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Austeridade e excesso devem marcar economia global em 2011

Por Emily Kaiser WASHINGTON, 27 de dezembro (Reuters) - Deve ser o ano da fartura e da fome na economia. Muitos dos países desenvolvidos prometeram frugalidade para 2011, enquanto nações emergentes correm o risco de superaquecer. A economia global precisa suportar ambas as forças para cumprir as expectativas de crescimento. A companhia de dicionários Merriam-Webster […]

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Da Redação

Publicado em 27 de dezembro de 2010 às 13h39.

Por Emily Kaiser

WASHINGTON, 27 de dezembro (Reuters) - Deve ser o ano da
fartura e da fome na economia.

Muitos dos países desenvolvidos prometeram frugalidade para
2011, enquanto nações emergentes correm o risco de
superaquecer. A economia global precisa suportar ambas as
forças para cumprir as expectativas de crescimento.

A companhia de dicionários Merriam-Webster colocou a
palavra "austeridade" no primeiro lugar de 2010, porque muitas
pessoas buscaram seu significado na página da empresa quando os
problemas de dívida da Europa explodiram. (Não foi a primeira
vez que a economia global teve tal destaque. Há dois anos, a
palavra principal era "resgate", ou "bailout" em inglês).

Muitas das promessas de austeridade entram em vigor no ano
que vem. Portugal prometeu cortes salariais de 5 por cento para
trabalhadores públicos. O Parlamento da Espanha aprovou um
Orçamento que inclui uma redução de 7,9 por cento nos gastos
públicos. A Irlanda pretende tirar 4 bilhões de euros dos
gastos.

Medidas orçamentárias do tipo são uma das razões pelas
quais economistas consultados pela Reuters acreditam que o
crescimento da zona do euro irá desacelerar para 1,5 por cento
ano que vem, menos que a taxa já lenta de 1,7 por cento
registrada em 2010.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) estima que, após dois
anos, uma redução de 1 por cento no déficit fiscal faz o
Produto Interno Bruto (PIB) perder meio ponto percentual, além
de elevar o desemprego em 0,3 ponto.

Os Estados Unidos também enfrentam seu próprio combate de
austeridade, com republicanos no Congresso insistindo em cortes
de gastos. A perspectiva de expansão econômica para os EUA em
2011 parece um tanto melhor que a perspectiva para a Europa,
embora as projeções norte-americanas ainda estejam abaixo do
necessário para alentar o mercado de trabalho do país.

Sung Won Sohn, economista da Universidade Estadual da
Califórnia, prevê um crescimento de 3 por cento para os EUA em
2011, mas diz que a falta de empregos continua sendo o
"calcanhar de Aquiles" da economia.

"Os consumidores americanos querem economizar mais, pagar
dívidas e deixar suas finanças em melhor forma", disse ele.
"Enquanto os consumidores estiverem cautelosos, em parte por
causa do cenário ruim para o emprego, será difícil ter um
crescimento econômico saudável."

ADEUS G7, OLÁ G20

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Por Emily Kaiser

WASHINGTON, 27 de dezembro (Reuters) - Deve ser o ano da
fartura e da fome na economia.

Muitos dos países desenvolvidos prometeram frugalidade para
2011, enquanto nações emergentes correm o risco de
superaquecer. A economia global precisa suportar ambas as
forças para cumprir as expectativas de crescimento.

A companhia de dicionários Merriam-Webster colocou a
palavra "austeridade" no primeiro lugar de 2010, porque muitas
pessoas buscaram seu significado na página da empresa quando os
problemas de dívida da Europa explodiram. (Não foi a primeira
vez que a economia global teve tal destaque. Há dois anos, a
palavra principal era "resgate", ou "bailout" em inglês).

Muitas das promessas de austeridade entram em vigor no ano
que vem. Portugal prometeu cortes salariais de 5 por cento para
trabalhadores públicos. O Parlamento da Espanha aprovou um
Orçamento que inclui uma redução de 7,9 por cento nos gastos
públicos. A Irlanda pretende tirar 4 bilhões de euros dos
gastos.

Medidas orçamentárias do tipo são uma das razões pelas
quais economistas consultados pela Reuters acreditam que o
crescimento da zona do euro irá desacelerar para 1,5 por cento
ano que vem, menos que a taxa já lenta de 1,7 por cento
registrada em 2010.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) estima que, após dois
anos, uma redução de 1 por cento no déficit fiscal faz o
Produto Interno Bruto (PIB) perder meio ponto percentual, além
de elevar o desemprego em 0,3 ponto.

Os Estados Unidos também enfrentam seu próprio combate de
austeridade, com republicanos no Congresso insistindo em cortes
de gastos. A perspectiva de expansão econômica para os EUA em
2011 parece um tanto melhor que a perspectiva para a Europa,
embora as projeções norte-americanas ainda estejam abaixo do
necessário para alentar o mercado de trabalho do país.

Sung Won Sohn, economista da Universidade Estadual da
Califórnia, prevê um crescimento de 3 por cento para os EUA em
2011, mas diz que a falta de empregos continua sendo o
"calcanhar de Aquiles" da economia.

"Os consumidores americanos querem economizar mais, pagar
dívidas e deixar suas finanças em melhor forma", disse ele.
"Enquanto os consumidores estiverem cautelosos, em parte por
causa do cenário ruim para o emprego, será difícil ter um
crescimento econômico saudável."

ADEUS G7, OLÁ G20

Não é segredo que os países emergentes estejam crescendo
bem mais rápido que as economias avançadas. O FMI estima que os
emergentes crescerão 6,4 por cento no próximo ano, quase três
vezes a taxa das nações desenvolvidas.

O FMI projeta um crescimento econômico mundial de 4,2 por
cento em 2011, taxa menor que a de 2010, mas bem acima do ritmo
de recessão dos dois anos anteriores.

O desempenho forte da China, do Brasil e da Índia
impulsionaram o comércio global, ajudando o crescimento nos
EUA, na Europa e no Japão.

"Adeus G7, e olá G20!", disse Andreas Utermann, diretor de
investimentos da empresa de gerenciamento de fundos RCM,
referindo-se ao Grupo das 7 economias desenvolvidas e ao G20,
clube que inclui países emergentes.

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