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Aversão ao risco no exterior conduz alta do dólar

Denúncias na Espanha e pronunciamento de Berlusconi, na Itália, fizeram investidores voltarem a atenção para a Europa no pregão desta segunda-feira

Dólar: a divisa norte-americana encerrou o pregão desta segunda-feira com valorização de 0,30% (Marcos Santos/USP Imagens)
DR

Da Redação

Publicado em 4 de fevereiro de 2013 às 16h54.

São Paulo - A aversão ao risco no exterior, com a volta de Espanha e Itália ao centro das atenções, impulsionou o dólar em relação ao euro e a moedas com elevada correlação com commodities, como o real.

Em busca de ativos mais seguros, os investidores retiraram recursos dos mercados de ações e correram para o dólar, que fechou em alta de 0,30% ante o real no balcão, cotado a R$ 1,9930. No Brasil, o movimento foi reforçado no fim da tarde por um fluxo negativo de dólares.

Na mínima do dia, vista logo cedo, o dólar à vista foi cotado a R$ 1,9870 (estável) no balcão e, na máxima, registrada perto das 16 horas, marcou R$ 1,9950 (alta de 0,40%). A moeda americana, que se manteve em sintonia com o exterior, ampliou a alta ante o real no fim da tarde em função de operação de uma companhia de petróleo que, conforme profissional do mercado, retirou do País US$ 100 milhões.

Perto das 16h40 (horário de Brasília), a clearing de câmbio da BM&F registrava giro financeiro de US$ 2,345 bilhões, sendo US$ 1,934 bilhões em D+2. O dólar pronto da BM&F não registrou negócios nesta segunda-feira. No mercado futuro, a moeda americana com vencimento em março estava acima dos R$ 2,00, cotada a R$ 2,00050, com alta de 0,28%.

"O mercado acompanhou hoje mais o movimento externo da moeda. Tivemos um dia com viés negativo na Europa e agenda americana esvaziada, com o mercado voltando a se focar no Velho Continente", comentou João Paulo de Gracia Corrêa, gerente de câmbio da Correparti Corretora, de Curitiba. "Além disso, a sinalização de que o Banco Central está trabalhando em linha com o Ministério da Fazenda, vinda na sexta-feira, tranquiliza o mercado."

Na Espanha, os problemas começaram na semana passada, com a denúncia de que o primeiro-ministro, Mariano Rajoy, teria se beneficiado de pagamentos irregulares operados por um ex-tesoureiro ligado ao governista Partido Popular (PP). Na Itália, pesou a promessa do ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi de, caso seja eleito nas eleições gerais marcadas para os dias 24 e 25, desfazer algumas das medidas de austeridade adotadas pelo governo de Mario Monti.

Na última sexta-feira, por sua vez, notícias de que o Banco Central evitará uma apreciação excessiva do real fizeram a autoridade monetária, conforme Corrêa, aproximar-se do discurso do Ministério da Fazenda. "O BC também não quer um real supervalorizado, em linha com a Fazenda, o que traz tranquilidade", disse.

A alta do dólar ante o real, por outro lado, segue limitada pelas preocupações com a inflação. Com o atual ritmo da alta de preços, parece claro que a autoridade monetária não deixará a moeda americana avançar de forma intensa.

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São Paulo - A aversão ao risco no exterior, com a volta de Espanha e Itália ao centro das atenções, impulsionou o dólar em relação ao euro e a moedas com elevada correlação com commodities, como o real.

Em busca de ativos mais seguros, os investidores retiraram recursos dos mercados de ações e correram para o dólar, que fechou em alta de 0,30% ante o real no balcão, cotado a R$ 1,9930. No Brasil, o movimento foi reforçado no fim da tarde por um fluxo negativo de dólares.

Na mínima do dia, vista logo cedo, o dólar à vista foi cotado a R$ 1,9870 (estável) no balcão e, na máxima, registrada perto das 16 horas, marcou R$ 1,9950 (alta de 0,40%). A moeda americana, que se manteve em sintonia com o exterior, ampliou a alta ante o real no fim da tarde em função de operação de uma companhia de petróleo que, conforme profissional do mercado, retirou do País US$ 100 milhões.

Perto das 16h40 (horário de Brasília), a clearing de câmbio da BM&F registrava giro financeiro de US$ 2,345 bilhões, sendo US$ 1,934 bilhões em D+2. O dólar pronto da BM&F não registrou negócios nesta segunda-feira. No mercado futuro, a moeda americana com vencimento em março estava acima dos R$ 2,00, cotada a R$ 2,00050, com alta de 0,28%.

"O mercado acompanhou hoje mais o movimento externo da moeda. Tivemos um dia com viés negativo na Europa e agenda americana esvaziada, com o mercado voltando a se focar no Velho Continente", comentou João Paulo de Gracia Corrêa, gerente de câmbio da Correparti Corretora, de Curitiba. "Além disso, a sinalização de que o Banco Central está trabalhando em linha com o Ministério da Fazenda, vinda na sexta-feira, tranquiliza o mercado."

Na Espanha, os problemas começaram na semana passada, com a denúncia de que o primeiro-ministro, Mariano Rajoy, teria se beneficiado de pagamentos irregulares operados por um ex-tesoureiro ligado ao governista Partido Popular (PP). Na Itália, pesou a promessa do ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi de, caso seja eleito nas eleições gerais marcadas para os dias 24 e 25, desfazer algumas das medidas de austeridade adotadas pelo governo de Mario Monti.

Na última sexta-feira, por sua vez, notícias de que o Banco Central evitará uma apreciação excessiva do real fizeram a autoridade monetária, conforme Corrêa, aproximar-se do discurso do Ministério da Fazenda. "O BC também não quer um real supervalorizado, em linha com a Fazenda, o que traz tranquilidade", disse.

A alta do dólar ante o real, por outro lado, segue limitada pelas preocupações com a inflação. Com o atual ritmo da alta de preços, parece claro que a autoridade monetária não deixará a moeda americana avançar de forma intensa.

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