Banco Inter cai mais de 6% com lucro menor e em dia de estreia de superapp
Companhia lança aplicativo que reúne serviços diversos para tentar monetizar base crescente de clientes
Guilherme Guilherme
Publicado em 7 de novembro de 2019 às 13h05.
Última atualização em 7 de novembro de 2019 às 13h07.
As ações do Banco Inter caíram mais de 6% na manhã desta quinta-feira (7), após a empresa apresentar lucro de 11,82 milhões de reais no terceiro trimestre - resultado 38% inferior ao mesmo período do ano passado. Para analistas, o balanço reflete a dificuldade que a companhia vem enfrentando para monetizar sua base crescente de clientes.
O número de contas digitais abertas no banco aumentou 211% na comparação anual e chegou a 3,3 milhões, em setembro. Para atrair novos usuários, o banco ampliou os investimentos em marketing de 2,87 reais por cliente no terceiro trimestre de 2018 para 9,34 reais.
A despesa adicional ajudou a impulsionar o custo de aquisição de novos clientes em 18,93%, embora os gastos operacionais por usuário tenha caído quase na mesma proporção.
Criadas de forma gratuita, o ritmo de crescimento das contas digitais não foi acompanhado pela receita total da empresa, que aumentou 37,8%, para 297,3 milhões de reais.
Superapp
Para elevar a receita de forma mais acelerada, o Inter aposta em oferecer serviços não financeiros por meio de um superapp , lançado nesta quinta-feira (7). Por meio do aplicativo o banco vai oferecer desde entrega de alimentos até reserva de ingressos de cinema.
“Nos tornamos um canal de distribuição para os diferentes parceiros, e por isso somos remunerados na forma take-rate [espécie de remuneração por venda]”, escreveu o banco na apresentação do último resultado trimestral.
O Inter também destacou a aquisição de 70% da DLM Invista, que atua na gestão de fundos e de carteiras de clientes de alta renda.
Apesar da recente do Banco Inter na Bolsa, seus papéis figuram entre as maiores valorizações do ano. Até quarta-feira (6), a ação preferencial ( BIDI4 ) da companhia acumulavam alta de 163%. Desde agosto, o papel acumulava desvalorização de 15%.