém está forçando você ou porque faz sentido de negócio", disse Jaime Ramos Martin, gerente de portfólio de ações europeias na Standard Life Investments.
Muitos bancos não vêm sentido em emitir ações, por acreditarem que reguladores vão dar-lhes tempo para reforçarem suas bases de capital gradualmente a partir de seus lucros ou com emissão de bônus que podem ser convertidos em ações se a posição de um banco piora.
Executivos de uma série de instituições financeiras que falaram à Reuters na condição de anonimato disseram que não planejam, nem precisam levantar capital. Como um deles disse, as recentes emissões bem sucedidas significam que outros "podem considerar, mas a maioria não necessariamente precisa ou quer levantar capital".