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“Banco Central saberá tomar a melhor decisão sobre juros”, diz CEO do Itaú

Itaú mantém a projeção de manutenção da Selic em 10,5% ao ano; nos EUA, chance de recessão é “relativamente baixa”

Milton Maluhy, CEO do Itaú Unibanco (Flora Pimentel/Divulgação)
Beatriz Quesada

Repórter de Invest

Publicado em 7 de agosto de 2024 às 10h40.

Em uma semana que começou caótica para os mercados globais, muitos investidores e analistas ficaram em polvorosa refazendo suas estimativas para considerar uma possível recessão na economia americana e uma retomada do ciclo de alta de juros no Brasil. No Itaú (ITUB4) , maior banco privado brasileiro, o turbilhão foi analisado, mas não causou pânico.

“Não vimos nenhuma razão para recalibrar o apetite com os eventos recentes”, afirmou Milton Maluhy Filho, CEO do Itaú, em coletiva nesta quarta-feira, 7, para comentar os resultados do banco no segundo trimestre.

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No cenário local, o Banco Central brasileiro deixou a porta aberta para uma elevação na Selic na divulgação de sua ata na véspera. O Itaú, no entanto, mantém o entendimento que a Selic irá permanecer no patamar atual de 10,5% ao ano.

“Continuamos trabalhando com um cenário de Selic a 10,5% até o final deste ano. O Banco Central saberá tomar a melhor decisão [para a trajetória dos juros].”

Maluhy cita a alta do dólar contra o real como um dos pontos de preocupação para a Selic, especialmente com o impacto dos últimos meses por temores com o cenário fiscal do Brasil. “É uma agenda presente o tempo todo e que sempre traz algum prêmio de risco. O governo vem fazendo um esforço importante [nesse sentido]”, diz o CEO. Outro ponto destacado por Maluhy é uma leve piora nas contas externas, que também pressionam a dinâmica cambial.

“O problema não é o câmbio mais alto em si, mas um câmbio mais alto por um prazo longo”, defende. Esse cenário, por sua vez, pode pressionar a inflação, exigindo uma postura vigilante do BC – que teve na ata de ontem sua mais recente sinalização.

No entanto, o real pode encontrar certo alívio no cenário externo à medida que as taxas de juros forem cortadas nos Estados Unidos. Maluhy classificou a possibilidade de recessão nos EUA como “relativamente baixa”. O cenário base do banco é de crescimento para a economia americana, com três cortes de 0,25 ponto percentual (p.p.) nos juros até o final de 2024.

“Os Estados Unidos ainda tem uma boa alavanca para fazer ajustes, que é a política monetária. Um juro um pouco mais baixo fortalece as moedas [contra o dólar]. O real pode se beneficiar por tabela.”

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