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Grandes bancos americanos aumentarão distribuição de dividendos e recompra de ações

Quatro das seis principais instituições financeiras americanas vão aumentar o pagamento de proventos em 2022

Goldman Sachs (GSGI34), um dos grandes bancos dos EUA (Divulgação/Divulgação)
CC

Carlo Cauti

Publicado em 28 de junho de 2022 às 08h55.

Última atualização em 28 de junho de 2022 às 14h21.

Grandes bancos dos Estados Unidos anunciaram planos para aumentar a distribuição de dividendos e recompra de ações para 2022.

Quatro das seis principais instituições financeiras americanas vão aumentar o pagamento de proventos em 2022.

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Esses grandes bancos são:

No total, os quatro aumentaram os proventos que serão distribuídos aos acionistas de em 15%.

Essa alta nos pagamentos de dividendos e na recompra de ações chega um ano após o Federal Reserve (Fed), o Banco Central dos Estados Unidos, eliminar as restrições para distribuição de proventos e recompras impostas durante o período da pandemia do novo coronavírus (Covid-19).

O Gold m an Sachs foi o banco mais generoso, aumentando de 25% a distribuição de proventos, chegando em US$ 2,50 por ação.

Isso mesmo sem pressionar por novas recompras de ações.

Por sua vez, o Morgan Stanley elevou o pagamento de dividendos em 11%, para US$ 0,775 por ação, e anunciou o início de uma nova recompra de ações pelo valor de US$ 20 bilhões.

O Bank of America, por sua vez, aumentou ligeiramente o pagamento, passando de US$ 0,21 para US$ 0,22, e confirmou um plano de recompra de ações de US$ 17 bilhões.

O WellsFargo elevou o dividendo em 20% para US$ 0,30 e anunciou recompras no futuro próximo.

Além desses quatro grandes bancos, outras instituições financeiras menores também anunciaram um aumento no pagamento dos proventos.

Ao todo, a previsão é que os desembolsos aos acionistas possam chegar a US$ 80 bilhões.

Alguns bancos preferem não pagar mais proventos

Outros grandes bancos, no entanto, permaneceram à margem dessa alta de dividendos.

Por exemplo, o JP Morgan (JPMC34) e o Citigroup (CTGP34) mantiveram a distribuição dos respectivos proventos inalterada, ambos citando a importância de expandir sua proteção de capital anti-crise.

O JP Morgan manteve o pagamento de dividendo em US$ 1 por ação, enquanto o Citi em US$ 0,51 por ação.

Em sinal que as tensões que abalam o setor financeiro este ano ainda não acabaram.

O índice KBW Nasdaq - que reúne as cotações das principais empresas do setor financeiro dos EUA - caiu 21% desde o início do ano. Uma queda superior a do S&P 500, que perdeu 18,69%.

Desembolsos mais generosos graças a maior solidez dos bancos dos EUA

Esses planos de desembolsos mais generosos por parte de vários bancos foram possíveis graças aos últimos testes de estresse realizados pelo Federal Reserve (Fed), o Banco Central dos Estados Unidos, sobre os gigantes do setor financeiro.

Do JP Morgan ao Goldman Sachs, todas as 34 instituições contempladas pelo Fed , mostraram-se adequadamente sólidas e capitalizadas, mesmo diante de cenários severos de crise e recessão.

Em alguns casos, o capital foi até o dobro em relação aos requisitos mínimos estabelecidos.

O Fed calculou que as principais instituições financeiras dos EUA, aquelas com mais de cem bilhões de dólares de ativos poderiam amargar perdas de até US$ 612 bilhões juntas no cenário mais pessimista, sem ter maiores consequências.

O Banco Central americano mediu a resistência dos bancos ao impacto de contrações significativas do Produto Interno Bruto (PIB) este ano, a um cenário com 10% de desemprego,contração de até 40% nos valores de imóveis comerciais e quedas de 55% nas cotações das ações em Wall Street.

De fato, até nesse cenário mais sombrio, o "colchão" de capital de proteção dos bancos diante dos prejuízos não seria comprometido.

A relação entre o capital e o valor dos ativos ponderados pelo risco (capital ratio) cairia de, no máximo, 2,7% para o patamar de 9,7%. Mais do que o dobro do mínimo de 4,5% exigido pelas autoridades.

Um sinal da solidez substancial do sistema financeiro americano.

O teste do Fed testou a saúde das instituições financeiras basicamente diante de uma catástrofe econômica, que muitos previram no início da guerra na Ucrânia.

Entretanto, as previsões médias atuais são muito menos dramáticas do que as consideradas pelo Banco Central.

E isso acabou ajudando os bancos americanos a decidir sobre o aumento na distribuição de proventos esse ano.

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