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Banco Inter diz que mudará estrutura societária e ações sobem na B3

Banco digital vai transformar suas ações em "units" e tentará subir para o Nìvel 2, o penúltimo degrau de governança corporativa.

Banco Inter: ações acumulam atla de quase 70% em 2019. (Banco Inter/Divulgação)
TL

Tais Laporta

Publicado em 11 de junho de 2019 às 11h56.

Última atualização em 11 de junho de 2019 às 14h52.

Candidato a sexto maior banco de varejo do país, o Inter anunciou que caminha para melhorar sua governança e aumentar a liquidez de suas ações. O banco informou nesta manhã que vai reorganizar sua estrutura societária e pediu para migrar para o Nível 2 da Bolsa.

Em comunicado, o banco digital diz que vai emitir ações ordinárias (ON) para poder desdobrar seus papéis preferenciais (PN) em units – pacote que reúne as duas classes de ações. Hoje, a instituição tem apenas papéis preferenciais, que dão aos acionistas prioridade na distribuição de dividendos, mas não dão direito a voto em assembleias.

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Cada unit será composta por uma ação ordinária e duas preferenciais. O banco vai desmembrar suas 101.534.167 ações – de modo que 50.767.085 serão ordinárias e 50.767.082 preferenciais. A proporção será de 1 para 6 ações da mesma espécie. Dessa forma, o capital social do banco passará a ter 609.205.002 ações.

Com a mudança, os acionistas do Inter poderão ter uma participação mais ativa nas decisões da instituição. Outro objetivo é dar mais liquidez (facilidade de compra e venda) aos papéis do banco no longo prazo.

“Com o aumento de unidades em negociação na bolsa (mais liquidez), a ação tende a ter mais demanda pelo menor preço da nova ação (metade do preço da antiga), o que ajuda sua valorização”, explica Pablo Spyer, diretor de operações da Mirae Asset Corretora.

Por volta das 11h40, as ações do banco digital subiam em torno de 0,75%, negociadas a R$ 64,88. No ano, o Inter acumula valorização de quase 70%.

Pedido de listagem no Nível 2

O banco, que diz ter atingido mais de 2 milhões de correntistas no primeiros trimestre, pediu para migrar para o segmento especial Nível 2, o penúltimo degrau na escala de governança corporativa da B3.

O Nível 2 dá aos acionistas poder de voto em momentos estratégicos como fusões e aquisições e o chamado "tag along", que permite aos minoritários receber 100% dos recursos pagos pelo controlador em caso de venda da participação.

Após esta etapa, o banco quer ainda incrementar sua estrutura de capital. Para isso, estuda a entrada de um investidor estratégico ou uma oferta pública primária subsequente de ações.

Segundo o Inter, este movimento será importante para sustentar o ritmo de crescimento desde a sua abertura de capital, ocorrida em 2018.

Em abril, o Inter recebeu aprovação do governo para ter até 100% de seu capital nas mãos de estrangeiros, se necessário. O banco é controlado pela família Menin, que detém 57,9% do seu capital e também é dona da construtora MRV Engenharia.

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